Como Agarrar Um Duque

🌹 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐎𝐢𝐭𝐨

"Você é a luz, você é a noite
Você é a cor do meu sangue
Você é a cura, você é a dor
Você é a única coisa que quero tocar"
LOVE ME LIKE YOU DO | ELLIE GOULDING

Charlotte

Aaron e eu tivemos que subir para o nosso quarto para banharmos e trocarmos de roupa. Para vestir roupas formais, porque sua avó era bem provável de ter um ataque cardíaco se aparecermos na sala de jantar com roupas simples. E olha que íamos jantar em família. Só nós. Apesar de achar muito desnecessário, eu agora era uma Duquesa e não podia simplesmente desafiar todas as tradições da casa quando estava apenas no meu primeiro dia.

Então, depois de quase uma hora eu e meu marido descemos para o jantar vestidos apropriadamente e elegantemente, como Duque e Duquesa. Para minha surpresa, a adorada avó de Aaron esperou até que o primeiro prato fosse servido para soltar um:

— Não acredito como uma mulher pode viver sem uma camareira — ela suspirou, como se estivesse lamentando por mim — Ainda mais uma Duquesa.

Eu deixei meu garfo descansar contra o prato e olhei para ela.

— Não se preocupe, Lady Violet, eu sou perfeitamente capaz de me vestir sozinha — abri um sorriso largo e malicioso — E quanto a me despir, bem, creio que Aaron terá o prazer de cuidar disso.

E tudo aconteceu ao mesmo tempo:

Aaron engasgou ao meu lado. Lady Violet largou os talheres com um estardalhaço. O pai de Aaron arregalou os olhos, mas escondeu um sorriso. A mãe do meu marido apenas pressionou os lábios.

Eu toquei o joelho de Aaron por baixo da mesa e apertei em um gesto tranquilizador. Olhei para ele que ficou levemente vermelho.

— Desculpe — sussurrei ao perceber que ele tinha engasgado de verdade. Coitado.

— Ora, minha cara, vamos nos abster de comentários indecentes na mesa de jantar, por favor — murmurou Lady Violet, bebendo um gole de vinho.

Voltei a olhar para ela depois de receber um aceno confirmando que estava bem.

— Deixamos para depois do jantar então? — indaguei apenas para vê-la me olhar furiosa.

— Muito bem, mamãe, nos conte como foi sua visita aos Rutenfords? — interferiu Charles, mudando o tópico da conversa antes que sua adorada mãe atirasse aspargos em mim. Ela aceitou a mudança e começou a tagarelar sobre o outro assunto.

Sorri para o meu prato e voltei a comer. Aaron se inclinou em minha direção.

— Quanto atrevimento, vossa graça — sussurrou em meu ouvido e eu podia sentir o sorriso em sua voz — Quem sabe eu coloque isso mesmo em prática, se é isso que quer tão desesperadamente.

Meu corpo se arrepiou com sua voz rouca e eu engoli em seco.

— Fique quieto — repreendi, em um sussurro, mas pareceu mais com um suspirar e meus lábios se contraíram com a vontade de sorrir.

Ele riu roucamente e trocamos um olhar cúmplice antes de voltarmos a comer. O tempo depois disso passou leve e quieto, aparentemente, meu momento ousado ficou esquecido.

Eu me peguei distraída, pensando nas meninas, com saudade. E eu estava aqui só há um dia. Senti um aperto no coração e respirei fundo, tentando pensar positivamente. Aaron olhou para mim e desconfiei que ele soubesse tudo que se passava comigo. Sorri para ele, tentando tranquilizá-lo e então, todos nos levantamos da mesa de jantar.

Eu realmente queria me retirar, talvez ler um livro ou apenas ficar deitada na cama. Não estava com vontade de fingir que estava alegre e ter que sorrir para essas pessoas, pareciam ser boas pessoas e não queria começar uma relação sendo falsa.