Crônicas de Um Jovem Rei

19. Menininhos e menininhas

Dois anos depois...

O Príncipe Landon, agora com seus seis anos de idade, está na biblioteca real, lendo um livro que o Conselheiro Gregory lhe dera sobre a linhagem real zardreniana.

Em dois anos, ele vem aprendendo muito, em todos os aspectos e, decidiu que quer conhecer mais sobre seus antepassados. Abre em uma das páginas e, descobre um trecho que fala sobre um rei chamado Ian.

"Rei Ian de Zardren foi o primeiro rei Zardreniano e também o mais poderoso do reino livre de Zardren. É também um dos mais famosos da história, pois foi o pai da lendária Princesa Kailyn, a única princesa zardreniana da história de Emperius."

Landon fecha o livro com um sorriso nos lábios e, deixa a biblioteca real, indo para os jardins a fim de se encontrar com Marden e com Robert. Encontra os dois Lordes esperando por ele sentados em um banco e, se senta no meio dos dois.

― Onde você estava, Landon? – pergunta Robert, a voz repleta de curiosidade.

― Estava na biblioteca real lendo um livro. – responde o príncipe herdeiro.

― Mas a aula com o Gregory é só mais tarde. – protesta Robert.

― Conselheiro Gregory, Robert. – corrige Landon – Eu já te expliquei mais de mil vezes que você deve seguir os protocolos e chamar as pessoas pelos títulos.

― Mais de mil, Landon, você é muito chato com seus protocolos, e foi desde que sua mãe brigou contigo dois anos atrás. E além de tudo o príncipe aqui é você, não eu. Vai lá seguir seus protocolos com outro.

Landon olha feio para Robert, o que faz com que Marden comece a rir. O príncipe herdeiro está prestes a fazer um comentário sobre boas maneiras para os pequenos lordes, mais o mestre de armas deles chega e, eles vão para a sala de treino.

Cassius está em seu escritório com o Conselheiro Gregory, terminando o trabalho de escritório. Termina de selar alguns pergaminhos que precisam ser enviados o mais rápido possível, enquanto espera a chegada de seu mestre da moeda para uma reunião.

― Sua Graça, agora que já terminamos, gostaria de pedir permissão para me retirar e voltar a minha sala, tenho alguns afazeres.

― Permissão concedida, Gregory. Por favor, avise ao Jonathan que assim que meu mestre da moeda chegar, que quero que ele venha imediatamente ao meu escritório.

― Será feito conforme o desejo de Sua Graça. – responde o Conselheiro antes de se retirar.

Sozinho, o rei zardreniano se levanta e, olha a vista da janela de seu escritório. Ali, vê Astrid sentada em um banco no jardim, com Landon conversando alegremente ao lado dela, fazendo-a rir.

Se pega pensando em como o tempo passa rápido, pois seu filho e herdeiro já está com seis anos de idade e vem crescendo em força e sabedoria. E, dali a um ano, será um acontecimento que marcará a vida de seu filho, e então passará a treiná-lo pessoalmente para que ele saiba usar os poderes da família real.

Landon será motivo de orgulho não somente para ele e Astrid, como também para todo o reino livre de Zardren.
Seu filho, mesmo com apenas dois anos de treino e estudos, já está mostrando-se sábio e inteligente, a ponto de surpreender tanto Sigmund quanto o Conselheiro Gregory, que não cansam de elogiar seu filho, para seu orgulho.
Alkavampir lhe tirou a oportunidade de ter outros filhos, mas Landon já o faz inteiramente feliz, assim como Astrid.
Volta a se sentar em sua poltrona, ao mesmo tempo em que a porta de seu escritório se abre e Jonathan adentra a sala, anunciando a chegada do mestre das moedas, é hora de começar mais uma reunião.

― Mamãe, porque as meninas são diferentes dos meninos? – Landon pergunta, enquanto toma chá com sua mãe.

― O que? – a rainha é pega desprevenida com a pergunta do filho.

