Capítulo 6- A crucificação

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Ethan

 Caminho vagarosamente pelos corredores, a arma engatilhada pronta para atirar em quem quer que cruzasse meu caminho, entro no enorme salão com bancos forrados e uma enorme estatua de Jesus em seu destino final na parede, sua cruz talhada na madeira com a imagem pareciam bem reais, no tudo estava escuro com exceção de uma pequena sala, estava preparado para o combate, mas nada me faria estar pronto para cena a minha frente, uma jovem noviça esta nua, suas mãos e pernas pregados a uma cruz desenhada na parede, seu rosto pálido e sua respiração descompassada me faziam ver tamanha agonia, corro ao seu encontro e a seguro para que os enormes pregos não danifiquem mais seus pulsos. 

- Detetive. - Seus olhos ensanguentados me olham pedindo socorro. 

-Irei te tirar dai, aguente apenas mais um pouco

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-Irei te tirar dai, aguente apenas mais um pouco. - Acariciei seus cabelos para que a mesma tivesse paz, seus olhos choravam lágrimas sangrentas. Minutos depois a Madre entra com meus agentes e uma ambulância, prontamente agem para que retirem com vida a jovem.

-Cristo, quem está fazendo isso? - Pergunta a senhora ao se ajoelhar no chão chorando com desespero, não sabia o que responder, apenas abracei-a. Assim que o corpo é retirado os enfermeiros confirmam a morte.

-3 horas da madrugada! - Ele fala para o outro. 

- Ela foi amordaçada até seu suspiro final, alguém queria que você ouvisse os últimos grunhidos de dor. - Fala Jonathan se aproximando de mim. - A pele de suas costas foram desprendidas, a única coisa que a seguravam no local foi uma costura fraca por grampos de parede. - Novamente meu estomago se embrulha.

-Algum versículo? -  Questiono-o ele apenas acena e me conduz até o local, em suas costas estava talhado "Em seguida os soldados o crucificaram e repartiram as suas roupas entre si, tirando a sorte com dados, para ver qual seria a parte de cada um. ( Mateus 27:35)". Enquanto examinava o cadáver ouço um grito que bem conhecia.

-Monique! - Olho imediatamente Angel se debate nos braços de um dos agentes, peço para que Jonathan assuma o caso e sigo até a menina, assim que libero os agentes para solta-la ela corre desesperadamente até onde o corpo estava, porém agarro fortemente fazendo com que ela gire, ela me agarra com força, abraça-me pelo pescoço e grita liberando toda a sua dor, suas pernas fraquejam e ela começa a ajoelhar-se, faço o mesmo sem quebra o contado. Beijo sua testa enquanto soluça, acaricio suas costas e seu cabelo, se pudesse tomaria toda a dor daquela menina para mim. - Por que fizeram isso com ela Ethan? - Pergunta. - Ela não tinha pecado algum, ela nunca teve uma família

-Não tente encontrar um porque, anjo. - Falo afagando seus longos cabelos castanhos que agora estão livre do hábito. - As pessoas são más e é apenas isso, sem mais nenhum porque. 

 Demoramos um longe período ali até que ela tivesse o mínimo de forças para se levantar, assim que o fez levei-a para seu quarto, a autopsia seria feita na delegacia, Jonathan sabia quando liberar o corpo e recolher as provas. Coloco a mesma na cama e sento ao seu lado, ela aconchega a sua cabeça na minha perna e volta a chorar baixinho.

-Estou com medo, detetive Willians. - Naquela posição parecia uma doce criança com medo do escuro, como poderia viver na terra um ser tão puro. 

-Angel, apenas Ethan. -Friso. - Não deixarei ninguém lhe fazer mau algum, isso é uma promessa. - Assim fico ali, sentado ao seu lado e acariciando seus lindos cabelos até ela adormecer. Assim que certifico que a mesma dorme calmamente, junto a arma e sigo em direção a saída, a Madre me olha preocupada do corredor. - Ela dormiu. - Assim concorda e sussurra um obrigada.

 Sigo para a saída do convento, entro no porshe e acelero o máximo que posso,  quinze minutos depois chego a delegacia, sou recepcionado pelo tenente que esta visivelmente abalado, chego ao necrotério para ouvir o que o perito tem a me relatar. 

-Detetive Willians. - Ele me cumprimenta. 

-O que pode me dizer? - Pergunto sem rodeios. 

-Ela foi sedada durante a crucificação, as marcas mostram um possível estrupo que foi confirmado com amostra de sêmen no corpo. - Me mostra os detalhes relatava com uma lanterna no corpo. - Provavelmente foi amordaçada, gritou em silêncio. - Fecho os olhos e respiro fundo. - Assim que o assassino constatou que não teria volta para a moça ele permitiu que a mesma desse seu ultimo grito de dor. 

- Hora da morte? - Aquele não era somente mais um ataque ao vilarejo, era algo pontual, a igreja católica e seus praticantes, era como se Sanctus quisesse se vingar dos pecados cometidos pelos servos o Senhor, mais do que nunca precisava de reforço dentro do convento, precisava defender a menina que me encantava. 

-Três da manhã. - Responde. 

- A hora do Anticristo. - Nos viramos para encontrar o olhar amargurado do padre Muniz, com seu crucifixo colado ao peito e sua bíblia embaixo do braço, se alguém ali devia cobrança de pecados esse alguém era ele. - Jesus Cristo foi crucificado ás três da tarde. 

-Nada mais justo que blasfemar crucificando uma freira as três da manhã, não é mesmo padre? - Completei me aproximando dele, em seu rosto havia um arranhão que chamou minha atenção, em seu pescoço um roxo bem conhecido por nós homens, então era aquele infeliz que transava com a noviça. - Vejo que andou por um canteiro de rosas e que deve ter batido seu pescoço, padre. - Ele arruma clérgima e limpa a garganta. 

-Não sei do que esta falando, detetive. - Mentiroso. 

-Talvez um chá na cozinha do convento possa refrescar sua memória. - Nossa conversa é interrompida quando o tenente entra na sala e me chama para conversarmos, acompanho ele até seu escritório. 

-Alguma novidade? - Ele senta evidentemente cansado, me arrumo na cadeira e me preparo para contar sobre o caso. 

- A sete anos atrás encontramos Sanctus, um assassino em série obcecado por passagens bíblicas e por pecados humanos. - Dei uma pausa para observar o homem a minha frente. - Ele matou sete pessoas por sete meses, sua marca registrada era retirar sua pele e gravar nela algum versículo sobre seu pecado. - Passei as mãos pelos meus cabelos. - Como viu não obtivemos sucesso em pega-lo. as provas eram mínimas e ele não havia deixado rastro. Os crimes pararam por sete anos, até você bater em minha porta. Sigo conversando com o oficial enquanto ele digere cada palavra dita por mim, as horas passavam e o que eu mais queria era seguir para o convento e me certificar de como Angel estava, antes de pegar o assassino, ela era minha prioridade. 


O Beijo das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora