Nunca, Jamais, em Tempo Algum

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— Você pode ao menos tirar seu prato da mesa, Adrien!
— me desculpe, eu esqueci. — corri de volta para a cozinha, e levei o prato para a pia, Luka estava estressado novamente.
Voltei para o escritório, tinha muita coisa para terminar até amanhã. A Chegada de Hugo e Emilie tinha deixado tudo uma loucura, era extremamente difícil trabalhar com aquelas coisinhas fofas choramingando e sacudindo os bracinhos minúsculos. Então nos revezavamos para pegar nossos filhotinhos no colo, o que deixava Emma e Louisy com ciúmes, porque também queriam pegar os bebês, mas eram muito pequenas para isso. Apenas quando estavam sentadas na cama colocavamos os bebês no colo das irmãs mais velhas.
— O que você fez agora Adrien? que Luka está resmungando pela casa? — Tirei os óculos e coloquei sobre a mesa, e fiz sinal para que Marinette me passasse Hugo.
Tinham apenas três semanas, mas eram grandes para gêmeos, ainda mais pelo tamanho da mãe. Hugo se espreguiçou nos meus braços, um garoto lindo de cabelos escuros, e não resisti a esfregar seu narizinho minúsculo com o meu, achava maravilhoso a forma como ele sempre tentava pegar meu nariz com a boca, achando que era mais um lanchinho da mamãe.
— ele deve estar apenas cansado de estar em casa com as crianças. Por mais fofas que sejam, são 4 crianças, e você sabe que as meninas estão na fase de testar os limites, e a paciência. — respondi, brincando com Hugo, o único menino da casa, que com certeza sofreria nas mãos das irmãs.
— Adrien... a quanto tempo vocês não dormem juntos? — engasguei com a pergunta dela. Fazia um pouquinho de tempo, com certeza. — Adrien?
— bem... uns ... dois meses? — não queria admitir aquilo, mas não fazia sentido mentir.
— vocês não estão... — admitir aquilo era vergonhoso, e preferi que ela não terminasse a frase.
— não, você não pode, não é justo que nós dois tenhamos isso e você não. — eu tinha conversado sobre isso  com Luka, e embora ele não tivesse ficado feliz com a notícia, estava respeitando minha decisão.
— não é justo você privar o Luka de uma vida sexual decente só porque eu não posso, quem está em puerpério sou eu, não vocês dois.
— não acho justo com você...
— por favor Adrien, eu tive dois bebes enormes, dois, a última coisa que estou pensando é em sexo, então vocês dois façam o favor de se divertir. — Ela levantou e retirou Hugo dos meus braços, agora ele dormia tranquilamente. — eu vou dormir no quarto dos bebês hoje, trate de se resolver com o seu marido.
— Você não pode decidir isso assim.
— eu não vou dormir entre vocês até que se resolvam, e você sabe como é confortável dormir no quarto dos bebês. — como sempre, minha esposa não deixou margem para discussão, apenas saiu dali levando nossos filhos.

