Parte 3 - Adrien - Enjoy the silence

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A primeira coisa que vi quando abri os olhos foi o sorriso dela, sereno e lindo. Deveria estar tendo um sonho muito bom, me fez sorrir também, ela sempre me fazia sorrir. Sempre que olhava para Mari me sentia dessa forma, e não conseguia acreditar que houve um tempo em que ela era apenas minha amiga, em que eu me contentava apenas com aquilo, sem notar que a felicidade estava bem ali, por sorte aquele tempo tinha passado, e eu não tinha apenas uma pessoa maravilhosa, mas duas.

Ergui os olhos para observar Luka atrás de Mari, mas ele não estava mais na cama, era cedo, mas Luka gostava de correr às vezes. Saí da cama e fui ao banheiro, antes de ir preparar o café da manhã. Notei que a cafeteira de Luka estava desligada, normalmente ele tomava uma xícara antes de sair, liguei a cafeteira e coloquei o café, comecei a preparar panquecas com xarope de bordo, e fiz suco de laranja, para mim e para Mari. O cheiro de café logo a tirou da cama, e ela caminhou sonolenta até a sala, sentando a mesa antes mesmo de escovar os dentes.

_ onde está Luka?_ perguntou depois de me dar um beijo.

_ deve ter saído para caminhar, daqui a pouco está de volta.

_ os tênis ainda estão ao lado da porta._ me virei de costas, os tênis de corrida estavam em seu lugar.

_ não sei então _ dei de ombros.

_ isso está uma delícia, Adrien _ ela falou de boca cheia, me deixando muito feliz, porque nunca fui um cozinheiro tão bom quanto os dois.

Peguei o chantilly na geladeira e coloquei uma generosa porção sobre minhas panquecas, notando o olhar de desaprovação.

_ Chega Adrien! você não pode exagerar no açúcar só porque está estressado.

_ eu não estou estressado, e eu gosto de chantilly na panqueca, só isso. _ aquilo estava mesmo delicioso, mas mastiguei com peso na consciência, mesmo que eu não fosse realmente engordar, mesmo que comesse todo o chantilly. _ tá bom, eu faço mais vinte minutos de abdominais, feliz agora?

_ vinte minutos? isso não queima toda a gordura que você está comendo a mais.

_ então eu faço, flexão! com você nas costas. _ limpei o chantilly do canto da boca com a língua e sorri para ela.

_ duvido que você consiga. _ eu sabia que ela estava só me provocando, mas acabei com minha panqueca em duas garfadas e a puxei da cadeira. Afastei o sofá, liberando espaço no tapete e tirei a camisa, me deitando no chão.

_ pode subir.

_ não, você vai se machucar só pra dizer que é tão forte quanto o Luka.

_ eu sou tão forte quanto ele, só sou menor, agora sobe. _ ela tentou escapar de mim, rindo, e tive que puxar seu pé, fazendo com que caísse sobre meu colo _ se eu conseguir fazer isso, você lava a louça.

_ que bom, eu não estava afim de estragar as unhas lavando louça hoje. _ uma piscadela provocante e um rápido selinho foi tudo o que ganhei antes que ela levantasse, e me deitei novamente. 

Dessa vez ela logo se sentou em minhas costas, as pernas esticadas do mesmo lado de meu corpo tiravam um pouco do equilíbrio, mas ela era extremamente leve, as flexões foram tão fáceis quanto eu esperava. Mari ria e se segurava em meu pescoço, para se equilibrar.

_ tá bom, eu retiro o que disse, você não é um magrelo sem músculos.

_ você não disse que eu era um magrelo sem músculos, é isso que você pensa de mim é?

Ela correu da sala rindo, e voltou para a mesa, logo pegando seu copo de suco, para que eu não pudesse atacá-la.

_ por me chamar de magrelo sem músculos você vai fazer o jantar também. _  mostrei a língua para ela e voltei para meu lugar na mesa. 

Amor Em Três PartesOnde histórias criam vida. Descubra agora