No meu abraço

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Me chamar quando quiser, me chamar quando precisar
Me chamar pela manhã, já estou a caminho
Me chame quando quiser, me chame quando precisar
Me chame pelo seu nome, já estou a caminho, tipo

Lil Nas X - MONTERO

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Justin Bieber.
• 16 de Março de 2020
Beverly hills, LA, USA.
Casa.

Um bife chiava no grill, cheio de alho e bem temperado, na manteiga. O cheiro dançava por toda a casa, e por mais fumaça que fizesse valia a pena. Uma salada iria acompanhar, além de uma boa taça de vinho para comemorar que aquela seria a minha última semana de trabalho engravatado antes de eu seguir o meu sonho. Eu brindaria a Mário, meu amigo falecido, porque sabia que ele deveria estar orgulhoso pra caralho.

Tinha acabado de virar a bela peça de picanha quando a campainha da minha casa tocou. Lavei as mãos rapidamente, enquanto pedia para a pessoa esperar um pouco. Segurando um pano de prato, dei uma olhada na câmera e vi Bella lá fora. Abri o portão no botão do interfone e a vi aproximar-se, devagar, como se hesitasse. Porra, ela era tão linda. Abri a porta pouco antes de ela sequer precisar bater. Bella chegou a levar um susto, e nós dois ficamos um pouco em silêncio, envergonhados, meio perdidos.

- É uma má hora? - ela perguntou, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

- Não, claro que não. Estava preparando o meu jantar. - Parecendo desconfortável, ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, sorrindo constrangida.

- Então acho melhor eu voltar depois, né?

- Não, você pode ficar para jantar, inclusive. Kenny está com Theo?

- Sim. Não gosto de abusar, mas estou te devendo uma resposta, não estou?

- Sim, você está. Entre. Vou colocar outro bife para fazer.

- Não quero dar trabalho... - ela falou enquanto ia entrando.

- Odeio comer sozinho e gosto da sua companhia. - Bella deu uma risadinha, enquanto eu a acompanhava até a cozinha.

- Que foi?

- Você deve ganhar um monte de mulheres assim, né?

Enquanto abria a geladeira e pegava o bife que iria preparar, colocando-o sobre a bancada, Bella sentava-se em um dos banquinhos, esperando a minha resposta.

- Eu gosto de sexo, pequena. Muito. Saio com várias mulheres, confesso. Gosto do corpo delas, de como elas me fazem sentir na cama. Mas elogiar a companhia é algo que nunca fiz a nenhuma delas - respondi isso olhando naqueles olhos azuis encantadores, sem vacilar, porque queria que entendesse que, de alguma forma, havia algo de diferente naquela pequena marrentinha. Eu a via como alguém especial, fosse para uma amizade ou...

Não... que ideia, Justin! Nada de relacionamentos... você vai ajudá-la, o que vai torná-los AMIGOS. Apenas isso. Bella ficou em silêncio, sem responder, até que eu me virei de costas, para temperar o bife. Ficamos calados, por alguns breves minutos, apenas ouvindo os sons da carne sendo preparada, o que foi menos incômodo do que pensei.

- Como gosta do seu bife?

- Ao ponto para mal. - Olhei para ela por cima do ombro, com um sorriso, que me derretia.

- Meu tipo de mulher. - Com uma piscadinha retornei à minha tarefa, virando a carne e cantarolando qualquer música que surgiu na minha cabeça. Bella continuou em silêncio. Suspeitei que iria começar a falar quando estivéssemos à mesa, mas, mesmo depois de nos colocarmos frente a frente, com uma taça de vinho, para jantarmos, ela ficou calada. Ao menos gostei da expressão em seu rosto ao dar a primeira garfada.Na verdade, gostar era uma palavra muito insuficiente. Bella fazendo uma expressão de puro deleite e gemendo ao provar da minha comida provocou uma reação bem indesejada do meu pau.

𝐏𝐚𝐢 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐮𝐠𝐮𝐞𝐥 - 𝘑𝘦𝘭𝘭𝘢 𝘢𝘥𝘢𝘱𝘵𝘢𝘵𝘪𝘰𝘯 Onde histórias criam vida. Descubra agora