Spring Day

Capítulo Dezesseis

— Boa tarde! Estamos em frente a empresa do grupo Murin!— Falo alto segurando o microfone com firmesa, escutando toda a algazarra das protestantes mulheres que ocorria atrás de mim.— Onde ocorre a movimentação do protesto contra as demissões de várias mulheres, aparentemente sem justa causa.

Minha fala é interrompida por alguns gritos e eu olho de relance vendo alguns cartazes, com muitas de suas falas e outros defendendo até mesmo o movimento feminista, tudo em meio ao aglomerado. Encolho os ombros e volto o foco quando uma pedrinha atinge minha bochecha por acidente, fazendo um arranhão.

— Oh!— Suspresa eu ponho a mão para encobrir apressada.— Nós... Estamos vindo aqui pela segunda vez, para tentar falar com a líder dessa ação! Senhora Na e sua filha a senhorita Na.— Eu passo em meio as mulheres tentando abrir caminho tanto para mim como para o camera-man.

— Você de novo aqui, eu já disse para não voltar sua sangue suga desgraçada!— Respiro fundo apreensiva com a irritação da mesma mulher que nos abordou e expulsou da última vez.— Nem eu, nem ninguém vamos falar nada!

— Por favor, se acalme senhorita!— Peço tentando deixar minha voz amena.— Só queremos ajudar! Nós da Hankyore podemos ajudar a mostrar a verdade!

— Tsc, isso é piada?... Acha que eu tenho 5 anos?!— A mulher reclama.— Tira essa porcaria daqui!— Ela empurra meu microfone e tenta bater na camera e no homem por trás do item, porém eu me ponho a sua frente antes, lhe encarando séria.— Não pense que eu me importaria em quebrar sua cara, reporterzinha.

Nos encaramos em silêncio em meio aquela seriedade e barulheira.

— Conte a sua versão ao público...— Peço baixo quase clamando.— Me deixe te ajudar...— Seu olhar vacila por um segundo e sinto a onda raivosa baixar.— Por favor.

— Caia fora.— Ela murmura séria, e empurra meu braço antes de se afastar.

Suspirei sem me dar tempo de digerir o processo, ao que sou empurrada bruscamente e acertada pelo cotovelo de um homem apressado que passa, quase vou ao chão e gemo ao tocar a lateral da minha barriga atingida.

— Yura.— O meu colega de equipe, me ajuda a sair do espaço, ao guardar sua câmera rapidamente.— Vamos, não vale a pena!— Suspiro insatisfeita, aceitando.

Seguimos com dificuldade pelas brechas curtas que o caminho abria, respirei aliviada profundamente ao ser agraciada com espaço e ar circulando quando saímos em direção a vã da emissora. Escutei o homem mais velho reclamar e contar a história para os caras em silêncio, meus olhos estavam presos ainda analisando a paciatas, de longe vejo mais alguns caros parando, a maioria eram mulheres que chegavam.

[...]

— Elas são umas selvagens senhor! Aquilo não é um protesto civilizado! É uma algazarra generalizada!— Lany fala na sala do chefe, enquanto eu encaro o chão quieta, com uma bolsa de gelo nos últimos dois dedos do pé direito, um curativo na bochecha e um adesivo para dor na barriga. Vejo suas botas surradas caminhando de um lado ao outro.— Olhe só o estado da senhorita Soo!— O mais velho diz indignado.

— E o quê sugere? Que paremos de tentar consseguir uma entrevista? Que deixemos espaço para outra emissora tentar? Logo no caso mais comentado desse momento!— Senhor Hyundae diz sério, sem aumentar a voz um segundo sequer.

Um silêncio segue por um tempo e Lany apenas suspira cansado.

— Vamos fazer assim... Kichul irá assumir com Lany, no seu lugar Yura.— Olho-o rapidamente.— Por enquanto, foque em se ecuperar totalmente, você está... Muito machucada.— Ele suspira pesadamente.— Liberados...— Rapidamente e ainda reclamando, senhor Lany sai da sala impaciente. Ainda pensativa eu demoro a me levantar com dificuldade e sigo até a porta.