Não me parecia certo aproveitar aquilo sem ela, embora cada dia ficasse mais difícil estar perto dos dois. Eu tinha que me aliviar sozinho no banheiro, mas até mesmo isso é um problema quando você tem quatro crianças em casa, mesmo que duas delas ainda não andem, e não te procurem o dia todo, gritando até que você abra a porta, independente do que estiver fazendo. Definitivamente crianças não sabem o que é privacidade, mas apesar desse inconveniente elas são a melhor coisa que fizemos. Somente lembrar delas me fez abandonar o trabalho e ir até o quarto dos bebês.
Marinete ainda não estava lá, mas Hugo já dormia em seu berço,  ao lado do berço de Emilie. Os dois não eram gêmeos idênticos, embora ainda fossem muito parecidos, os cabelos de Hugo eram negros como os de Marinette, Emilie tinha os cabelos mais claros, seriam castanhos como os de Luka, ambos eram gordinhos e fofos, com os olhos grandes e azuis levemente puxados, não dava para definir se continuariam puxados, como os de Mari, ou suavisariam com o tempo.
Me arrisquei a acordá-los ao me abaixar sobre a grade para beijá-los, mas era irresistível beijar suas bochechas, já me bastava não poder beijar suas boquinhas minúsculas e as mãozinhas fofas, pelo menos as bochechas não me escapariam. Respirei fundo, poucas coisas são tão gostosas quanto o cheiro de pele de bebe, era muito difícil parar de cheirá-los. Sai do quarto com relutância, dando uma última olhada antes de encostar a porta, e fui direto para a porta ao lado.
Aquele quarto era muito mais alegre do que o primeiro, com muitas luzes e brinquedos espalhados. Era como andar em uma campo minado. Me desviei com cuidado dos brinquedos e caminhei até a cama, havia duas camas no quarto, mas elas dormiam juntas, Emma sempre corria para a cama de Louisy. Era fofo vê-las dormindo abraçadas, embora dificultasse na hora de levá-las ao banheiro de madrugada.
As meninas se mexeram no sono quando Luka se aproximou,  pisou em um super herói, que gritou e começou a brilhar no quarto, mas não acordaram.
_ desculpe — ele sorriu, me abraçando ao observar nossas garotinhas loiras.
_ precisamos convencer a Mari a contratar ajuda em tempo integral, nenhum de nós consegue trabalhar direito com quatro crianças e a casa.
_ faz semanas que não entro no ateliê, muito menos fabricar alguma coisa. E a Louisy me pediu para tocar violino, eu estou tentando ensinar no meu, mas o ideal seria fazer um menor para ela.
_ você pode comprar um pra ela, e depois você faz quando tiver tempo, pode até ser um projeto de vocês dois.
_ seria divertido construir isso juntos, mas vai demorar até que ela possa fazer. E ainda temos um problema com a Emma, porque está começando a bater com os talheres pelos móveis, e eu acho que logo teremos que conseguir uma bateria para ela.
_ eu sempre gostei de bateria, qual o problema dela tocar bateria?
_ o problema é que agora temos dois bebês, e uma criança de quatro anos tocando bateria não vai deixá-los mais calmos.
Me virei novamente para as meninas que dormiam como anjinhos na cama, eram idênticas, iguais a mim e a Félix naquela idade, iguais as fotos de minha mãe e tia Amelie. As duas estavam com pijamas de gato, um kigurumi que Mari tinha costurado para elas, Emma dormia com os olhos parcialmente abertos, deixando a mostra o verde da íris. As duas eram tão iguais que provavelmente teríamos problemas em diferenciá-las, e se fossem pestinhas o suficiente, como tudo indicava, elas com certeza trocariam de lugar várias vezes para nos enganar, como eu e Félix costumávamos fazer.
_ Eu sempre acho que os traços delas parecem comigo _ Luka disse em um sussurro, e eu o abracei,
_ gosto de pensar que elas são parecidas com você, porque também acho que os bebês são parecidos comigo, que os olhos azuis são os de minha mãe, prefiro pensar que os quatro são nossos, independente de quem seja os pais biológicos deles, são os nossos filhos.
Segurei sua mão e o puxei com cuidado do quarto. Ao passar pela porta do berçário ouvimos a voz de Mari cantarolando para os bebês, mas não paramos para lhe desejar boa noite.

