Capítulo 5 - Perguntas sem respostas

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Angel

 Estávamos acabando acabando com nossos afazeres quando a Madre entra no local acompanhada pelo detetive Ethan, seu olhar misterioso e sua postura indiferente fazia com que o homem carregasse um ar de poder, impossível não notar sua presença naquele local.

-Angel, pode me acompanhar? - Diz a Madre me olhando com sua carranca diária, com seus cinquenta e cinco anos, seu cabelo um pouco grisalho e seus olhos castanhos. Concordo com a cabeça baixa e sigo para fora o local, não recordava o que poderia ter feito de tão errado naquele momento, talvez o detetive contará a ela sobre o caso de Ana que eu estava acobertando, aquilo seria meu declínio.  - Acompanhe nosso hóspede até a ala dos quartos. - Pediu assim que sai pela porta. 

-Claro Madre. - Sinalizo para o homem que me segue em silêncio, subimos as escadas, sentia meu corpo arder, me contive a virar para trás pois sabia que ele me olhava. Assim que chegamos ao seu quarto me pus a frente da porta. - Aqui será seu aposento, detetive Willians.

-Apenas Ethan! - Ele sorri me agradecendo, sigo até meu quarto e fecho a porta, meu rosto corado entregava o quanto ele estava mexendo com o meu juízo, tomo um banho e coloco minha camisola, ajoelho-me e peço perdão a Deus por estar desejando a presença de tal individuo. 

 Dois dias haviam se passado, nos encontrávamos vagamente nas refeições ou missas, ele sempre sentava comigo e mantinha sua curiosidade sobre minha crença. Rolo na cama sem conseguir dormir, o relógio marca duas e meia da madrugada, a imagem e o cheiro amadeirado não me saem da cabeça, odiava o que estava acontecendo, não entendi porque meu corpo correspondia tão submissamente. Decido descer até a cozinha, assim que entro no salão de jantar vejo Ethan parado na porta em silêncio, estava espiando algo, fiz o mesmo e me coloquei atrás dele sem que ele percebesse, não contive a surpresa quando vi Luna transando com alguém no balcão do ressinto.

-Por Deus, aquela é a Luna? - Ethan virasse assustado, mas logo se recomponhe  pedindo para que me calasse, assim o faço, desvio o olhar pois não queria ver a cena constrangedora, ao me afastar m pouco esbarro no armário que faz um barulho alto, o detetive me olha novamente repreendendo-me . - Desculpe! - falo imediatamente, nossos olhos se prender por um momento e quando olhamos novamente para frente, o casal não esta mais no seu ato. Ouvimos passos em nossa direção, o homem me puxa jogando-me dentro do armário de limpeza, ele entra e fecha a porta.

 O local era extremamente apertado para duas pessoas, nossos corpos colado um ao outro, Ethan deposita um braço a acima de mim enquanto o outro encontra impedindo que a porta se abra, pelo vidro fume apenas vimos o casal de antes se retirando, o detetive então virasse para mim, seus olhos fixos em meus lábios faziam minha respiração aceleram, podia senti-los -ressacados, assim passei a língua neles para molha-los, percebo que os batimentos dele se aceleram com o gesto e ele se aproxima, nossas bocas a centímetros uma da outra,  " O que estou fazendo", penso comigo mesma, fecho os olhos me entregando ao momento, mas antes que nossos lábios se encontrem um grito foi emitido pelas paredes de pedra. 

-Droga! - Diz e sai sacando sua arma, eu sigo atras dele, o medo toma conta de mim e sinto o frio alcançar meus pés que estão descalços, mais uma vez o grito de horror se faz presente, subimos a escada correndo. - Fique no seu quarto, Angel, tranque a porta. - Ele ordena e assim o faço.

Ethan

 Enquanto a noviça sobe os degraus da escada observo seu corpo pecaminoso que mesmo com o hábito não escondia suas belas curvas, para a minha felicidade a menina não olha para trás, tamanho constrangimento seria se ela notasse que a comia com os olhos.

- Aqui será seu aposento, detetive Willians. - Ela me diz com seu doce e inocente sorriso que mexia com a minha cabeça.

-Apenas Ethan! - Sorrio e agradeço, ela se vira e segue para seu aposento, permaneço na porta apenas para vê-la retornar dois quartos, então era esse o espaço me distanciava do paraíso, passo as mãos pelos cabelos e entro trancando a porta, o local era assustador, cruzes penduradas na parede junto com passagens bíblicas pintadas a aquarela fazia com arrepiasse cada pelo do meu corpo. - Isso não é para mim! - Digo enquanto guardo minhas roupas no roupeiro e organizo meus papeis.

