Capítulo Quatorze

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— Estou em casa!— Falo ao abrir a porta com as sacolas do mercado.

— Ah ótimo! Me dê aqui!— Meu pai pega os acompanhamentos que ele havia pedido, com certa pressa, indo para a cozinha e me deixando curiosa.— Sua mãe está na loja! Eu vou preparar o almoço enquanto isso.— Após segundos plantada na sala eu sigo para a porta da cozinha, lhe vendo lavando os frutos do mar.

— Precisa de ajuda?— Ele nega rapidamente, sorrindo pequeno.

Sinceramente nem parece que eles acabaram de voltar de viagem!

Conformada eu sigo atrás de minha mãe, até a loja de cerâmica, não consigo deixar de suspirar ao ver ela modulando o material mole na base giratória. Chega a ser hipnótico. Eu tenho certeza que trabalharia com isso se não tivesse seguido minha profissão atual.

— Oi filha, já chegou.— Ela sorri sem tirar os olhos do quê fazia.— Quer me ajudar a pintar esse depois?

— Sabe que sim.— Sigo para as prateleiras vendo os seus últimos trabalhos.

— Você nem me disse se seu amigo gostou do presente.— Ela acusa concentrada.

— Ah... Ele gostou sim, muito!— Pensei em Yoongi, me perdendo por segundos.— Até pediu para agradecer.

— Ele mesmo pode fazer isso, não?— Ela brinca.— Quando vou conhecê-lo?

— Eu não sei.— Tento desconversar sem graça.— Ele vive ocupado, têm a agenda muito cheia e seus dias são corridos... Sabe?— Passo o dedo entre os bonequinhos.

— Nossa... O quê ele faz?— Noto seu interresse e penso antes de responder.

— Ele é produtor musical.— Não chegava a ser mentira. Dou de ombros inconsciente com a onde de pensamentos.

— Será que ele teria um tempo para nós final de semana?— Mordo meus lábios pegando um conjunto de bonecos com roupas típicas coreanas. Sorri balançando a cabeça ao lhe escutar e saio enfim dos corredores.— Encontrou algo que goste?

— Vou levar esse aqui!— Digo mostrando o casal que era conectado por um fio vermelho.— É romântico, quanto é?

Antes que eu pudesse tirar a carteira da bolsa ela exclama.

— Não vou cobrar da minha própria filha! Para você é de graça, sabe disso.— Não questionando eu apenas aceito.

[...]

— Obrigada pela comida!— Agradeço encarando o prato bonito que me é servido.— Parece muito bom.

— Hm, está ótimo querido.— Minha mãe fala provando um pouco da sopa, tirando um sorrisinho orgulhoso do homem.

— Comam bem.— Ele arregaça a barra das mangas, enquanto misturo meu macarrão com mariscos, meu pai põe um camarão no topo do conteúdo da tigela. Lhe olho oferecendo um sorriso rápido.

Eu sempre me sinto bem cuidada, quando estou de volta em casa.

— Não a trate como criança.— Minha mãe reclama.— Ela já têm trinta anos...— Meu pai nega com a cabeça brevemente.

— Vai ser sempre minha filha amada! Deixe de ciúmes mulher.

— Deixe ele, mãe.— A mesma me olha indignada e revira os olhos pro mesmo.

— Aigoo, é por isso que ainda não tenho netos.— Suspiro pesadamente.— Devo marcar um encontro a cegas?— Ela sorri animada me fazendo olha-la com tédio, enquanto mastigava minha comida.— Que cara feia é essa... Ainda está com fome?— Ela serra os olhos.

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