Silêncio.
Era a única coisa que se ouvia no carro, não trocaram uma palavra desde que saíram do seu novo apartamento, Nakahara te ajudou em tudo, ele inclusive escolheu um condomínio que possuísse uma boa segurança para que você morasse, Anthony não pensaria duas vezes antes de apontar uma arma para a sua cabeça no cenário atual.
Estava tão distraída que só notou que o carro havia parado quando o ruivo abriu a porta do mesmo para que você descesse, estavam na máfia mais uma vez, mas com um propósito diferente, Nakahara iria lhe ensinar a atirar, pois agora você estaria em perigo constante, e ele realmente não queria aceitar essa ideia, não queria te envolver mais ainda nessa bagunça.
— Você não quer fazer isso, certo? - puxou o braço dele antes de entrarem na sede da máfia.
— Não, eu realmente não quero, [Nome]. - respirou fundo. — Não acho que seja uma boa ideia te meter aqui dentro de novo, assim você vai acabar virando um alvo e se envolver com o pessoal aqui vai te comprometer.
— Chuuya, eu já sou um alvo, nem era para eu ter nascido. - riu fraco. — E eu já me envolvi com alguém, você. - mordeu o interior da bochecha. — E eu não me importo em estar em perigo, mas eu não quero te colocar em perigo por problemas pessoais.
— Eu sempre tô em problemas, e eu me importo em te deixar em perigo, você não deveria ter se envolvido comigo, não é boa coisa, tudo o que eu toco se destrói.
— Mas você é bom, e eu não acredito que tudo em que você toca se destrói.
— Imagina se você tivesse matado o Kross? E foi a sua primeira vez pegando na arma, imagina se desse errado e ele fosse pra cima de você. - você seguiu ele até o elevador, iriam para o subsolo.
— Eu já matei uma pessoa.
A porta do elevador fechou.
O silêncio voltou.
— O que? - ele te olhou incrédulo.
— Um homem invadiu a casa e eu atirei nele. - comprimiu os lábios.
— Quando? - Chuuya se pôs à sua frente.
Um nó se formou em sua garganta, sentia vontade de chorar, você era apenas uma criança e só depois de anos conseguiu entender a situação.
— Dois dias depois que a minha mãe foi morta, Haru veio ficar comigo e só tínhamos nós e a empregada na casa, de noite eu estava na sala vendo televisão e um homem invadiu a casa, direto pelo quarto do Haru. - respirou fundo e engoliu o choro. — Eu ouvi um barulho estranho, e logo o homem desceu as escadas e me encontrou na sala, ele veio pra cima de mim e me enforcar, me bateu, mas eu resisti, fiquei me debatendo. - fungou o nariz. — Mas o meu irmão desceu e bateu um vaso na cabeça dele e o derrubou. - sorriu. — Só que ele levantou e foi pra cima do Haru e começou a espancar ele, eu corri pra cozinha, minha mãe sempre deixou uma arma ali, escondida no piso, embaixo do armário, ela me contou uma vez, então só tinha uma coisa certa a se fazer, eu peguei a arma e atirei nele, cinco tiros. - balancei os calcanhares. — Haru pensou em dar um jeito nele, e ele ficou embaixo da casa antiga.
Nakahara, te olhou com pena, era nítido, mas não queria que ele sentisse isso de você, ele não sabia o que falar então para não piorar ele apenas ficou em completo silêncio, mas a sua cabeça não parava de pensar em como foi aquilo pra você.
— Não sabia o motivo ele ter vindo em minha direção, mas depois que eu descobri que Anthony havia realmente matado a minha mãe e o meu pai que eu nem sei quem é, ele mandou aquele homem me matar.
Seria apenas um fardo.
Você e Nakahara compartilham histórias tristes e traumatizadoras, mas falam como se estivesse tudo bem e que não estão mortos por dentro, esperando o pior da humanidade, e lidando com a dor contínua que nunca passa.
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𝑳𝑶𝑺𝑻 𝑺𝑻𝑨𝑹𝑺, Nakahara Chuuya
Fanficcréditos da capa para @luejaxx no wattpad. (𝖠𝗌 𝖺𝗋𝗍𝖾𝗌 𝗇𝖺 𝖼𝖺𝗉𝖺 𝗇ã𝗈 𝗆𝖾 𝗉𝖾𝗋𝗍𝖾𝗇𝖼𝖾𝗆 (𝗇ã𝗈 𝖾𝗇𝖼𝗈𝗇𝗍𝗋𝖾𝗂 𝗈 @| 𝖽𝗈 𝖼𝗋𝗂𝖺𝖽𝗈𝗋) "Talvez você fosse apenas uma estrela perdida para iluminar a minha vida." fem!reader / +18...