UM

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    Julho de  1876
Winchester, Inglaterra

—Senhorita Greenwich, conte-nos mais uma vez... Por favor. — A menina com bochechas rechonchuda e avermelhadas implorou com os olhos.

—Sim! Só mais uma vez, nós iremos dormir se contar. Por favor... — Disse a outra puxando a longa e volumosa saia de sua tutora.

— Vocês, piralhas, não se cansam de ouvir essa história? — A Senhorita Greenwich rolou os olhos. — Eu não deveria ter lhes contato da primeira vez, não é uma história para estar nos lábios e nas mentes das moças.

    As meninas se deitaram em suas camas e a tutora fechou a janela e as cortinas, fazendo com que o vento frio da noite não tentasse mais apagar a lareira.

—Qual o problema de estar em nossas mentes? É uma história de amor.

— Sim, não vejo problemas.

    Elas resmungaram.

    Senhorita Greenwich as fitou arcando uma das sobrancelhas. Contudo, vendo os olhares ansiosos delas não conseguiria dizer não.
    E quando ela foi até a porta e a trancou cuidadosamente, as meninas soltaram gritinhos de alegria.

— Façam silêncio, se o pai de vocês souber eu estarei no olho da rua. — Ela se preocupou.

— Não sairá nada de nossos lábios.

— Prometemos!
    
     Então a Senhorita Greenwich se sentou próximo às moças em uma poltronas velha perto das camas, que rangeu ao ela se sentar. E quando as olhou nos olhos as meninas a encararam ansiosas.
    Não era a primeira vez que ela as contava tal conto. O conto de amor entre a Luz e as Trevas. Contudo se fosse pega proferindo tais palavras, teria sorte se fosse apenas expulsa da mansão Hampshire pelo Conde. O que normalmente aconteceria com uma mulher sem nome como ela, bem... Estava mais perto de: Ser queimada em praça pública acusada por heresia. E isso concerteza aconteceria se juntassem com as antigas acusações de bruxaria que sofreu.
    Entretanto... As mulheres sempre ficaram com a pior parte mesmo... E no fim, confiava nas meninas a sua frente, sabia que elas só queriam nutrir as próprias imaginações, assim como ela mesma.

   Senhorita Greenwich se inclinou um pouco para frente e quando um corvo gritou ao longe rompendo com o silêncio da noite, fazendo as duas moças prenderem a respiração em suas camas, ela começou...
    

—No tempo em que o tempo não era tempo, quando não havia nenhuma alma para morrer e apenas para perpetuar a vida. Quando o caos se dividiu entre luz e escuridão. É onde a história começa...

...

"Depois de ter seus anos limitados a sua existência plena, a Escuridão teve um filho. E esse filho nasceu de todo o amor que lhe havia sobrado, ele veio do âmago de sua alma, trazendo consigo tudo o que a escuridão mais apressiava no universo.
     Ao seu filho, a Escuridão deu o nome de Kim Taehyung, significando todos os desejos que se realizam, pois era o que ele significava para ela, o seu mais alto e importante desejo. O mais essencial deles.

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O Gosto Da Escuridão (Kim Taehyung)Onde histórias criam vida. Descubra agora