 Alguns dias haviam se passado, por mais que quisesse que meu tempo próximo a noviça fosse integral, passava meu dia na delegacia, nos encontrávamos no almoço, janta ou nas missas, perguntar sobre sua fé era o me aproximava dela. Entro para meu quarto e reviso alguns papéis, meia hora depois guardo os documentos e me dispo para um banho, deixo o coldre e a arma ao meu lado, confiro a água que esta extremamente gelada, apesar de ser outono a noite no convento era fria, vesti-me novamente e sai para encontrar o aquecedor, para minha sorte a Madre estava subindo as escadas. - Madre, desculpe-me incomoda-la, porém a água esta fria. 

-Minha criança, a noite é comum que a água fique nesta temperatura. Poderá religar a fornalha no porão se preferir. - Agradeço e desço para procurar o local, o convento mais parecia um labirinto de pedras negras, mas por fim encontrei o tão procurado porão. Desço até a fornalha e coloco lenha, fecho-a  mas antes que me vire uma sombra passa por mim, saco minha arma e cuidadosamente sigo até aonde o vulgo se apagou, para minha surpresa não havia nada ali, apenas tuneis fechados com grandes e pesadas grades de ferro, devia ser minha imaginação, aquele lugar era peculiar a ponto de afeta-la. Subo para meu quarto e tomo meu banho.

 Passo quatro horas revisando os papeis do antigo caso, tentando ver se deixamos algo passar na época, meus olhos estão pesados, mas minha cabeça esta me matando, saiu do quarto para pegar um pouco de água na cozinha e tomar meu medicamento, tamanha é minha surpresa quando ouço gemidos vindo da cozinha, me escondo para poder observar a cena, uma das noviças estava debruçada no balcão, esta transando com alguém que não consigo identificar.

-Por Deus, aquela é a Luna? - Me viro rapidamente com susto que levei, a minutos atrás estava sozinho, sinalizo para que ela se mantenha em silêncio, vejo seus olhos arregalados e seu rosto corado pela vergonha, viro para frente sorrindo ao pensar que se ao menos ela imaginasse as coisa já se passaram pela minha cabeça desde a primeira vez que vi a mesma, ela estaria tendo um infarto neste momento . - Desculpe! - fala imediatamente, olho novamente para mesma, nossos olhares se encontram e eu me perco no castanhos olhos dela, ela tenta se mover para não assistir a cena, porém esbarra em algo fazendo um som estridente. Viramos novamente para frente e o casal que ali estava havia sumido. Ouvimos passos em nossa direção, puxo a menina para a primeira porta que vejo, um armário extremamente aperto de limpeza, eu iria perder minha cabeça, deposito meu braço acima de sua cabeça e o outro seguro a porta mantendo-a fechada.

Pelo vidro fume apenas vimos o casal de antes se retirando, sentindo meus músculos relaxarem viro-me para ela, meus olhos descem até seus lábios e ali fazem morada, a vontade que tinha em prende-los nos meus era insuportável, ela inocentemente passa a língua molhando seus lábios e o resto do meu juízo se perde, sinto-me ofegante , sem esperar mais nenhum momento me aproximo, seus olhos se fecham, aquele seria o dia que assinaria o contrato com o Diabo. Antes que pudesse provar do paraíso, um grito foi ouvido pelas paredes.

-Droga! - Digo sacando minha arma e correndo para a parte de cima aonde os quartos se encontravam, vejo a menina atrás de mim, observo que a mesma corre com dificuldade, seus pés estavam roxos pelo frio, "descuidada", pensei, mais uma vez o grito de horror foi emitido,  subimos a escada para nosso corredor.- Fique no seu quarto, Angel, tranque a porta. -Ordeno assim que passo pelo seu quarto, não sabia o que encontrar, mas sabia que precisava mantê-la segura. As outras noviças abriam seus quartos mas assim que me viam recuavam, sigo o enorme corredor escuro. 

-O que está acontecendo detetive? - A Madre abre a porta apenas para que seu nariz aparecesse. 

-Ainda não sei Madre, mas aconselho que ninguém saia daqui. - Pego meu celular e disco para Jonathan. - Mande os homens agora para o convento. - Sem esperar resposta desligo, sinto meu sangue gelar com a cena á minha frente.

O Beijo das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora