Capítulo Quatorze - Nahan.

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A manhã dispersa trouxe não a chuva.

Mas a mais bela aurora londrina.

As nuvens não pesaram, apesar de ser final de março. O céu pintou-se de rosa, roxo, amarelo e azul. Um arco íris da natureza, de doce toque, de delicado contato entre a beleza urbana e a grandiosidade da essência.

O sol bateu na janela do quarto de Draco, que sacudiu a cortina de cores neutras e se fez presente a brisa matutina. Draco sentiu a brisa entrar em seu quarto, assoprar seus cobertores e ele abriu os olhos, bocejando. O que foi nessa madrugada, um misto de amor e dor. Havia dado a luz.

Enfim era mãe. Mamãe. Ou seria Pai?

Ele buscou olhar todo o quarto. Não havia Theo, Blaise e Ronald. Nem sequer embalagens de pizza, um casaco Armani ou suspensórios pendurados e a voz escandalosa de um deles.

Apenas Harry, dormindo no sofá. Com o bebê entre seus braços.

Harry mantinha suas mão encima do traseirinho do bebê que estava deitado de bruços, empacotado com um macacão amarelo e touca azul. Ele tinha luvinhas nas mãos e parecia estar acalentado de forma correta. Já Harry tinha uma expressão serena, enquanto estava adormecido, mas em alerta. Pareciam que durante as horas de sono de Draco, ambos haviam se tornado melhores amigos.

Seus pontos lhe doíam, e ele resolveu ficar encostado na cama.

A cena era algo tão lindo de se ver, que Draco percebeu que seu celular ainda se encontrava na mesa de cabeceira do hospital.

Se atrapalhando com o soro, ele conseguiu alcançar o celular e deu zoom na câmera, mantendo a imagem em uma boa resolução e clicou.

A primeira foto de seu filho.

Quando a manhã esquentou-se um pouco, o quarto de Draco recebeu mais visitas do que ele podia se esperar .

Era claro que a política do hospital permitia-se apenas os familiares, mas digamos que um certo jornalista, entendeu que poderia falar bem da ala de maternidade do Madison Hospital, fazendo com que o diretor permitisse algumas visitas a mais. Theo e seus jeitinhos marotos de viver.

Draco se viu rodeado de balões, flores e presentes. Primeiro, Neville o visitou. Trouxe um presente para ele (Um pedaço da melhor torta da padaria, a favorita de Draco), também trouxe um gorro de gatinho para o bebê e ainda fez uma serenata para ambos. Isso fez Theo ficar um tanto lírico, ao imaginar se Neville seria tão atencioso assim se algum dia, eles pudessem formar uma família.

Blaise não se conteve e trouxe um presente um tanto afortunado.

- Isso é uma jaqueta de brim da Dolce&Gabbana? - Ron esbravejou. - Blaise! O bebê nem tem idade para usar isso!

- É para seis meses. - Blaise mostrou. - Foi um presente! Ainda mais, vai combinar com ele.

- Ah Deus. - Ronald esfregou os olhos. - Você está virando um monstro da moda.

- É claro. - Blaise deu um sorrisinho. - Eu trouxe um ursinho para ele. Olhe só, olhe só! Ele tem olhos iguais ao do titio. Vai ser uma gracinha de dormir com ele.

Draco que segurava o bebê, agradeceu. Ronald apareceu.

- Eu sinto saudades do Blaise usando moletons e toucas. Ou roupas rasgadas.

- Aquela botinha que era colada com cola quente. - Draco lembrou. - Ah Blaise, adoro seus ternos, mas sinto saudades de você parecendo um mendigo.

Blaise deu de ombros.

- Só se contentem com o que tem por agora. - ele balançou os quadris. - Vamos, Ron. A gente precisa trabalhar. A gente volta mais tarde, Draco.

- Ei, esperem. - Theo chamou eles. - A gente ainda não sabe o nome do bebê.

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