TRÊS

1.4K 183 44
                                    

Ela não soube discernir muito bem o que estava acontecendo dentro da própria mente depois da última noite.

A sombra havia a tocado, acariciado seu cabelo e se ela fechasse os olhos podia sentir o calor dos dedos insípido dele.

E ela poderia jurar que estava ficando completamente louca, mas, a sensação que estava sentindo.... Nunca havia sentido em toda a sua vida.

Depois do sonho que teve, acordou sentindo que havia perdido alguém. Acordou sentindo-se profundamente triste, como se um pedaço de si houvesse sido tirado, arrancado do peito, arrancado de seu próprio corpo. Sentiu uma falta profunda, não sabia como nomear aquilo.

Não haviam palavras suficientes para traduzir como se sentiu quando acordou aquela manhã.

E nem ao menos tinha alguém para conversar sobre aquilo.

Ligaria pros seus amigos que estavam no Brasil? Ou para sua mãe?

O que diria?

"Ei, gente! Estou angustiada porque tive um sonho super estranho com a personificação do ser que vejo me acompanhando desde a infância. O que eu faço?"

Não, essa não era uma opção.

Contudo, não conseguia tirar aquilo da cabeça. Simplesmente não conseguia.

"Talvez ter parado de tomar os remédios antipsicóticos, não tenha sido uma boa ideia", ela pensou enquando olhava fixamente para o carvalho-negro através da grande janela da sala de aula.
"Porém quando que eles funcionaram e me fizeram para de ver... "ele" ou "aquilo"" , ela mesma se respondeu.

-O que acha, Senhorita Cipriano? - A voz do Sr. Tanaka a despertou de seus próprios devaneios quando chamou por seu nome, fazendo a mesma voltar-se para ele e perceber que todos na sala olhavam para ela. -Senhorita Cipriano?

-Sim? - Ela perguntou tentando compreender e se centrar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


-Sim? - Ela perguntou tentando compreender e se centrar.

- Teoria da Decolonialidade...

Ela rapidamente olhou para o livro a sua frente na mesa. E pensou por um segundo em sua resposta.

- Acho um bom ponto se queremos ser mais concretos em nossas pesquisas, Professor. -Ela respondeu vendo que alguns se seus colegas de classe a lançaram olhares debochados. -Mas temos que considerar a luta de classes pra construir um pensamento mais fiel a realidade que vivemos.

O Sr. Tanaka a lançou um sorriso satisfeito.

- Compreenderam turma? Pensem fora da caixa que programaram vocês para pensar e talvez assim consigam ler a história da humanidade de maneira mais científica. - Ele falou olhando para a turma de maneira panorâmica. - Obrigado Senhorita Cipriano.

Ela suspirou aliviada, havia conseguido se safar bem afinal.

Contudo antes de terminar a aula, seu professor a chamou antes que saísse.

O Gosto Da Escuridão (Kim Taehyung)Onde histórias criam vida. Descubra agora