Capítulo 20

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   Joel e eu estávamos sentados na sala, ouvindo a música que saía da vitrola e preenchia o silêncio da casa, quando ouvimos o cantarolar de Ellie e seus passos sobre os degraus.

— Ei, a Dina me chamou pra dormir na casa dela, posso ir? — Ela me olha ansiosa pela resposta.

— Todo dia, Ellie? — Joel pergunta estranhando — Daqui a pouco vão te expulsar de lá.

— Mas-

— Pode ir, e chama ela para vir aqui também. — Digo e Joel me olha estranho.

— Obrigada. — Ela apenas sorri e sai o mais rápido possível.

  Ouço a porta bater e relaxo no sofá.

— Desse jeito ela não vai parar em casa. — Joel reclama.

— Ah deixa ela, é sábado à noite, não vai adiantar ficar prendendo ela aqui sendo que só tem dois velhos chatos conversando.

— É, você tem razão.

— Até porque a Ellie gosta da Dina, eu acho ela uma boa garota.

— Eu também gosto dela, pelo menos não fica aprontando por Jackson. — Joel diz distraído sem entender o que eu havia dito.

  Solto uma risada e ele me olha sem entender.

— Bobinho, ela não só gosta da Dina, ela gosta, gosta, entende?

— Como assim? — Ele empalideceu.

— Ela gosta da Dina! Namoro, paixonite de adolescente.

  Joel ficou em silêncio.

— Não, ela e nova demais pra isso. — Ele sacode a cabeça — Tem certeza?

— Ah Joel, só não vê quem não quer.

— Meu Deus, ela é só uma criança para namorar. — Ele continua chocado.

— Elas podem não estar namorando, mas ainda vão, está na cara.

  Continuo rindo por ele se manter em silêncio e chocado.
  Na cabeça dele Ellie ainda era um bebê, e obviamente ela estava longe de ser.

— Certo, já que minha filha tem a paixonite dela e eu acabei de te traumatizar como um bom pai deve ficar, eu vou tomar um banho.

  Dou um beijo rápido nele e me levanto do sofá.

— Te encontro lá no quarto. — Ele apenas responde voltando a ficar em silêncio.

  Subi enquanto deixei a música e Joel sozinhos para que ele pudesse refletir.
  Era engraçado vê-lo assustado, ele não tinha um pingo de noção que o tempo corria e as coisas aconteciam, Ellie já era uma adolescente, ele precisava se lembrar deste fato.

  Depois de longos minutos com a água pingando em minhas costas, o vapor relaxando meu corpo, apenas enrolei a toalha em meu corpo e caminhei tranquilamente até o quarto.
  Assim que entrei dei de cara com duas taças de vinho, procurei Joel que não demorou muito para sair do closet com um sorriso em seu rosto.

— Vinho? — Pergunto enquanto fecho a porta.

— Sim, Tommy que me deu uma garrafa.

— Vou ousar a dizer que não falta mais nada em Jackson. — Brinco e caminho devagar até a direção dele.

— Eu acho que não, se a vida permitir poderíamos ficar aqui até morrer. — Ele sussurra.

— Eu torço para que esse seja o nosso fim. — Brinco e passo meus braços em volta de seu pescoço.

  As mãos dele deslizaram pelas minhas costas.

— Eu te amo — Ele sussurra contra meus lábios — E eu amo quando você esta só com essa toalha curta.

  Dou risada e junto nossos lábios, sentindo sua língua na minha enquanto meus dedos puxavam os cabelos dele.

   Joel guia nossos corpos até a cama, onde me deita com cuidado e me analisa minuciosamente. Meu corpo queimava em cada canto que seus olhos passavam, senti o arrepio percorrer minha espinha enquanto ele abria a toalha e me deixava completamente exposta só para ele.
  O observo retirar sua camisa e jogá-la no chão do quarto, e em seguida suas mãos guiarem minhas pernas para que se abrissem e ficassem na posição que ele queria.

  Arfei quando sua boca encontrou minha intimidade, e sua língua quente contra minha pele fez uma corrente de eletricidade percorresse todo meu corpo. Seus dedos deslizaram pelo meu abdômen lentamente até alcançarem meus seios, Joel envolveu com cuidado e os apertou em seguida.
  Eu só queria recuperar o fôlego, mas era praticamente impossível com todos aqueles movimentos e ritmo que ele mantinha.

— Joel! — Coloco minhas mãos no rosto dele o fazendo me olhar — Eu preciso de você, preciso de mais.

  O olhar de questionamento logo se tornou um sorriso malicioso em seus lábios.

  Ele subiu rapidamente colocando seu rosto próximo ao meu, e não hesitei em levar minhas mãos até o zíper de sua calça para abri-la. Não tirei os olhos do dele, mas não durou muito tempo até que ele começasse a beijar meu pescoço, enquanto esfregava sua barba contra minha pele fazendo com que meu corpo se arrepiasse por completo.
  Permaneci com as mãos em sua calça e senti as dele se juntarem às minhas, ajudando a abaixar sua calça e cueca. Estremeci quando seu membro tocou minha intimidade, ainda sem que eu pudesse senti-lo dentro de mim, tudo aquilo era torturante.

— Joel, eu já te pedi — Fecho os olhos quando ele apenas desliza seus dedos em minha intimidade e massageia com cuidado.

— Peça de novo — Ele sussurra ao meu ouvido com a voz rouca.

  Eu não sabia o que tinha nele, qual era o poder que sua voz tinha de efeito sobre mim, mas eu seria capaz de gritar para o mundo só pra tê-lo.

— Eu quero você, eu preciso de você — Faço uma pausa enquanto engulo seco — Por favor, Joel! — Peço entre um gemido que escapa dos meus lábios.

  Ele sorri como um diabo e desliza lentamente para dentro de mim, e era como se meu mundo estremecesse. A cada movimento, a pressão de suas mãos em meu quadril, eu queria cada vez mais e mais tudo o que ele poderia me dar.
  Os gemidos soavam em sincronia como uma música que apenas nós dois sabíamos cantar, um sorriso escapou dos meus lábios enquanto ele gemia meu nome contra a pele exposta do meu ombro.

  Coloquei as mãos sobre o peito dele em sinal para que ele parasse, em um ato rápido o empurrei sentado na cama, e engatinhei devagar até ele. Alcancei sua boca e dei uma leve mordida em seu lábio inferior, o que fez ele sorrir.

— Você é perfeita, Stella! — Ele diz enquanto eu descia os beijos de sua mandíbula até seu pescoço.

— Eu sei — Respondi enquanto deixava os rastros queimarem sua pele.

  As mãos dele voltaram ao meu quadril fazendo com que eu me sentasse em seu colo, voltei a sentir o calor dele me invadir novamente, mas dessa vez eu ao menos tinha um pouco mais de controle.
  Me movimentei devagar enquanto o vi fechar os olhos com força, e soltar gemidos misturados de xingamentos que nem eu conseguia entender. Os dedos dele me apertaram com força, enquanto mantive os movimentos lentos, eu adorava ver aquelas expressões de sensações que não conseguíamos explicar.

  Minhas unhas cravaram em seu pescoço, enquanto minhas coxas estremeciam junto com o corpo dele. Sabia que estávamos sincronizados quando o senti me segurar tão forte contra seu corpo, e a temperatura se elevar como se o quarto pegasse fogo.
   Permanecemos em silêncio por alguns segundos, ainda abraçados naquela posição, enquanto Joel acariciava minhas costas onde segundos atrás apertava por conta da tensão.

— Acho que agora podemos tomar o vinho. — Sorrio e esfrego nossos narizes.

— Também acho. — Ele sorri de volta.

  Saio de cima dele, me enrolo no lençol e me sento na cama o observando.

Ficamos conversando o resto da noite, planejando o futuro, em um terrível impasse de qual foi a melhor música já lançada antes da pandemia. E o melhor de tudo isso, era estar na companhia dele.

Invisible String - TLOU Onde histórias criam vida. Descubra agora