Manon

Liebestraum No. 3 in A flat major, s. 541/3

                Narrador Onisciente

Uma manhã tranquila, dadas as condições daquele dia em específico eram no mínimo de se estranhar, Tighnari havia levantado e feito o café da manhã antes que Cyno ousasse fazer qualquer coisa na cozinha, o policial não era necessariamente ruim em cozinhar, mas ele sempre errava a quantidade de sal ou açúcar necessário. Algumas batidas na porta e toda sua calma e tranquilidade fora para o espaço em questão de segundos, por sorte era apenas Gorou acompanhado de Collei que já fora o abraçando e alfinetando o Shiba por não ter esperado o seu retorno para fazer o bendito chá revelação.

— Ela está me criticando desde que chegou de viagem — Collei lançou um olhar mortiço para o ômega e então voltou para acariciar a barriga do feneco e abraça-lo — Hoje é o seu casamento cívil. Não é?

— É, e a família do Cyno proibiu todo mundo de fora da família — Tighnari tentava se soltar da menina mas ela o seguia agarrada ao seu corpo.

— Uau, sua casa realmente ficou linda — Gorou murmurou olhando ao redor e balançando o rabo ao ver o quartinho dos filhotes.

— Felizmente já terminamos de colocar tudo em ordem, a parte mais difícil foi organizar o quarto dos meninos.

— Cadê o Cyno? — Collei olhou para todos os lados a procura do alfa, não obtendo êxito ao acha-lo.

— No quarto. Eu desci para fazer o café da manhã, vocês podem ficar se quiserem.

Collei ficou animada começando a ajudá-lo enquanto Gorou apenas observava — Nari... — Ele tinha um olhar perdido em um ponto do balcão — Como é a sensação?

— Hm? — Tighnari o encarou com dúvida — Que sensação?

— De esperar um filhote. Você amou eles assim que descobriu?

— Oh... Bem... Na realidade não, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi não contar pro Cyno e abortar.

— O que!? — Os dois praticamente gritaram fazendo o feneco cobrir as orelhas e sentir uma enorme dor de cabeça.

— Não gritem! Meus ouvidos doem! E o que tem demais nisso? Ele nunca ia saber, mesmo assim, depois nós conversamos sobre aborto, eu só não contei pra ninguém — Tighnari deu de ombros e voltou sua atenção para as panquecas — Mas por que esse assunto repentinamente?

— Não é nada, eu e o Itto conversamos sobre tem um filhote depois do casamento, mas não me vejo como mãe, você sempre quis ter uma família, eu não — Gorou deu de ombros mas ainda parecia nervoso aos olhos de Collei — Você realmente pensou em aborto.

— Nós dois tivemos uma longa conversa sobre o assunto e até estudamos algumas clínicas e conversamos com alguns médicos, então eu decidi ter, vai ser difícil, com certeza. Mas... Acho que vai valer a pena.

***

— É! Essa roupa disfarçou bem sua barriga, só parece um ômega rechonchudo agora — Amina, a tia de Cyno falou quando terminou de arrumar Tighnari contra sua vontade.

— Não entendo por que esconder minha barriga.

— Os mais velhos da nossa família não sabem ainda — Aisha falou puxando as pontas verdes dos cabelos do ômega, levando para trás e prendendo com um lindo enfeite de ouro em formato de borboleta.

— Own, é o enfeite da Akhali. Você está lindo — Amina murmurou emocionada enquanto Tighnari se olhava no espelho, todas aquelas roupas tradicionais e pesadas o deixavam agoniado, mas ao descobrir todo aquele alvoroço das duas mulheres ele as entendeu, era a roupa do casamento civil da mãe de Cyno, assim como as jóias que um dia ela gostaria de ver no noivo ou noiva de seu filho.