Como Agarrar Um Duque

🌹𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐃𝐞𝐳𝐨𝐢𝐭𝐨

"Incondicional, incondicionalmente
Vou te amar incondicionalmente
Não há medo agora
Liberte-se e seja livre
Eu vou te amar incondicionalmente"
UNCONDITIONALLY | KATY PERRY

Charlotte

Alguns meses depois...

Sabe quando você vê sua vida passando diante dos seus olhos?

Era assim que eu me sentia.

Fazia alguns meses que eu estava casada com um homem maravilhoso, que me tratava sempre como uma rainha, que fazia questão de puxar minha cadeira antes de eu me sentar, que sempre me servia, que me trazia flores, que dizia a toda manhã que me amava, eram suas primeiras palavras para mim todos os dias. Sempre.

Naquele momento, eu estava sentada no banco da praça da cidadezinha do nosso ducado. Das pessoas que agora eu conhecia, que agora eu sabia seus nomes, que sabia como ajudá-los como uma boa duquesa. E ao pensar no meu marido, que não pôde vir comigo hoje, um sorriso nasceu nos meus lábios.

Aaron era meu sol. Minha luz. Meu coração. Nada mais importava quando se tratava dele para mim. Eu o tratava na mesma intensidade que ele a mim. Éramos a combinação perfeita. Feitos um para o outro. E minha vida ao seu lado era maravilhosa. Eu não trocaria nada, não mudaria nada.

Mas, nem toda vida é perfeita.

Essa manhã, eu tinha recebido uma carta de Angelina. Ela me atualizou sobre tudo que havia acontecido em Londres nos últimos tempos, estavam todos bem e aproveitando ao máximo a temporada. Me contou que Christian e Morgana tinham se casado a poucos meses, e juntos adotaram Jane como já imaginávamos, e Morgana agora estava esperando o segundo filho do casal.

Foi isso que me pegou. Bem naquela hora. Assim que li aquelas últimas palavras, um buraco se abriu sob meus pés e eu perdi o chão. De repente, tudo que eu achava que tinha já não era certo. E as lágrimas me atingiram com tanta força que um soluço rasgou minha garganta.

Se casaram a poucos meses. E ela já estava esperando um bebê.

Eu me casei bem antes que eles e até agora nada, tudo continuava igual comigo. Nada diferente. Já tinham se passado meses e eu ainda não tinha engravidado. Eu agradeci profundamente por Aaron não estar por perto quando li a carta porque o choque de realidade me atingiu bem naquele momento com tanta intensidade que eu não conseguia parar de chorar. Por isso eu saí para um passeio, precisava caminhar, respirar ar puro.

Eu já estava a uns bons minutos sentada nesse banco, depois de caminhar por quase toda a cidade, eu não conseguia esquecer. Não conseguia me acalmar. Não conseguia pensar direito. Claro, eu estava muito feliz por Christian, meu primo sofreu tanto e agora ter encontrado uma pessoa que realmente o amasse era tudo que eu sempre quis para ele, e estava encantada, grata, por eles estarem começando uma família.

Mas, o caso, é que me atingiu bem naquele momento. Mesmo que suas palavras não tivessem essa intenção, aconteceu. Foi como cair de um penhasco, sem parar, sem previsão de parar. Eu me sentia perdida, desnorteada, vazia...

E se eu nunca conseguisse engravidar? E se eu nunca for capaz de dar um filho ao meu marido? O quê eu iria fazer? Nunca tinha parado para pensar muito no assunto, mas, meu Deus, eu queria um bebê. Queria um bebê com os lindos olhos de Aaron, seu sorriso, seu jeitinho. Queria viver isso com ele.

Mas, e se...

Eu abaixei a cabeça, sentindo meu peito doer, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto sem controle. Eu me sentia despedaçar. Lentamente.

Mas e se eu não for capaz?

Era essa a pergunta que martelava em meus pensamentos e me deixava sem ar.