🌹𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐕𝐢𝐧𝐭𝐞 𝐞 𝐓𝐫𝐞̂𝐬

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"Pegue um pedaço do meu coração
E o torne todo seu
Assim, quando estivermos separados
Você nunca estará só
Nunca estará só"
NEVER BE ALONE | SHAWN MENDES

Aaron

De mãos dadas com a mulher que eu amava, subimos as escadas da nossa casa, dispostos a ser sinceros com a nossa família sobre a nossa vida, sobre o que queríamos.

Eu estava profundamente agradecido pela esposa que eu tinha e ainda mais por estarmos sempre na mesma conexão, na mesma linha de pensamento. E mesmo que eu esteja ansioso e animado por essa nova fase da minha vida, eu também estava ridiculamente apavorado.

Mas de um jeito bom, eu acho. Eu podia fazer isso, e graças a Deus, eu não estava sozinho. Apertei minha mão contra a dela, me sentindo mais corajoso e confiante ao seu lado.

Passamos pelo hall de entrada da mansão e assim que adentramos o interior, uma pequena multidão se manifestou ao nosso redor, todos de olhos meio arregalados.

— Mas o que diabos aconteceu com vocês? — Vovó foi falando, aproximando-se o mais rápido que conseguia com sua bengala a reboque.

— Como é que vocês puderam sair correndo desse jeito? — resmungou minha mãe, e seu rosto se contorceu adoravelmente em uma careta.

— E sem nos contar o motivo! — reclamou papai, pondo as mãos na cintura, manifestando sua indignação em ser privado da fofoca.

Estavam os três diante de nós como se estivéssemos prestes a apanhar. Reprimi o riso e encarei minha família maluca.

— Acalmem-se, vamos nos sentar — pedi, trocando um olhar com Charlotte — A conversa é séria.

Mas todos permaneceram parados.

Levantei as sobrancelhas em um questionamento silencioso.

— O que estão esperando? — indaguei, passando por eles e arrastando Charlotte comigo para a sala de estar.

Era só uma questão de tempo até eles se tocarem e virem atrás de nós. Assim que nos sentamos no sofá, os três passaram pela porta quase se empurrando e vovó usou sua bengala para bater na canela do meu pai e passar primeiro. Ouvi Charlotte soltar uma risadinha ao meu lado enquanto eu pressionava os lábios para não começar a rir descontroladamente.

— Podem se sentar — indiquei o sofá e a poltrona livres com um aceno.

Minha avó me fuzilou.

— É melhor você desembuchar logo, garoto, ou vou acertar essa bengala tão forte no se traseiro que...

— Tudo bem! Já entendi! — rendi-me, estremecendo só de imaginar.

Mas vovó e meus pais se sentaram, olhando para nós.

— Nós dois conversamos... — comecei, inclinando-me para frente, apoiando os antebraços no joelhos — E decidimos adotar.

Nossa família ficou em silêncio, a surpresa evidente no rosto de meus pais. Mas minha avó, incrivelmente, não parecia surpresa.

— Hoje saímos correndo porque pensamos que as crianças que queríamos tinham sido adotadas por outras pessoas — contou Charlotte, desviando o olhar, e eu sabia que estava relembrando os acontecimentos da nossa manhã. Apoiei a mão em sua coxa ao me reclinar contra o estofado do sofá, tentando lhe dizer que estava tudo bem. Ela ergueu o olhar e os encarou — E isso nos fez perceber o quanto queríamos aquelas crianças.

— Eu já imaginava — comentou vovó, olhando para minha esposa com um pequeno sorriso no rosto enrugado — Soube no instante que você sorriu para eles aquela tarde.

Como Agarrar Um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora