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- Uma boa vadia sempre volta ao seu doce lar. - George disse animado enquanto abria seus braços em minha direção.

Estou morrendo de cansaço Digamos que meus dias estejam sendo resumidos em péssimas noites, com uma ótima companhia. No caso de péssimas noites me refiro a não conseguir dormir por ter o corpo de Susan grudado no meu. Ao invés de descansar, fico sentindo o aroma de rosas que ele emana.

- Seu jeito carinhoso me comove, George. - O abracei, em seguida entrelacei nossas mãos, caminhando até o carro do mesmo.

Na noite anterior, combinamos dele me esperar no aeroporto.

- Cadê sua mulher? Pensei que traria ela, já que vivem grudadas.

- Não tenho mulher.

Me sentei no banco de trás, colocando o cinto de segurança enquanto praticamente deitava.

- Tem sim, a Susan. Ela manda em você agora, não está claro isso?

-Pare de falar bobagens!

- Você teve uma mudança relativamente séria. Com a Susan é uma coisa, com as outras pessoas é totalmente o oposto.

- Síndrome de uma mulher apaixonada, George Gould! Eu estou apaixonada pela doutora! - Falei animada, fazendo ele soltar seus gritinhos um pouco irritantes, confesso.

-Não adiantaria você negar, sua carinha de boba apaixonada deixa isso muito claro.

-Só fala isso porquê gostou dela de primeira.

- Obviamente! Ela é tão linda!

- Tenho que concordar.

- "Não me envolvo com funcionárias" "Meu segundo nome é profissionalismo". - Ele repetia minhas frases rindo. - Se eu não te conhecesse tão bem, acreditaria nisso.

-Suas teorias são de grande valor.

- Quando se trata de Emily Dickinson, minha amiga, eu sei de tudo. Tudinho mesmo!

Demos risada.

Naquela manhã eu não pensava em nada mais além de conseguir uma cama para dormir. Sai de casa eram 04:30 da manhã, e poltrona de avião não é tão confortável assim para quem é acostumada dormir em lençóis de fios egípcios.

Antes de ir para minhas 4 reuniões, parei para almoçar com o George, que me contava animadamente de um outro ser humano que ele ficou em alguma balada.

-Ai Emily. - Suspirou. - Ele era lindo!

- Veja, parece que também está apaixonado. - Ele riu, bebendo seu vinho.

-Apaixonado, Elizabeth? Até parece que não me conhece! Só sexo casual, sem envolver sentimentos.

-Sim. Eu também disse isso, e veja agora, quase adotando uma criança com a doutora.

Arregalou seus olhos.

-Como assim vocês já estão desse jeito? O casamento já aconteceu e você não me chamou?

-É o sonho dela George, ela não pode ter filhos diretamente de sua barriga. Infertilidade.

-Ah, coitada! Mas calma, e você como tem um bom coração, vai ajudar ela a realizar isso.

- Mínimo que posso fazer depois de ter estragado o relacionamento dela. Nada que não fosse merecido, as atitudes daquele cara eram extremamente imaturas para tal idade.

-Você só livrou ela de uma casamento ruim, na minha concepção isso não foi errado.

-O problema é que todas as bobagens que faço, na sua concepção, são consideras certas. Não é?

AMANTE - EMISUEOnde histórias criam vida. Descubra agora