Capítulo 13

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O que vejo nos olhos dele é o puro ódio.

Ele me odeia, até a última gota de sangue que corre em seu corpo.

Eu não vou atacar, em respeito a elas, e principalmente em respeito a minha família.

Mas se ele me bater, serei obrigado a reagir.

Como se ela pudesse prever o que vai acontecer, ela fala comigo.

- Vida, pensa na Luz...

A voz dela sai como um sussurro. Então me viro pra ela e concordo.

Quando me viro de volta, já encontro ele no meio do caminho do golpe.

No reflexo, desvio e o agarro pela cintura, levando seu corpo pro chão.

Escuto elas gritando e pedindo pra parar.

Mas agora é tarde demais.

Acerto um soco no seu queixo, e escuto um estralo.

Ele me olha com os olhos arregalados. E tenta colocar as mãos pra se defender do próximo soco.

Seguro com força a gola da sua camisa e falo sério.

- Nunca mais você vai chegar perto da minha mulher. – Levanto seu tronco, o suficiente para ter certeza que ele está me escutando. – Você me ouviu? Nunca mais você vai chegar perto dela!

Minha voz sai mais alta e forte do que imaginei.

Ele tenta se desvencilhar de mim, mas não consegue.

Prenso com força seu corpo contra o chão e sigo com a mão firme, pronto pra acertar de novo seu rosto.

- Rodolffo, por favor solta ele.

Percebo que a Deborah está chorando enquanto fala.

Olho em volta e procuro pela Ju. Ela está sentada no chão atrás do sofá.

- Vida, vocês estão bem?

Pergunto assustado. Se alguma coisa acontecer com elas eu acabo com ele.

Eu juro!

Ela faz que sim com a cabeça. A dor que vejo no rosto dela me mata por dentro.

Levanto e trago ele comigo.

- Você devia se envergonhar. – Seguro firme em seu rosto e o obrigo a olhar pra Deborah, sinto seu corpo se contrair de dor e nem me importo. - Olha o estado que cê deixou sua mulher.

O rosto dela está vermelho e lavado de lágrimas.

Já o dele agora tem um grande hematoma no canto da boca, e um pouco de sangue escorre por ali.

Ainda segurando ele pelo colarinho vou empurrando seu corpo pra fora da minha casa. Da nossa casa e da nossa vida.

Abro a porta com a mão livre e com a outra, o empurro pra fora.

- Some daqui!

Ele vai aos tropeços para fora e quase cai de cara no chão.

Se antes ele me odiava por nada, agora ele tem motivos.

Ele é tão cuzão que não tem nem coragem de me falar nada. Parece até que perdeu a voz.

...

Quando eu percebi que o Huayna ia acertar o rosto de Rodolffo, eu me abaixei, sabia que se não fizesse isso. Ele poderia me acertar. Pensei muito rápido. Só queria proteger meu filho.

Me sentei no chão e fiquei vendo Rodolffo acertar soco atrás de soco nele.

A Debra gritava. E eu gritei.

Sempre com Você - O CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora