Capítulo 11- Confissões

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Ethan

 O sol acabará de aparecer no céu quando decido me levantar, decido descer e tomar café com todos, gostaria de me aproximar da Madre, as informações dadas por Angel na noite anterior foram bastante esclarecedoras, tomo meu banho e visto uma calça jeans, minha camiseta preta e os coturno, coloco o coldre e deposito nele a arma, me olho novamente no pequeno espelho e anoto uma nota mentalmente que precisava fazer a barba, por ser sábado tinha apenas mais dois dias até que a onda de assassinatos retomasse seu fluxo normal, porém eu estaria um passo a frente, iria até o Canadá para fazer o levantamento de dados dos crimes de sete anos atrás, pediria permissão para a Madre para que Angel me acompanhasse, ter a sua presença do meu lado me manteria calmo e a manteria segura. Pego meu celular e ligo para a delegacia avisando sobre minha visita, como sempre eles foram extremamente receptivos e disseram que aguardariam minha visita, porém ainda precisaria me encontrar com Penélope e certamente não era o que queria.  

 Desço as numerosas escadas em espiral até chegar no saguão, a porta da capela estava aberta e com isso consigo ver a pequena sombra da menina ajoelhada em um dos bancos, me aproximo apenas para ter certeza que se tratava de Angel, entro silenciosamente no local para não atrapalha-la, assim me sento banco ao seu lado.

-Atrapalho? - Pergunto em seu ouvido, a mesma se vira assustada, para minha infelicidade os olhos da garota eram de um vermelho profundo, estava chorando por horas, me arriscaria em afirmar, limpo suas lágrimas e estendo minha mão para ajuda-la a sentar do meu lado. - O que ouve, anjo? - Ela não diz nada apenas me alcança um bilhete com letras recortadas de jornal, pego em minha mão abraçando-a com a outras, assim trazendo-a para perto de mim, leio em voz alta:" Querida Angel, achaste que o pecado não te alcançaria dentro das frias paredes de pedra do convento? Sei dos erros do seu passado e do seu egoísmo, acho que deve cuidar por onde andas noviça.


Ass: Sanctus" - Amasso o papel com raiva. - Escuta, ele não vai te fazer mau nenhum.

-Ele tem razão Ethan, eu sou mesmo uma egoísta. - ela soluça enquanto escora sua cabeça em meu peito. - Eu pedi para que meu irmão me buscasse, não pensei nas consequências, apenas queria ir para a casa. - Seus lindos olhos castanhos miram os meus. - Agora estou apaixonada ao invés de cumprir com o plano de redenção. - As palavras proferidas causaram mais impacto do que eu imaginava. Sempre pensei que ouvir alguém dizer que estava apaixonada por mim não geraria nenhum sentimento, enganado estava, pois apenas queria tê-la do meu lado.

-Se serve de consolo noviça, caso se apaixonar seja pecado, estamos pecando juntos. - Sorrio e deposito um beijo em sua testa, ela sorri para mim timidamente. -Precisamos comer algo, quero que viaje comigo, ok?

-Para onde? - Me pergunta curiosa. - A Madre não permitiria. 

-Eu tenho um plano. - E assim saímos lado a lado da capela, assim que estramos na sala de jantar sinto olhos acusadores a nos olhar, Angel senta-se na mesa desconfortável pelo julgamento, a Madre me questiona com o seu olhar então me apresso em contar o ocorrido.

-Angel sofreu uma ameaça de Sanctus. - Todos ali mudam sua opinião e agora olham-na com preocupação, com exceção de Luna que está pronta para soltar suas farpas contra a menina. - Irei para o Canadá juntar os papéis do caso antigo, peço sua permissão para leva-la comigo, Madre. 

-Porque seria importante a presença de uma noviça, detetive? - Seus olhos percorriam entre eu e a menina, para o azar da Madre eu era um detetive, esconder os ocorridos e driblar suspeitas era minha especialidade.

-Qual desculpa daria para entrar na igreja local? Conversar com seus membros sem que alguém ligado ao caso atual estivesse presente? - Questiono-a me debruçando sobre a mesa. -Além disso, ela está em total perigo e meus homens não dariam conta de estar aqui 24h, acho que mantê-la longe deixará Sanctus afastado de vocês. - A Madre assente concordando com minha bem elaborada desculpa.

-O fato de estar interessado nela não tem nada haver com a história, detetive Ethan? - Luna sorri enquanto bebe seu café.

-Sobre o que Luna esta falando, Angel? - A Madre olha para a garota com repúdio, Angel se encolhe na cadeira e aperta minha mão por baixo da mesa procurando um refugio, imito a ação da freira e bebo um gole do meu café antes de responde-la a altura. 

-Talvez seja pelo fato que na noite em que Monique estava sendo morta, Luna estava transando no mármore da cozinha. - Evito o seu olhar queimando com ódio sobre mim. 

-Isso é verdade Luna? - A Madre grita batendo na mesa ao se levantar. 

-Madre, não foi isso que aconteceu. - Ela olha-a a mulher constrangida, a vingança era um prato a se comer frio e certamente estava fazendo isso. 

-Acho que antes que Sanctus descubra e Luna seja um alvo, deveria ser afastada, afinal não isso que acontece com uma quebra de regras, Madre? - Eu estava sendo um filho da mãe, eu agia exatamente como ela, mas deixa-la falar da minha garota era algo que não permitiria.

-Arrume suas coisas Luna, chamarei um taxi para leva-la até o aeroporto.- A freira encontra meu olhar de satisfação e sai pisando duro, olho novamente para a madre que agora esta sentada á minha frente. - Obrigada detetive, tens minha permissão para levar Angel com você.

 Agradeço-a com um sinal de cabeça e sorrio para  menina que toma seu café com graça, talvez a madre não estivesse envolvida diretamente com Sanctus, ou talvez conquistar minha confiança fazia parte do seu plano. Subo para o quarto, precisava arrumar minha malas, Angel me segue o sem falar nada, antes que pudesse entrar no seu quarto, puxo-a para perto de mim e sussurro em seu ouvido. 

-Não deixarei ninguém lhe fazer mau. - Ela concorda e apressasse em desvencilhar-se de mim e entra no seu aposento, faço o mesmo e começo a me preparar para a viagem. Enquanto junto os papéis do caso uma foto que me chama atenção cai no chão, a cena que lá continha era de Monique coberta por um lençol, ao lado seu pulso estava estendido e nele a marca de uma cruz, talvez causada por quem á segurou. Observo a foto por mais um segundos até me lembrar que já havia visto a mesma marca antes, abro as pastas e coloco em cima da cama todas as fotos do caso, sou interrompido quando minha porta é aberta e Angel passa por ela, sinalizo para que ela tranque a porta e se aproxime, assim ela faz. 

-Me diga, o que você vem em comum nessas fotos? - Ela se senta no chão observando as fotos em cima da cama. 

-Todas tem as escrituras? - Ela questiona, mas antes mesmo que eu pudesse responder ela balança negativamente a cabeça. - Todas tem a marca de uma cruz. - Bingo , dou um selinho em seus lábios e recolho as fotos colocando em suas pastas. 

-Você deveria trabalhar comigo, anjo. - Termino de arrumar minhas malas e descemos as escadas, nos despedimos e entramos no porsche. Angel fica desconfortável, lembro-me que perdeu seu irmão em um acidente, ligo o rádio que tocava "Sons of silence" da banda disturbed e acaricio sua mão. Antes de embarcarmos levo a garota até uma loja para que compre algumas roupas, faria abandonar seu hábito, ela viveria fora de sua cúpula, enquanto espero-a sentado no lado de fora da loja decido comprar-lhe uma flor para surpreende-la, mas quem recebeu uma surpresa foi eu quanto á vi sair da loja, estava completamente linda. 

 

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O Beijo das SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora