Ⅷ - Silêncio, Força e Resistência

63 8 2
                                    

𝐅𝐨𝐫𝐣𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐮𝐦𝐚 𝐑𝐚𝐩𝐨𝐬𝐚

O salão ressoava com a energia da expectativa. Haruna conduziu Maori até a imponente porta dupla. Ao cruzá-la, a jovem se viu em um espaço vasto e dividido em quatro áreas distintas: a Sala da Meditação, a Sala das Armas, a Sala de Combate e a Sala do Conhecimento. Cada sala pulsava com uma atmosfera única, mas todas compartilhavam um objetivo comum: a formação dos jovens guerreiros. Haruna indicou a Sala de Combate, que era onde tudo começaria. Ao passar pela grande porta, a sala estava agitada com a presença de todos os membros reunidos para assistir o treino de Maori. As fãs de Tadashi, que nunca perdiam a chance de chamar a atenção dele, gritavam seu nome de forma insistente, lançando olhares de adoração. Haruna, que estava ao lado de Maori, disfarçava o desconforto com aquilo, tentando manter a compostura enquanto os gritos ecoavam pelo salão.

Haruna olhou para Maori e, com um leve sorriso, tentou tranquilizá-la.

— Não se preocupe com isso — disse ela, lançando um olhar rápido para as garotas que gritavam o nome de Tadashi. — O importante aqui é você focar no que tem que aprender.

Kaito e Karui, aprendizes de Tadashi e Sora, estavam prontos para auxiliar seus mestres, admirando profundamente suas respectivas figuras. Kaito não conseguia disfarçar a admiração que nutria por Tadashi, observando cada movimento com olhos brilhantes, como se estivesse testemunhando um ídolo. Karui, por sua vez, mantinha uma postura séria, mas era claro que ela via Sora como mais do que uma mestra—havia uma reverência em seus olhos. Com os olhos fixos em Sora, sentia uma admiração profunda pela forma implacável da guerreira

Tadashi deu um passo à frente, erguendo a mão para pedir silêncio. Ele olhou para Maori, depois para os outros membros, e por fim se virou para Haruna e Sora.

— Antes de começarmos com o treino de Maori, Sora e Haruna vão fazer uma breve demonstração. Quero que todos observem bem a técnica, o controle, e a precisão dos movimentos — disse Tadashi, sua voz calma, mas firme.

Sora e Haruna avançaram para o centro do salão, posicionando-se uma de frente para a outra. Haruna ajeitou a postura, mantendo seu foco em Sora. A plateia murmurava em expectativa, e logo o silêncio dominou o espaço.

Sora, sempre fria e calculista, deu o primeiro movimento. Seu ataque foi rápido, direto, mas Haruna estava preparada. Ela desviou com uma elegância fluida, seus movimentos precisos e graciosos, como se previsse cada passo de Sora. A luta se desenrolou de maneira intensa, com Sora atacando e Haruna desviando, sempre buscando um contra-ataque certeiro. Havia uma tensão no ar, mas também uma sintonia impressionante entre as duas.

Era um espetáculo de precisão e destreza. A luta era intensa, cheia de tensão e fluidez, com ambas trocando golpes ágeis, quase como se estivessem dançando uma coreografia mortal. O público observava em silêncio, com os olhos fixos em cada movimento. Os golpes de Sora eram duros, mas calculados, enquanto Haruna era rápida e imprevisível. Era claro que ambas tinham uma compreensão profunda dos limites e habilidades uma da outra.

Maori observava com atenção, e logo percebeu que, apesar de toda a dureza de Sora, havia um respeito implícito na forma como ela lutava contra Haruna. Não havia subestimação ali, apenas uma verdadeira luta de igual para igual.

A luta terminou com Haruna conseguindo desviar o último golpe e tocar levemente o ombro de Sora, marcando um ponto. Sora sorriu de lado, seu olhar indicando que havia apreciado o desafio.

Logo em seguida, Tadashi se aproximou e fez sinal para Haruna continuar.

— Agora, será a minha vez — ele disse, olhando para Haruna com um brilho nos olhos.

BESTIARIIOnde histórias criam vida. Descubra agora