Turandot, SC 91, act III: nessun dorma!

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                Narrador Onisciente

Tighnari suspirou ao passar pelas portas de vidro, ele estava maravilhado com o local, ainda não entendia ao certo os motivos de Cyno ter decidido tão repentinamente que a cerimônia e a festa seria em um local como aquele — Amor — Ele murmurou olhando para o lustre que sem dúvidas era de cristal, os dois estavam muito bem vestidos mas o ômega ainda sentia-se incrivelmente pobre e deslocado na frente dos funcionários — Acha que isso vai dar certo mesmo? Esse lugar é caro demais.

— Vai ficar tudo bem. Não se preocupe — O alfa tentou sorrir, mas Tighnari já havia percebido sua tensão e apreensão havia muito mais naquela história do que simplesmente a decisão de uma festa melhor.

Eles passaram por outra porta dando espaço para um imenso salão, no centro havia uma pequena comoção de duas senhoras e o pai de Cyno conversando com uma organizadora, no lado estava Candace e Dehya apenas assentindo e escutando com atenção — Oh! Aí estão eles — Aisha, a tia baixinha e rechonchuda de Cyno aproximou-se sorrindo lindamente para os dois e aos poucos Tighnari juntava todas as pecinhas.

A noite não fora de fato estressante, mas sim cansativa. Aisha e Amina, encheram o ômega de perguntas e mimos e a data da cerimônia ficara agendada para acontecer em duas semanas, na manhã seguinte, como Tighnari não tinha mais família além de uma tia que morava atualmente do Tibete, pátria mãe dos Valuka Shuna, ele deveria seguir as tradições da família árabe de Cyno, claro que o alfa não estava exigindo aquilo, mas com suas tias pressionando era quase impossível não ceder a elas.

— Querido, amanhã vamos buscar você, e iremos até uma loja ver a suas roupas, sua barriga já está grandinho então teremos dificuldade em achar um vestido que se encaixe — Aisha falou rodeando o ômega bastante pensativa.

— Não vou usar vestidos — As duas ficaram surpresas e começaram a cochichar — E sinceramente não me sinto a vontade com tanto luxo, eu e Cyno íamos alugar uma casa de campo e nosso casamento ia ser na natureza, como foi o dos meus pais.

Elas voltaram a cochichar ignorando por inteiro qualquer protesto que o ômega tivesse — Toda nossa família virá e todos são muito tradicionais querido, não podemos nos dar ao luxo de fazer algo do tipo. O que podemos fazer é pensar no seu conforto.

— Amanhã vamos conversar melhor, quando estiver mais descansado querido.

— Tighnari — Connor tinha um sorriso pequeno quando se aproximou com Cyno. Ele tocou o ombro do ômega e respirou fundo antes de falar, precisava admitir que já era um homem cansado — Eu fico muito feliz que seja você a casar com meu filho. Sinceramente sempre tive um pouco de medo que Cyno e Candace escolhessem as pessoas erradas, mas os dois dois tem o dedo verde pelo visto, já enviei um convite para sua tia e sei que vocês Shunas tem suas tradições, então deixaremos isso quieto, mas quero que todo o casamento siga a nossa tradição.

— Por causa da nossa família — Aisha comentou atrapalhando seu irmão.

— Isso — Connor continuou fulminando sua irmã com o olhar — Então em alguns dias na minha casa terão o casamento civil, no segundo dia Aisha e Amina cuidarão de você junto de sua tia e no terceiro será a festa.

O menor concordou, estava calado mas não poderia evitar nada daquilo, se recusasse eles poderiam repudiar Cyno e aquilo não seria bom — Tudo bem — Ele murmurou, agradecendo a todos os deuses quando já estava de frente para seu prédio — Eu estou muito irritado, mas sei que você não tem culpa, então... Só vou me deitar e tentar falar com a minha tia.

Cyno assentiu, ele também estava calado, não contestava nada que ninguém falava em vista que, isso significaria conforto para si, ele apenas deixaria que o restante resolvessem todas as coisas. Candace o telefonou naquela noite, a ômega também não havia falado nada, mas já sabia que seu irmão deveria estar enfurecido — Cyno. Você está bem?

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