𝐏𝐚𝐢 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 - 𝘑𝘦𝘭𝘭𝘢 𝘢𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘵𝘪𝘰𝘯

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Eu conheço uma garota, ela é como uma maldição
Nós queremos um ao outro, mas ninguém quer assumir primeiro
Tantas noites tentando encontrar alguém novo
Elas não significam nada comparados a ela, e eu sei

Shawn Mendes - Why

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Bella Hadid.
•30 de Agosto de 2020.
Beverly hills, LA, USA.
Casa.

Fazia três horas desde que Sean saíra de casa. Já havia anoitecido, eram pouco mais de nove, e eu já tinha ligado para ele mais vezes do que poderia contar. Moranguinho não parava de chorar, e eu o sentia mais quente. Quando medi sua temperatura e estava à beira dos trinta e nove, decidi que não poderia mais esperar. Teria eu mesma que levá-lo a um hospital.

Colocando-a no berço, comecei a reunir nossas coisas, a buscar um casaquinho e um gorrinho para pôr nele, já que a noite estava fresca, colocar uma calça jeans em mim e um suéter. Comecei a vasculhar a casa inteira em busca do meu celular para chamar um táxi quando a campainha tocou. Cheguei a suspirar aliviada, acreditando que se tratava de Sean com os remédios, o termômetro e, principalmente, com o carro para nos levar à emergência.

Só que o alívio tornou-se ainda maior quando eu vi que se tratava de Justin. Eu devia ser forte, porque meu filho precisava de mim, mas tudo o que fiz foi desmoronar. O choro veio convulsivo, destruindo-me por dentro, e ele, sem perguntas, me puxou para seus braços. Deus... como era bom ser abraçada por ele.

- Eu te vi da janela se arrumando meio desesperada. Logo vi que tinha algo errado. O que houve? Theo não melhorou? - ele explicou enquanto ainda me apertava contra si, e tudo o que minha mente enevoada conseguia pensar era que ele era atencioso ao ponto de perceber aquele tipo de coisa, mesmo através de uma janela.

- Não. Ele está ardendo em febre. Vou levá-lo ao hospital.

- Cadê o babaca? Não vi o carro dele aqui parado.

Cheguei a me envergonhar da resposta, porque sabia que seria julgada. Sabia que ele iria levantar a merda da plaquinha do EU AVISEI, e eu não poderia fazer nada a não ser concordar.

- Não voltou.

- Ainda? - Percebi Justin mordendo a língua para não ser grosseiro ou impertinente, e eu o amei ainda mais por isso. - Pega suas coisas. Eu levo vocês ao hospital.

Nem argumentei. Justin disse que iria buscar as chaves de seu carro em casa e que me encontraria lá fora em dez minutos. Nós nos encontramos em cinco. Nenhum dos dois parecia querer perder tempo. Para a minha surpresa, vi que ele tinha acoplado uma cadeirinha de bebê no banco traseiro de seu carro em algum momento durante aqueles dias em que não nos vimos. Percebendo minha surpresa, ele se apressou em explicar:

- Eu quero vocês, Bella. De verdade.

Se eu já estava chorando, naquele momento eu realmente desabei. Então Justin tirou meu filho dos meus braços, com todo o cuidado e ternura, colocando-o na cadeirinha, enquanto ele não parava de chorar.

- Calma, Moranguinho... mamãe e tio Justin vão te levar no médico para ficar bom, tá? - Ele deu um beijinho na testa de Theo, e nós dois corremos para entrar no carro. Enquanto manobrava para sair, ele colocou uma das mãos sobre a minha, afirmando com uma voz cálida e gentil. - Ele vai ficar bem, pequena. Vai ficar tudo bem.

Apenas balancei a cabeça, me sentindo um pouco boba. Só que era a primeira vez que Theo me dava um susto como aquele, uma vez que era uma criança sempre muito saudável. Mas eu não queria que nada daquilo estivesse acontecendo. Queria meu filho bem, em casa, comigo, brincando, dormindo sereno e feliz.