Capítulo 11

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Robin andava a um passo da calçada levando sua bicicleta, enquanto Finney ia pela calçada.
-Me desculpe por isso- disse Finney
-Sem problema, cara. Mas esse tal de Bruce é um sujeito estranho- diz Robin.
-Você não sabe o quanto. Desde que ele chegou ele só vive colado em mim, só falta respirar o mesmo ar.
Robin encara o outro garoto com olhar de endagação.
-Então por que você não falou pra ele?
O cacheado encara o chão pensando em uma resposta, Robin continua a falar.
-Digo, você estava quase aceitando voltar com ele, mesmo não querendo.
-Eu não queria ser indelicado- responde.
-Não, não é isso. Não tem nada de mal educado não fazer algo que não queira. Tem outro motivo.
Os olhos de Robin fitavam os de Finney, analisando seu rosto a procura de uma resposta. O rosto do cacheado começou a enrubescer. Será que ele conseguia ler seus sentimentos tão facilmente.
-Bom, seja o que for, você tem que se impor mais, não pode aceitar as vontades dos outros acima da sua. Saiba se impor.
-Eu sei- responde Finney com ar de tristeza.
Uma pausa até Finney perguntar.
-Você me acha fraco?
O outro da uma risada com a pergunta.
-Claro que não, você é muito corajoso Finney, só que de uma forma diferente.
O cacheado olha para rua que estavam.
-É aqui que nós separamos, até amanha- diz Finney.
-Até amanha.
O cacheado teve a impressão de ver um brilho nos olhos do outro garoto, mas acreditou ser só sua imaginação.

No dia seguinte, as coisas não melhoraram na escola, Bruce continuava tentando puxar conversa com ele. Porém, hoje ele decidiu falar um pouco mais sobre o que ele fez nesses três anos que estivemos separados.
Assim havia se mudado de Denver para Phoenix. Ele entrou na Liga Junior de Baseball. Isso deixou Finney surpreso, entrar em uma liga profissional era seu sonho, que ele sabia que não alcançaria. Bruce ficou na Liga Junior até a idade limite, aos 14, ele decidiu não concorrer a Liga Sênior, embora seus pais protestarem para ele o fazer. Ao invés disso ele conseguiu uma bolsa de estudos em uma escola de alto renome . Finney não acreditou quando ele disse qual escola de Phoenix ele havia entrado. Chamar aquele garoto de gênio é pouco.
Por fim, perto de fazer 16 anos, saiu da escola em Phoenix e voltou para Denver.
-Não entendo, por que você voltou para cá?- perguntou Finney. Pela primeira vez desde que Bruce havia voltado ele estava genuinamente curioso.
-Tenho meus motivos- respondeu com um sorriso.
-Sério, eu não te entendo. Você tinha a vida ganha e largou. Espero que seja por um motivo plausível.
Enquanto andava Bruce o encarou com um sorriso.
-E tem.
Aquela expressão penetrou o inconsciente de Finney e o deixou sem graça. Os dois garotos estavam andando até o ponto de ônibus até que ele avista uma cabeleira loira conhecida. Finney corre e topa em seu ombro.
-Opa- murmurra o outro em surpresa.
-Hey- Finney sorri- Assaltando alguém?
-Não, só vou tomar um sorvete e ir no fliperama.... ei, desde quando eu deixei você falar comigo em público, tapinha?- pergunta ele.
-Desculpa majestade- rebate Finney sorrindo.
Ele viu um sorriso no canto do rosto no outro.
O menor já havia percebido que por trás da natural carranca de Vance, ele tinha um lado simpático.
O loiro olha para algo atrás dele.
Ele já havia esquecido de Bruce.
-Oi- diz Bruce sorrindo.
Vance apenas gesticula com a cabeça.
-Seu amigo? -
Finney e Vance respondem ao mesmo tempo.
-Sim- responde Finney.
-Não- responde Vance.
O cacheado revira os olhos.
-Você bem que podia me convidar pra ir no fliperama ou fumar uma erva. Você é um amigo muito falso- provoca Finney.
-Não me provoca tampinha- rebate Vance.
O menor tentou falar em leitura labial.
'Me tirar daqui'
Só que o outro não entendeu.
-Você tem amigos interessantes, Finney- diz Bruce atrás dele.
Finalmente uma lâmpada acende na cabeça do loiro.
Vance puxa o ombro do menor tirando a mão de Bruce do ombro do menor.
-Tira a mão do ombro dele esquisitão, o nanico tá incomodado.
Bruce fica surpreso com a atitude por um segundo,mas logo depois volta ao seu estado calmo normal.
-É mesmo?
Vance leva o garoto a alguns metros de distância de Bruce para que não pudesse ouvi-lo.
-O que tá rolando com esse idiota com você e esse esquisitão?
-Nada, eu só não quero ficar perto dele.
Uma pausa.
-Ele é o meu antigo amor.
O rosto de Vance se modifica de forma indecifrável para Finney.
-Esse garoto, os olhos dele, parece que ele queria me cortar vivo só porque toquei no seu ombro. 
-Ele é assim, me força a fazer coisa que eu não quero.
-Te forçar? É só você dizer não é pronto e se ele insisti você da um chute no saco dele.
Um leve sorriso aparece no rosto do cacheado
-Eu não posso proteger você sempre, tapinha, você vai ter que resolver seus problemas sozinhos.
-Certo.
O ônibus chegou. O cacheado se despede do loiro. Ao entrar no veículo o solavanco do motou faz o garoto se desequilibra, mas a mão do asiático o mantém em pé.
-Te peguei, não se preocupe, você não vai muito longe.

Ao descer no ponto, ambos os garotos precisavam andar três quarteirões até suas casas.
Bruce expirava o ar com grande satisfação.
-Essa rua não mudou nada, está exatamente como lembrava- disse ele- O ar seco e cheiro de vegetação, senti falta disso.
-Não tinha isso em Phoenix?- indaga Finney.
-Phoenix é uma cidade muito quente, raramente chove. Fora que é muito mais movimentada que Denver.
Eles passavam por um antigo e interrogado parquinho infantil, com caixa de areia, balanço, gangorra, escorrega, play ground.
-Olha, se lembra que brincávamos aqui?- pergunta Bruce.
-Sim- responde Finney
-Brincávamos de pique esconde aqui.
-Sim e sempre quem procurava...
-Era o garoto ruivo- complementa Bruce.
Ambos riem.
-Também lembro desse balanço, você tinha dele, achava alto demais para você.
O menor se sentiu indignado.
-Isso é mentira.
-É verdade, uma vez você chorou porque te empurraram alto demais.
Bruce estava curtindo com a cara dele, poucas vezes viu ele fazer isso- Aposto que se mija de medo até hoje.
-Está me desafiando Yamada?- indaga Finney de forma incitadora.
-Estou sim, Blake- rebate Bruce com um sorriso perulante no rosto.
O garoto se senta no grande balanço. Ele percebeu que as corrente que seguravam o suporte do brinquedo eram muito grande, daria fácil para se balançar a uns seis metros do chão.
Ele começa a se movimentar para frente e para trás. Cada vez ficando mais alto e seu pés a cada vez mais inclinados para cima, foi então que sentiu um grande empurrão atrás de sí, que jogou o banco do balanço para o alto. Ele soltou um grito, sentiu que ia cair do brinquedo, mas se segurou firme até aterrissar em segurança no chão. Bruce pousou as duas mãos em suas costas, Finney estava ofegante.
-Eu disse que você tinha medo- murmurou um Bruce risonho e convencido.
-Por que você me empurrou tão forte?!- gritou Finney em furia- Eu podia ter caído,
O cacheado deu uma cotovelada nele por trás.
-Ei! Ei! Calma Finney! - exclamou Bruce.
O maior tentou colocar uma mão no ombro do outro, porém o menor começou a se afastar. Finney estava inquieto e Bruce tentava a qualquer custo tentar acalma-lo. Ele acabou pegando os pulsos do outro, mas ele os puxou de volta com tanta força que acabou se desiquilibrando e caindo no chão. Ele acabou sentindo o impacto do corpo de Bruce sobre ele tirar todo o ar do seu corpo.
-Você não mudou nada mesmo ...ouch- murmurou Bruce.
-Sim, eu mu..dei- rebate um Finney ainda tentando recuperar o fôlego.
Lentamente o japonês se levantou, mas ao invés de ficar de pé, ele manteve entre o garoto caído no chão.
-Eu também mudei e por sua causa- diz ele veementemente- O que tínhamos...
-Não tínhamos nada Bruce, lembra? Você nunca quis nada sério comigo e quer sair de cima de mim?
O outro garoto o obdesce, o cacheado se levanta.
-Mas a gente se gostava, você sabe que temos um sentimento forte um pelo outro.
-Tinhamos- corrigiu Finney- É você estragou tudo.
Ele tentou dar meia volta, mas Bruce pegou sua mão.
-Não me diga que não sente mais nada, porque eu vejo nos seus olhos, sei que é mentira.
A mente do cacheado estava nebulosa. Tudo aquilo estava acontecendo rápido demais e ele não sabia o que responder.
-Bruce...- ele encara o outro nos olhos- Você foi o meu primeiro amor. Meus sentimento por você são verdadeiros, tanto naquela época como agora, e é por isso que eu te odeio.
O outro o solta e deixa ele ir embora.

Nota do autor:
Quem é vivo sempre aparece, né?
Kkkkkkk desculpem a demora, vou tentar postar sem pausas até terminar a fic 🙏

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2023 ⏰

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