Bagatelle no. 25 in A minor

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                Narrador Onisciente

Tighnari acordou tarde no dia seguinte sentindo azia e um súbito mal estar, já era o seu sexto mês de gestação e ele já estava impossível e insuportável aos olhos de todos. A obstetra havia deixado muito claro que ele deveria estar sob constante observação, caso sentisse dores muito fortes ele deveria ser imediatamente encaminhado até o hospital para receber um atendimento adequado. Cyno terminava de vestir a farda já telefonando para Scaramouche que apenas ignorava sua quinta ligação desesperada. A última vez que o ômega havia atendido ele havia respondido da forma "dócil" que todos já estavam habituados.

— Nari — Cyno entrou no banheiro vendo o menor com cara de pouco amigos tentando subir o short que usava para dormir sem sucesso algum. O alfa acabou rindo e se aproximando para ajudá-lo, a barriga já estava tão crescida que Tighnari já via inúmeras limitações no seu dia a dia.

— O que você quer? Além de zombar de mim? — Ele falou choroso quando Cyno o agarrou pela cintura roubando um rápido beijo.

— Scaramouche já deve estar chegando, então eu preciso ir.

— Queria que você ficasse o dia em casa.

— Vou conseguir uma licença depois da sua próxima consulta — Ele roubou outro beijo e Tighnari já tentava se livrar daquele abraço para voltar até a cama — Até lá vai ter que se contentar com o Scaramouche e o Itto, são os únicos que tem tempo livre para cuidar de você.

— Não preciso de ninguém cuidando de mim — Ele resmungou voltando para a cama e deitando de lado, era a única posição que não o incomodava.

— Tudo bem. Tome cuidado hoje no campus.

Tighnari revirou os olhos resmungando novamente quando o alfa o beijou no pescoço próximo a sua marca. Cyno caminhou até a porta e Scaramouche já estava lá com uma sobrancelha erguida e os braços cruzados o encarando com bastante ódio — É sério? Você me apressa. Eu deixo a Nahida mais cedo na creche. Não consigo nem tomar um café. Para no fim eu estar tocando a campainha a vinte minutos e não me atender!? — O ômega entrou colocando as sacolas de papel que segurava em cima da mesa.

— Cuidado, isso é desacato a autoridade.

— Vá se foder! — Scaramouche gritou mostrando a língua e o dedo do meio, enquanto o alfa saia tentando conter o riso. Provocar aquele ômega havia virado parte de sua rotina — Nari!

O ômega chamou colocando o café que havia comprado na mesa e um chocolate quente, o menor estava proibido de ingerir cafeína então foi na outra opção que sabia que ele gostava, retirou também um bolinho e um sanduíche e subiu o pequeno lace de escadas que dava acesso aos quartos, já haviam inúmeras caixas por todos os lados e logo  haveria mais já que a mudança dos dois seriam em apenas uma semana. Os presentes ganhados no dia anterior, que não eram poucos, estavam pela sala e outros havia ficado na casa de Gorou já que Itto havia insistindo que levaria em seu carro no dia da mudança.

— Nari — Ele chamou novamente já prevendo o péssimo humor do menor, que bom que já era acostumado com aquele tipo de humor — Vamos? Precisa comer antes de irmos para o campus.

— Não quero ir Moche. Estou muito enjoado.

— É. Acontece que se você não for, seu noivo idiota vai encher a porra da minha paciência quando não encontrar você por lá mais tarde.

— O Cyno que se foda, estou carregando os três filhos dele.

Scaramouche acabou rindo e dando-se por vencido, ele retornou até a cozinha colocando as coisas que havia comprado em uma bandeja e levando de volta para o quarto. Os dois comeram juntos assistindo televisão até a campainha tocar umas três vezes seguidas fazendo com que o ômega de cabelos azulados levantasse com cara de poucos amigos, do outro lado estava Kazuha. Ele parecia bastante afobado e apressado chegando até a perder o foco quando quem mesmos esperava atendeu a porta.

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