Capítulo Treze

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— Eu me sinto meio mal pelo que te disse ontem.— Lina fala enquanto ainda estou concentrada em guiar meu cavalo.— Desculpe se te fiz sentir precionada.

— Se acalme!— Sorrio alegre acariciando o cavalo marrom que para de imediato.

— Estamos bem?— Ela morde os lábios incerta também parando seu cavalo branco.

— Nunca estivemos mal.— Pisco cúmplice.— Nuri, pode tirar uma foto nossa?— A garota que apenas observava com seu leque do outro lado da porteira, ergue o celular.

— Têm certeza mesmo que não quer tentar montar em um?— Lina pergunta enquanto eu arrumo meu chapéu.

— Nem pensar!— Ela fala exagerada nos fazendo rir.— Eu não nasci para isso.

— Aigoo, quanto drama!— Digo. Eu havia acordado estranhamente de bom humor naquele dia.

— Meninas! Se apressem logo!— Dayon e Leno apareceram de mãos dadas, ambos de roupa de banho. A garota comia um bolinho de massa frito.

— Antes que o Lewo termine de comer todos os ovos mexidos.— Leno cantarola, fazendo Nuri se apressar em voltar com o casal para o refeitório, reclamando da fome do marido. O instrutor logo vêm para ajudar a mim e Lina a descer dos cavalos, logo os levando para serem guardados no estábulo.

[...]

— Eeee, ganhei!— Falo terminando de somar a última partida de adedonha e o grupo logo reclama.— Mais marshmallow por favor, senhores!— Peço um espeto para Leno que cuidava de assar os mesmos.

— Você está muito atirada hoje garota!— Dayon reclama rabiscando a sua folha emburrada, ela foi quem menos completou os quadros.

— Você vai se sair melhor na próxima rodada meu bem!— Nuri diz beijando a bochecha de Lewo. Mesmo com a fogueira, fazia um pouco de frio. E quando choveu tivemos que correr para dentro da hospedagem. Esse final de semana me fez sentir como uma adolescente nas férias. E foi bom, fazia tempo que eu não curtia tanto assim.

Acabamos terminando o jogo de adedonha alí mesmo no quarto, não só esse como os de tabuleiro e cartas. Também cantamos no karaokê portátil e fizemos algumas brincadeiras até altas horas, usando o serviço de quarto para pedir as intermináveis rodadas de bebidas alcoólicas. O dia amanheceu, consideravelmente quente, entre os primeiros dias de inverno leve no país.

Como já era esperado, todos dormiram até mais tarde, derrotados demais pela ressaca e o cansaço daquela madrugada divertida.

A nossa pequena festa teve um preço alto.

Já era quase, 12:00, quando terminamos de pôr as bagagens. Leno e Dayon foram a frente e nós os seguimos pela trilha.

Minha cabeça já não doía mais consideravelmente, observando o estado de Nuri e Lina, ambas desmaiadas em seus sonhos profundos, eu notei como elas estavam bem mais esgotadas que qualquer outro do grupo. Lewo dirigia concentrado, escutando as músicas do porta dvd, ele tomava café sem parar para seguir atento na estrada. Suspirei derrotada, torcendo para o remédio ser capaz de curar meus resquícios de embriaguez logo.

Entorto os lábios vendo meu celular já no vermelho de bateria e me arrependendo por não ter carregado o mesmo antes.

Ao fazer a parada padrão, para abastecer o carro no posto e seguir viagem, Nuri e Lina já estavam despertas e em melhor estado.

— Vamos revisar a direção.— Eu comento após jogar uma lata de refri fora e Lewo concorda de imediato, indo para o banco de trás, eu me arrumo no banco de motorista esperando as duas voltarem do banheiro. Nuri vêm primeiro e sorri vendo o marido já dormindo no banco de trás. Ela põe uma sacola com compras no espaço baixo a sua frente. Lina entra bebendo uma garrafinha de água, minutos depois.

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