Com problemas demais para alguém que gostaria de ser alguém normal. S/N Cipriano, uma mulher de 24 anos imersa em seu estressante cotidiano, acaba por ter sua vida transformada quando o vulto em seu quarto fala com ela.
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Num quarto frio bloco D do alojamento da Universidade de São Paulo, S/N Cipriano caminha até o banheiro e se tranca.
Era iria se formar em alguns meses mas, tudo estava tão complicado... Era deveria estar feliz não é? Iria finalizar uma etapa em sua vida acadêmica, e com sucesso mas... Por que sempre sentirá essa dor incalculável dentro de si que nunca passava? Ela não conhecia outra forma, as vezes parecia que seu coração nascera quebrado.
S/N abre o celular e vê os tweets dos alunos da universidade.
"Alguém deveria chamar ela para a festa de halloween. Assim poderíamos viver uma aventura satânica."
"Será que algum cara já teve a coragem de pegar aquela esquisita?"
"Ouvi dizer que ela é maluca mesmo, que vê coisas, parem de zuar ela pessoal, pode ser patológico hahaha"
"Sem brincadeira pessoal, ela me dá medo"
"Só se dopando de remédios todos os dias pra se aguentar mesmo, por isso"
"Só de olhar pra ela dá ver que ela odeia a vida. Pq ela não se mata de uma vez?"
"Acho que nunca vi ela sorrindo, mas deve ser medonho kakakka"
"Minha amiga me disse que meus olhos quando estou cansada parecem um pouquinho com os da S/N Cipriano. Acho que vou colocar uma arma na minha boca"
"Vamos jogar na sexta, no Lion's, quem perder vai ter que tentar beijar a S/N Cipriano hahahah"
Ela suspirou cansada, lendo todos aqueles comentários sobre si mesma. S/N se perguntava o que tinha feito para ser tão odiada. Desde sempre o bullying a perseguia, era a escola e a agora a faculdade. Na escola quando souberam dos remédios e das internações, e depois na faculdade. Ela sempre foi tachada como uma louca esquisitona. Isso a cansava, a deixava exausta. E fazia ela sentir raiva, muita raiva.
Viu quando sua mãe começou a ligar para ela e atendeu, tentando disfarçar a voz para não denunciar que estava chateada.
— Oi mãe... Sim... Tá tudo ótimo! Sim! Sim, tudo bem como sempre... Vou aí te ver no fim de semana, tá? E aí a gente pode comemorar por hoje... Uhum, eu vou sair com meus amigos comemorar, claro! Ah, te amo e eu tô morrendo de saudades...