Fechei a porta do quarto atrás de mim,  sem trancar, e logo empurrei Luka para a cama, ele se deixou cair no colchão, arfando antes mesmo que começássemos qualquer coisa, então me puxou para a cama, arrancando minhas roupas com ferocidade. Colaborei com ele, ficando nu antes de ajudá-lo com as próprias roupas.
Eu estava com saudades daquilo, mas não esperava que fosse tanta assim. Cada toque,  por menor que fosse, queimava minha pele e me fazia gemer, Luka ria de meu desespero, mas ele mesmo não estava em melhor estado.
Deitei meu corpo sobre Luka, pressionando minha ereção contra a dele. Aproveitando a sensação gostosa de virilidade, que somente tê-lo duro para mim proporcionava.
Deslizei sobre ele, como se de fato estivéssemos fodendo, e o beijei com urgência, procurando o piercing de sua língua, sentia falta do roçar suave daquela bolinha deliciosa, e aquilo era tão bom, sua boca na minha, nossos corpos se esfregando, que tive que me afastar para não terminar ali mesmo, e decepcionar Luka, que esperava por isso a semanas.
Seus cabelos azuis se sacudiram em protesto quando me afastei dele, mas não fui longe, apenas me abaixei entre suas pernas e o abocanhei com pressa.
_ Ah.. Adrien _ ele gemeu alto quando o chupei. _ que saudade dessa boquinha gostosa.
Gemi com ele na boca, ainda mais quando seus dedos começaram a massagear meus cabelos, e fui mais rápido, colocando-o até a base. Quanto mais rápido eu ia, mais Luka gemia, e aquilo me deixava ainda mais duro e com mais vontade de chupá-lo.
A urgência de Luka só me deixava mais excitado, e foi a gota d'água quando agarrou meus cabelos e me forçou mais contra ele, indo mais fundo em minha boca. Tive que me segurar para não fode-lo ali mesmo.  Em vez disso, deixei que me pressionar mais, movimentando o quadril contra mim com uma urgência quase violenta, até jorrar com força, gemendo meu nome. Chupei uma última vez, antes de engatinhar novamente sobre ele e levantar seus joelhos, deslizei tão fácil para dentro de Luka que não pareciam semanas que não fazíamos isso. Novamente aqueles gemidos maravilhosos, que me faziam latejar.
Céus, como eu estava precisando daquilo, estar dentro dele novamente, a sensação de fazê-lo chegar ao orgasmo. Só era uma pena que, para nós, os orgasmos não eram como os se Mari, que podiam ser consecutivos, vários em uma noite, mas se pudéssemos ter metade dos orgasmos dela provavelmente teríamos problemas sérios por não sair da cama.
Segurei sua cintura, puxando seu corpo contra o meu para ir ainda mais fundo nele, cada vez mais rápido, tão apertado que era difícil continuar entrando e saindo sem que eu mesmo terminasse.  Me movi mais, de novo e de novo e de novo, até não aguentar continuar. Relaxei os músculos quando finalmente gozei dentro de meu marido, e com a respiração ofegante me deitei sobre ele.
_ Desculpe, só uns minutinhos e eu já continuo._ Apoiei o rosto na dobra de seu pescoço, sentindo seu cheiro enquanto recuperava  o fôlego, adorava seu cheiro almiscarado. Beijei seu pescoço, passeando com as mãos sobre a barriga definida.
Desviei os olhos para a porta quando a ouvi ranger, e fizemos sinal para Mari se juntar a nós, mas ela negou e foi para a poltrona de Luka, que ultimamente era seu lugar preferido para amamentar. Cruzou as pernas sobre o acento, bebericando uma caneca de chá.
_ Acho que alguém quer um showzinho._ Disse, sorrindo ao puxar meu rosto para um beijo quente. Seus braços me envolveram e fui jogado sobre a cama, ficando por baixo dele.
Luka deitou sobre mim, o peso reconfortante de seu corpo já me excitando novamente, segurou meu rosto pelo queixo, me fazendo levantar a boca em sua direção, mas em vez de me beijar apenas lambeu meus lábios, depois virou meu rosto para Mari
— não é a coisa mais linda, o nosso modelinho? — Sua atitude mudou totalmente com a presença dela no quarto. Se antes tinha se posto à minha mercê, agora queria mostrar a ela quem estava no comando.
_ Sim, ele é excepcionalmente lindo. — nossa esposa concordou, a atenção totalmente voltada a nós.
_ o que será que eu devo fazer com ele em?
_ eu acho que você deve fode-lo. — afirmou, com um sorriso malicioso.
_ mas... como? _ ele lambeu meu rosto, me exibindo para Mari.
_ nosso loirinho vai adorar se você fode-lo de quatro. _ afastou o corpo do meu, dando espaço para que virasse de bruços.
_ você quer ver esse rostinho de anjo se contorcendo, não é? _  ele me puxou pelos cabelos, me fazendo olhar direto para Mari, enquanto se esfregava em mim.
_ com certeza eu quero. _ sem aviso ele se jogou contra mim, entrando tão fundo que gritei de prazer com sua primeira investida, fazendo com que Mari apertasse as pernas uma contra a outra, e abrisse a boca, em um gemido silencioso, como se Luka estivesse nela, e não em mim.
_ você gosta que fodam o seu maridinho, não é? _ suas mãos grandes me seguraram fortemente pela cintura, quando se precipitou novamente contra mim, e gemi baixinho para eles, fechando os olhos e me deliciando com a sensação de tê-lo em mim, seus gemidos altos me deixando ainda mais sedento.
_ eu amo quando você cuida do meu gatinho _ Abri os olhos quando os dedos dela coçaram atrás de minha orelha, como se eu fosse seu pet, então virei a cabeça e ronronei, esfregando o rosto em sua mão, como um gato.
_ olhe pra ela, Adrien. _ Luka Puxou meus cabelos novamente, me fazendo erguer o rosto para Mari, que se abaixou para me beijar, ainda coçando atrás de minhas orelhas.
Ela encostou a testa na minha e fechou os olhos, e eu sabia que ela queria sentir minha respiração, e o impacto de Luka sobre meu corpo. Ele aumentou o ritmo novamente, me estocando mais forte, me fazendo gemer com os lábios colados ao dela.
_ Acho que alguém precisa de uma ajudinha, meu amor. _ ela disse a Luka, enquanto afastava o rosto do meu e se sentava ao nosso lado na cama, então senti sua mão, ainda quente da caneca de chá, se fechar sobre minha ereção, e ela se movimentou ao mesmo ritmo de Luka, me fazendo gemer mais alto e arquear a coluna quando não aguentei e deixei  que o prazer absurdo me dominasse, sujando sua mão e os lençóis da cama. Com um urro Luka jorrou em mim, se movendo até ter derramado sua última gota.
Deitei de lado na cama assim que Luka se retirou, e deitou parcialmente sobre mim, Mari sorriu para nós dois, lambendo os dedos sujos e doces. Então nos ofereceu, como se oferecesse um cookie, eu recusei, mas Luka pegou sua mão e lambeu.
_ delicioso._ ele disse com um sorriso pervertido.
_ vocês dois são bizarros – falei escondendo o rosto na cama.
_ e você ama isso. _ mari beijou Luka, esfregando a mão suja nos cabelos de seu peito.
_ Vamos tomar um banho?
_ já está quase na hora de amamentar novamente...
_ dá tempo de um banho rápido, prometo não colocar as mãos em você. _ Mari ainda estava desconfortavel sobre sexo, e essa tinha sido a primeira demonstração de interesse depois do parto.
_ PAPAIII_ passos leves soaram no corredor, e nos levantamos apressados para colocar as roupas, então as batidas soaram na porta e eu apagei a luz antes de abrir e encontrar Louisy, ou era Emma? Em nossa porta.
_ o que foi gatinha, teve um pesadelo? _ Luka pegou Louisy no colo, e a aninhou nos braços fortes, ela colocou o polegar na boca, e com a outra mãozinha enrolou os dedos nos cabelos azuis, se aconchegando para dormir.
_ eu também quero dormir aqui _ Emma era tão silenciosa que não a ouvimos chegar. Peguei nossa outra garotinha no colo.
_ o que vocês acham de irmos para o quarto de vocês e eu leio um livro para dormirmos?_  Emma assentiu, e deitou a cabeça no meu ombro.
Aninhamos cada uma em sua cama, dividindo o espaço com elas, e peguei um de seus livros favoritos, "Nunca, Jamais, em Tempo Algum". Minha pequena se aninhou em meu braço.
" Na ventosa terra dos pequenos rodopiantes,
Grande Nasceu...
Grande sentiu o gostoso ar da aventura chamando-o para brincar, enquanto via os pequenos flutuarem na brisa, leves, alegres e felizes.
...
Na ventosa terra dos pequenos rodopiantes, começou a soprar uma brisa forte como Nunca, Jamais, em Tempo Algum se Viu.
Virou uma ventania, e o vento trouxe uma chuva fria.
...
Na terra de pequenos, grandes e altos...
os pequenos são alegres,
os altos são rápidos e flexíveis,
grande é robusto e forte..."

