27

233 17 2
                                    


-Preciso que você anote para mim os últimos gastos da Salware, com os mínimos detalhes possíveis. - Emily disse a mim.

Encarei Abby que intercalava seu olhar entre eu e Emily.

- E você quer isso para quando?

- Para hoje mesmo se possível.

- Podem parar com essa formalidade na minha frente, gente. - Abby falou rindo. - Eu sei que vocês estão juntas, se esqueceram de quando a Salware foi quebrada? Eu vi vocês ao beijos e amassos.

- Está tão na cara assim? Estou tentando ser o mais profissional possível. - A morena deu risada.

-Não, não está tão na cara, só tenta disfarçar um pouquinho o seu olhar Emily. Você devora a mulher com seus olhos.

Demos risada.

-Se a Sue tivesse aceitado minha proposta de ficar em casa, não passaria por essa situação. - Deu de ombros. - Mas ela não quis.

-Quem merece ficar em casa sem fazer nada? Não conheço ninguém pra cá, Susana está na escola... Prefiro ficar aqui.

-E a Susana como está? - Perguntou a mais baixa.

Abby e Austin, são os únicos que sabem ainda. E assim é melhor, não quero que invadam tanto nossa privacidade.

- Está bem, daqui a pouco eu vou buscá-la. - Respondi.

- Aí eu quero muito conhecê-la, ela parece ser um amor!

- Você pode ir no meu apartamento quando quiser, sabe disso. - Balbuciou Emily. - Leve Austin, cunhadinha.

- Não estamos juntos, eu abandonei o barco.

- Por isso ele não apareceu mais, obrigada por isso, assim ele não vem encher o meu saco com suas piadinhas sem graça.

- Não tem de quê. - Deu risada. - Vou deixar vocês a sós, até mais tarde meninas, juízo em!

-É o quê mais temos, Abby

Acompanhamos a mulher sair e fechar a porta.

-Eu juro que é muito difícil manter o profissionalismo com você tão perto de mim, será que existe aulas para isso?

-Se sim, você precisa muito. - Toquei a ponta de seu nariz. - Vou fazer o quê me pediu, em uma hora trago os papéis.

-Fica aqui comigo na sala, pegue meu computador na bolsa, pode usar.

-Tem certeza? Não vou te atrapalhar?

-Você nunca atrapalha. Me deu um selinho demorado. - Tenho uma curtíssima reunião com meu advogado às quatro e meia, o horário da Susana é cinco, né?

- Sim, mas pode ficar tranquila, eu pego ela. Te esperamos no meu apartamento, pode ser?

-Você quem sabe, linda.

Com o novo horário de funcionamento da Salware, Emily, por recomendação de seu advogado, terá que fechar a empresa antes de seis horas. Fazendo ela perder o costume de fechar tudo muito tarde. Os índices de crimes no Rio de janeiro nunca foram baixos, mas agora parece estar pior, então seria por um motivo de segurança.

Fiquei a tarde inteira trancafiada com ela na sala, mexendo nos papéis, dando minhas opiniões quando a mesma perguntava, buscando algo para a gente comer, pois nem almoçamos... Até chegar sua reunião, estávamos juntas. Depois para não atrapalhar, eu saí.

No horário exato, já me encontrava na frente da escolinha. Muito precipitada? Acho que sim, mas fiquei o dia todo pensando na pequena.

As vezes faço uma viagem interna dentro da minha cabeça, imaginando como seria daqui para frente, e se eu conseguiría fazer o papel de uma boa mãe. Mas a real é que eu não sei como ser uma boa mãe, não tive bons exemplos. Mas tudo o que um dia aminha não fez por mim, eu quero fazer pela Susana.

AMANTE - EMISUEOnde histórias criam vida. Descubra agora