Capítulo 5

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Atrás da ala leste da escola, depois do depósito, depois de arbustos e árvores, havia uma área aberta com um banco de concreto e um poste de luz. O local era desconhecido para Finney.
-Esse é meu local secreto, venho aqui para fumar de vez em quando- explica ele.
-É bonito- diz Finney.
-Ninguem sabe sobre ele, se você contar para alguém eu te mato.
-Eu n-não vou.
Ele não podia deixar de sentir medo do maior, mesmo sabendo que ele era seu amigo virtual.
Vance se senta no banco e oferece para ele se sentar. O cacheado fixou receoso, mas aceitou.
-Eai, o que aconteceu?- perguntou o loiro.
-Achei que você não queria saber da minha vida.
-Eu escolho o que quero ou não quero saber.
O tom do loiro era arrogante, porém não agressiva, o que era muito vindo dele.
O garoto falou tudo que aconteceu nas últimas semanas, menos a parte que toda a discussão foi originada por causa dele.
-Aquele varapau é um idiota, eu sempre soube. Se ele não te aceita como você é, só manda ele tomar no cu e pronto.
-Também não é assim, ele é um bom amigo.
-É assim sim. Se ele não te respeita, então ele não é 'um bom amigo'.
-Nos somos amigos a muito tempo...- começou Finney, mas foi interropido pelo outro.
-E olha que isso não significou nada para ele, esta aí te ignorando a semanas.
Aquilo doeu. Ele sabia que o que ele tinha dito tinha sua verdade, mas mesmo assim foi um golpe baixo.
Vance continua:
-Você só devia procurar outros amigos. Simples assim. Você complica demais as coisas.
Eles ficaram um tempo em silêncio.
Toda aquela situacao parecia tão surreal para Finney. Se alguém falasse um mês atrás que ele se sentaria em um banco com Vance Hooper para falar dos problemas da sua vida ele pensaria que essa pessoa cheirou cola.
-E o garoto que você gosta. Ele é da sua sala, não é?
-Sim.
-Quem é?
Finney criou coragem para falar.
-Robin Arellano.
Vance ficou pensativo por um momento.
-O menino do Karatê?
O cacheado assente e Vance começa a rir.
-O que foi?- pergunta Finney.
-Que péssimo gosto.
-Péssimo gosto? Ele é bem bonito.
-Sim, besouros também são bonitos e borboletas são feias.
-Bem, isso é questão de gosto.
Vance enchugou as lágrimas de seu olhos.
-Verdade, tem gosto para tudo mesmo.
-Eu queria falar com ele, Vance. Sair e conhece-lo melhor, mas toda vez que vou falar eu travo e começo a gaguejar. Eu pareço aquela menina joaninha que gosta do garoto loiro popular.
-Nunca vi assisti esse programa- disse Vance- Mas se posso ajudar em algo, ele é bem próximo da Donna, sua colega de sala. Por que você não começa por ela.
Donna era uma das garotas mais populares da escola e amiga de sua irmã. Acho que ele podia tentar.
Ao fim do intervalo, ele voltaram ao prédio principal. Ao se separar Vance disse:
-Fale algo que rolou hoje e você vai voltar para casa com o nariz sangrando.
-Certo- Finney respondeu.
Aquela ameaça parecia mais vazia que as outras que ele fazia, mas o cacheado decidiu não arriscar.

A aula estava quase terminando. Finney decidiu por em prática seu plano. Ele se aproximou da carteira de Donna.
-Oi, Don.
-Hey, Finn- respondeu ela amigavelmente.
-Tenho ingressos extra para assistir Pânico VI no esse sábado, quer vir?
Ele olhou de relance para Robin, que se sentava a frente dela, ele está prestando atenção na conversa.
Ela pensou por um tempo.
-Sua irmã vai?
-Acho que não, você sabe como ela é, não gosta de filmes sangrentos.
-É verdade, eu esqueci. Então nesse caso eu vou recusar, mas muito obrigada.
-É uma pena, eu vou peder o dinheiro do ingresso do filme.
O garoto achava que sua atuação era digna de um Oscar.
-É mas...- então ela nota- Ei, Robin.
O mexicano finalmente virá o seu rosto.
-Sim?- pergunta ele.
-Finney tem um ingresso extra para assistir Pânico VI. Você quer?
-Quero sim.
Ele abre um branco sorriso para Finney.
-Se não for um problema.
-Claro que não- diz Finney rapidamente.
-Não sabia que você gostava desse tipos de filme- adimite Robin.
-Do que está falando? Eu amo ver sangue e tripas- menti Finney.
Na verdade o cacheado odiava filmes assim, mas ele sabia que Robin gostava, então 'acidentalmente' comprou um ingresso a mais, foi sua desculpa para sair com ele.
-Seu amigo não quer?- disse Robin apontando para Billy do outro lado da sala.
-Não, ele não quer- responde Finney com um sorriso.
Ele sabia que Billy havia escutado, pois viu de relance os lábios de Billy se contorcer em uma carreta.
Robin analisa a situação, fica com um rosto sério, mas depois sorri.
-Então te vejo no sábado.
-Sim.
O garoto da meia volta e retorna a sua cadeira. Seu rosto estava vermelho e seu coração palpitando. Foi difícil para ele fazer isso, mas será ainda pior amanhã no sábado.
Ele arrumou um 'encontro'.

Nota do autor:
Oi, Lord aqui. Desculpa a demora para postar, as semanas de provas foram terríveis, mas não se preocupem, sempre que eu tiver tempo livre irei escrever. Tenho grandes ideias para essa história.
Até a próxima :D

Finney Em Questão Onde histórias criam vida. Descubra agora