3. Apresentação, Profecia e Impacto

82 28 295
                                    

Duas semanas se passaram e a data da grande noite chegara

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Duas semanas se passaram e a data da grande noite chegara. O palácio de Zardren estava decorado de vermelho e dourado, ostentando várias bandeiras das mesmas cores com o símbolo da Casa Real Zardreniana, um majestoso grifo dourado. Aquele evento aliviava a tensão que dominava todo o Emperius em meio a um período longo de guerra contra Alkavampir.

Mas aquela noite seria para esquecer um pouco essas tensões e receber, com alegria, o príncipe-herdeiro e futuro rei daquele reino.

O salão amplo do palácio de Zardren estava apinhado de convidados, dentre eles, vários Lordes representantes das dez províncias do reino e suas famílias, além do alto escalão. Representando o alto escalão, estavam o Comandante da Guarda Real, Alexander e o Subcomandante Rickon. Além deles, estavam Ferdinand, Grande Lorde da Água, junto com Adrienne, que tinha o pequeno Marden em seus braços e William, Grande Lorde da Terra, que estava acompanhado por sua esposa Elise e o pequeno Robert.

Os dois Grandes Lordes Elementais dominavam os elementos água e terra, e serviam diretamente ao rei de Zardren, a fim de ajudar nas defesas do reino. Graças a esse contato, as famílias dos dois possuíam uma relação estreita de amizade com a família real, algo que seguia firme desde tempos imemoriais.

Gregory surgiu à entrada do salão, anunciando a entrada de Cassius que, como mandavam os protocolos, estava trajado de vermelho e dourado – cores de sua casa real. Assim que o soberano zardreniano pôs os pés no local, todos se curvaram em reverência, até que tomasse seu lugar em seu trono, permanecendo em pé e olhando para a direção de onde viera. Em seguida, Astrid entrava logo que fora anunciada. Estava com um belíssimo vestido vermelho com detalhes dourados e, radiante, levava o seu pequeno filho em seus braços. Cassius recebeu a esposa e o filho e se assentaram em seus lugares.

Em seguida, os Lordes, os Cavaleiros da Guarda Real, o alto escalão de Zardren e o jovem Reid, além do Conselheiro Gregory, passaram a prestar seus respectivos juramentos para o infante Landon, bem como lhe deixavam presentes. Também desejavam ao pequeno príncipe-herdeiro o melhor para seu futuro, para que ele fosse tão bom quanto os pais na condução de Zardren.

Ao fim de todos esses protocolos, Cassius se levantou a fim de fazer o seu discurso. Com o simples ato de se levantar, todos os presentes se calaram, a fim de ouvir o rei:

— Milordes, Miladies – percorreu com os olhos aquele amplo salão. – É com muita alegria que falo a todos aqui, nesta noite tão festiva. Tanto eu, como minha esposa, estamos realmente muito felizes em compartilhar a alegria de ter nascido o fruto de nosso amor. Para nós, nosso pequeno Príncipe Landon é mais do que apenas a continuidade da linhagem real zardreniana ou o herdeiro que assumirá o meu lugar no trono de Zardren. Sou grato a todos os deuses de Emperius por nos permitir que tivéssemos nosso filho, e que ele viesse bem. Sou grato também a vocês todos por terem recebido com alegria o Príncipe-Herdeiro Landon de Zardren, e tenham a certeza de que nós o educaremos para que, no futuro, ele se torne um homem de bem e continue defendendo Zardren, como eu venho fazendo atualmente! E que os deuses nos ajudem a continuar resistindo às investidas de Alkavampir pelo tempo que for necessário!

O som de aplausos tomou conta do salão após Cassius encerrar o seu discurso. E, como era o costume nas apresentações das crianças, nascidas na família real zardreniana, quando completavam um mês de vida, sempre havia um sábio ou um profeta que marcava presença, a fim de dizer algo sobre o futuro do infante. Desta vez, uma mulher simples, com cerca de cinquenta anos de idade, loira e já começando a ter cabelos mais grisalhos, foi anunciada por Gregory e percorreu o trajeto da entrada do salão até onde estava o casal real, sob os olhares de todos os presentes.

Ao se ver diante do jovem casal real, ela se ajoelhou em reverência e disse:

— Majestades, é uma honra estar aqui em uma noite tão especial. Eu, Shelley, uma humilde súdita, vim aqui para poder ter a permissão de Vossas Graças para segurar, por alguns momentos, Sua Alteza, o Príncipe-Herdeiro, em meus braços.

Astrid e Cassius se entreolharam por alguns momentos e a rainha de Zardren entregou a Shelley seu filho. De forma maternal, a mulher aninhou o pequeno príncipe em seus braços, procurando acalmar uma pequena agitação da criança ao estranhar os braços diferentes.

Após isso, fechou seus olhos por alguns segundos e teve uma nova visão, como se fosse a continuação daquela de um mês atrás. Novamente, via dois homens envolvidos em um duelo sangrento e mortal, onde um deles começava a brilhar intensamente como o sol, desintegrando seu adversário em seguida.

Abriu seus olhos e fitou bem o rosto daquele menino, que a encarava com seus curiosos olhos castanhos. Para Shelley não havia nenhuma sombra de dúvidas... Aquele menino era, de fato, especial.

"É ele!", ela exclamou em pensamento. "Ele é aquele que libertará Emperius...! Não há dúvidas, minha visão diz isso!"

— Eis aqui o Grande Libertador de Zardren! – a profetisa anunciou, sorridente e com nítida emoção em sua voz, que ecoava em meio a um silêncio carregado de surpresa. – Posso sentir que no futuro esta frágil criança se tornará um homem poderoso, que levará nosso povo para o triunfo definitivo! Vejo-o sendo forjado pelo tempo e pelas provações que ele vencerá de forma brilhante... Sim! Sua luz resplandecerá por todo o Emperius!

O silêncio continuou a dominar o ambiente, após as palavras proferidas pela profetisa Shelley. A surpresa era geral. Como ela possuía tanta convicção em suas palavras?

A mulher se retirou após devolver o pequeno herdeiro à mãe e prestar mais uma profunda reverência. Ao percorrer o trajeto para a saída do salão, ouviu o burburinho que se formava com comentários de todos, espantados com o que ela dissera. Shelley havia visto nos rostos do Rei Cassius e da Rainha Astrid a mesma expressão de surpresa e incredulidade. Já esperava por isso, pois era, de fato, uma profecia extremamente impactante. Saiu dali com um sorriso discreto em seu rosto, expressando a sua satisfação por ter a confirmação de suas visões.

O Príncipe-Herdeiro Landon de Zardren era, sim, o futuro libertador. Disso ela tinha a mais absoluta das certezas.

Mesmo que não acreditassem em suas palavras, Shelley sabia que elas seriam certeiras. Não sabia quanto tempo iria se transcorrer de suas palavras até o futuro que havia anunciado, mas tinha a mais completa das certezas de que o futuro rei Landon de Zardren seria a luz que libertaria Emperius do domínio das trevas de Alkavampir!

Crônicas de Um Jovem ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora