Capítulo Dois

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— O senhor queria falar comigo?— Entro na sala do diretor após ter autorização.

— Sim, sente-se!— Ele me oferece uma caneca de café puro.— É sobre a sua matéria.

A apreensão bate enquanto ele parece pensativo. Reviso o quê consigo lembrar da escrita, mas não acho nada que possa ser um problema exato.

— Algum problema?— Ele suspira e estrala alguns dedos ainda ponderoso.

— É um tema muito interessante... De fato.— Ele pigarreia e bebe um gole do café.— Acho que pode ter algo a mais para ser explorado nesse assunto. Sabe?

— Como assim?— Franzo a testa.— As pessoas nem deram atenção a matéria senhor, estão vendo apenas como mais um caso de violência contra a mulher.

— Eu sei disso, eles só não se tocaram ainda, mas você é esperta.— Ele exibe um pequeno sorriso orgulhoso.— Por isso escolheu esse caso entre tantos, confie em mim... Isso ainda vai explodir.

Quem sou eu para discordar do faro jornalístico, ainda mais de um superior.

Sorri pequeno.

— Gostaria que investigasse mais a fundo a história.— Respirei fundo assim que ele jogou.— Pode fazer isso?

— Sim.— Não espero uma contraproposta ou o possível restante da oferta frase. Hyundae concorda com a cabeça satisfeito.

— Ótimo! Pode ir então.— Caminho para fora da sala. Sinceramente também vejo potência nesse caso, ele só precisa de mais atenção. E eu posso fazer isso acontecer... Eu sei que posso.

— Bom dia.— Kichul resmunga de volta algo, se sentando no seu espaço divisório, que ficava a minha frente. Vejo seu rosto inchado de sono, enquanto ela amarra os cabelos compridos num coque prático.

— Só se for para você.— Ela devolve serrando os olhos. Ergo as sobrancelhas na defensiva, mas ignoro logo.

— Ok então.— Volto minha atenção ao computador da empresa.

— Sinceramente como pode ser tão difícil fazer uma investigação...— Ela liga seu computador bocejando.

— Do quê você está reclamando? É o quê fazemos nessa profissão.— Digo risonha.

— Eu sei.— Ela apoia o rosto na mão.— Mas é tão cruel às vezes.— E choraminga.

Não consigo deixar de sorrir.

— Você já comeu?— Ela nega suspirando.— Vamos ao refeitório vou te pagar uma refeição.— Seus olhos chegam a brilhar.

— Uau! Só você para aquecer meu coração desse jeito.— Me deixo ser abraçada pela garota.— Obrigada.

— Só não se acostuma hein.— Faço uma falsa careta e ela ri.

— Sim senhora.

[...]

No fim da tarde eu passei na casa de meus pais a pedido de minha mãe. Podendo mirar o letreiro da loja da nossa família ao lado da casa. Arte dos Soo.

Na verdade a loja é mais de minha mãe, já que é ela a escultora e professora dos clientes, meu pai apoia como pode já que seu trabalho é na área da pedagogia.

Vendo a loja aberta eu decido procurar a mais velha alí primeiramente. Entro no local, já sendo anunciada pelo soar do sininho preso a porta, observando com atenção as misturas de azul turquesa com bege nas paredes, fazendo uma harmonia delicada aos olhos, enquanto os móveis marrom escuro trazem uma sensação de aconchego, e a lavanda leve no ar me trás um toque nostálgico e particular da minha infância. Eu realmente me sinto acolhida toda vez, quando volto a este lugar, e aqui acabou se tornando o meu lugar favorito no mundo.

Spring DayOnde histórias criam vida. Descubra agora