Eu não....

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Nós vamos rápido, até que eles não consigam nos acompanhar
Quem sabe porque que tem que ser assim
Não dizemos nada além do necessário
Eu digo: Vamos para sua casa,
quando sairmos

Rihanna - This what you came for

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Bella Hadid.
• 18 de Julho de 2020
San Diego, CA, USA.
Casa dos pais.


Ficava difícil decidir se Justin combinava mais com o terno bem cortado com o qual chegou à casa dos meus pais ou com a camiseta branca, gola V e a calça jeans que realçava sua bunda de forma indecente. Aparentemente, as mulheres da minha família deveriam estar tendo o mesmo monólogo interno. E não era só isso. Eu estava me esforçando muito para ficar indiferente a tudo, mas era impossível. Os sorrisos largos, a gargalhada gostosa, principalmente quando Bruno dizia algo espirituoso, os olhares que dirigia a mim através da mesa, já que estávamos de frente um para o outro, a forma como tratava a todos... Justin era perfeito. Claro que provavelmente tudo fazia parte de sua encenação para conquistar meus pais e mostrar a eles que eu estava muito bem encaminhada, mas eu não podia deixar de me sentir envolvida.

- Ah, mana... me conta... como vocês se conheceram? - Gigi interrompeu o assunto anterior, que era uma piada bem boba que Zayn estava contando, para voltar-se para nós. Tudo isso enquanto se servia de um pouco mais de maionese de batata. Olhei para Justin, sabendo que na maioria das coisas não precisaríamos mentir, mas precisávamos ter em mente que minhas tias não sabiam que ele não era pai da Justin.

- Justin é irmão da minha melhor amiga - respondi apressada, lançando- lhe uma expressão que praticamente pedia que ficasse calado e me deixasse responder às perguntas.

- E o que você faz, Justin? - minha mãe perguntou, obviamente interessada em saber sobre a situação financeira do meu suposto namorado. Revirei os olhos, impaciente, e ela voltou-se para mim com um olhar de repreensão.

- Sou advogado, senhora - foi o que ele respondeu. Provavelmente não iria contar sobre os pormenores de sua demissão e a criação do restaurante, e eu quase sorri para ele por isso. Porque eu sabia que iria contar a versão da história que agradaria aos meus pais. Tanto que minha mãe sorriu, com os olhos brilhando se é que eles já não estavam antes, pela beleza de Justin, aparente satisfeita com a minha "escolha". Mas eu não tinha vergonha da verdade. E não iria minimizar os desejos e as conquistas de Justin daquela forma.

- Justin trabalhava em um dos maiores escritórios de advocacia da Califórnia, mas pediu demissão e está caminhando para abrir um restaurante. - O silêncio na mesa fez minhas entranhas se revirarem. Mas de uma forma boa. Eu estava pouco me lixando para a opinião daquelas pessoas, com exceção de Gigi e das pobres das minhas tias que não tinham nada a ver com a história. Minha mãe me mandara aparecer com um homem, e eu tinha levado um bem adequado em todos os sentidos. Ela não fizera exigências quanto à profissão.

- Acha que pode dar certo, rapaz? É muita coragem sua largar algo confortável para seguir por um caminho novo - meu pai perguntou com simpatia. Minha mãe continuava com a cara azeda, como se tivesse acabado de comer algo muito ruim.

- Estou confiante. Meus avós fizeram sua vida assim; foi com um restaurante que criaram minha mãe, meus tios, que construíram tudo o que tinham.

- De forma modesta, imagino - minha mãe soltou, com todo o seu veneno. Justin se remexeu na cadeira e olhou pra mim, como se pedisse permissão para ser um pouco mais enfático. Com um meneio de cabeça, liberei-o para que falasse o que quisesse

𝐏𝐚𝐢 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 - 𝘑𝘦𝘭𝘭𝘢 𝘢𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘵𝘪𝘰𝘯 Onde histórias criam vida. Descubra agora