― É mamãe, Marden, Robert e eu treinamos pra ficarmos fortes. Mas eu nunca vi uma menininha treinando. O que elas fazem? Por que são diferentes?
Astrid não consegue deixar de sorrir.

― Landon, é que os menininhos, devem proteger as menininhas. Os menininhos aprendem a lutar desde cedo, as menininhas a bordar, a cantar, a cuidar dos filhinhos que futuramente irão ter. Já um menininho deve ser forte para quando desposar uma jovem, protegê-la sempre.

― Igual o papai protege a senhora, mamãe?

― Isso, Landon.

― Vou continuar treinando muito, mamãe! Pra me tornar muito forte e proteger a minha filhinha!

― Proteger quem? – Astrid é pega totalmente de surpresa com as palavras do filho.

― Minha filhinha. Hoje de manhã li um livro que dizia que o rei Ian teve uma filha que se chamava Princesa Kailyn, então eu decidi que quero ter uma filhinha também. Vou ficar muito forte e protegê-la sempre!

Astrid começa a rir com as inocentes palavras do filho, pois como ele é apenas uma criança, não faz ideia do que está dizendo. O pequeno príncipe se levanta, abraça a mãe e dá um beijo em sua face, antes de se retirar para sua aula com o conselheiro Gregory.

A rainha zardreniana fica olhando para seu filho enquanto ele some sua vista. Sorri, pois sabe que Landon não faz ideia do que está dizendo, afinal de contas ele não passa de uma criança. Uma criança esperta e com um grande potencial, mas ainda assim uma criança.

Se pega imaginando qual será a reação dele quando o ano seguinte chegar e o pai anunciar um certo acontecimento na vida dele, e o sorriso em seu aumenta ao imaginar o filho dali a alguns anos.

Em Alkavampir, o rei Ramsay está sentado na sala do trono, esperando a chegada de seu filho Daithi, agora com dezesseis anos. Marcara com ele uma reunião importante e, o filho não deve se atrasar.

Dali a dois anos, Daithi se tornará maior de idade e, por esse motivo, já é tempo de apresentar para ele umas pessoas que são conhecidas apenas pela linhagem real alkavampiana, e que, só obedecem a uma pessoa, e, esta pessoa é a que tem a coroa de Alkavampir. No presente ele, e, futuramente, seu filho Daithi.

O jovem príncipe chega ali e, Ramsay se levanta, a fim de se juntar ao filho.

― Exatamente na hora. – fala Ramsay.

― Não sou de me atrasar aos meus compromissos, como o senhor já está cansado de saber.

― Sei disso, Daithi. Agora vamos, não temos mais tempo a perder.

Os dois vão até o pátio de pouso, onde dois imensos dragões já estão à espera dos dois. Eles montam e, Ramsay vai à frente, sendo seguido de perto por Daithi. Voam até os limites da capital e chegam à entrada de uma grande mansão, onde os dragões pousam.

― Onde estamos? – questiona Daithi.

― Você logo saberá.

Eles adentram a mansão e caminham por uns dez minutos por um escuro corredor, onde não há nenhuma vela para iluminar o local.
Ao fim do corredor, chegam a uma imensa sala, onde uma centena de homens, todos usando uniformes de batalha pretos, treinam com suas espadas sob o comando de um homem.

E, esperando por eles, está o único homem que não treina e, que vai ao encontro deles, se ajoelhando na presença dos dois e se levantando em seguida. Este homem tem a pele muito branca, totalmente pálida, olhos frios como o gelo e de um cinza muito claro. Cabelos castanho escuros, quase negros em um corte baixo e reto e, um metro e oitenta centímetros de altura.

― É uma honra recebe-lo, Sua Graça. – fala o homem – E fico honrado em conhecê-lo, príncipe herdeiro Daithi.

― Quem é você? – questiona o príncipe.

― Meu nome é Jerome, Sua Alteza e, sou o líder da Companhia dos Dragões das Sombras.