_ dormiram _ Luca disse levantando da cama. _ eu gosto desse livro. temos as pequenas rodopiantes, que são alegre, você é Alto, rápido e flexível, e eu sou Grande, robusto e forte.
_ e humilde._ completei rindo.
_ eu nem disse que sou lindo, embora eu seja também. _ me abraçou enquanto ria baixinho.
_ Vamos de uma vez para o banho, eu estou nojento.
Abrimos a porta do quarto com cuidado, Mari dormia, sobre os lençóis recém trocados.

_ vamos deixar ela descansar, daqui a pouco os bebês acordam.

Quando saímos do banho Mari não estava mais na cama, preparei um chá, para mantê-la acordada enquanto amamentava, e coloquei os bebês no berço quando terminaram, Luka já tinha pego no sono quando finalmente nos deitamos para dormir.
Olhei os dois, uma cama gigante e eles dormiam juntinho, os dois ao alcance do meu braço. As coisas estavam corridas, e às vezes ficavam estranhas, mas sempre dávamos um jeito.
A empresa de Mari, que começamos juntos, o ateliê de Luka, que no momento estava mais nas mãos dos funcionários. As rondas pela cidade tem ficado nas mãos de heróis mais novos, e as lutas de verdade, cada vez mais raras. A caixa estava novamente no templo, e Mari manteve as memórias, contanto que não tirasse o medalhão. E o principal, tinhamos nossas quatro crianças maravilhosas.

É uma vida corrida, mas, ao contrário do que Luka tinha achado a anos atrás, nós fizemos dar certo, é a vida que queríamos, e estamos felizes com tudo o que construímos, afinal, o que poderia dar errado? Éramos Super Heróis, LadyBug, Viperion e ChatNoir, e não tinha nada que não pudéssemos enfrentar juntos.



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