Capítulo sete - Amor

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Pela tarde, a mudança estava arrumada. Eles estavam jogados no chão, entre caixas de comida chinesa. Rony encostado na barriga de Blaise, que mexia no celular, diretamente no Twitter. Theo estava fumando um cigarro na janela, um tanto longe. Harry estava olhando para a estante e Draco mexia no celular.

— Para quem aquele terceiro quarto vai ficar? — Theo perguntou, enfiando uma bala de menta na boca — Visita?

— Provavelmente — Draco respondeu — Não conheço ninguém para ocupar ele. Só o fantasma da antiga moradora.

— Que horror — Blaise chiou — Eu que não queria dividir minha morada com algum tipo de fantasma.

Harry estalou as costas.

— Fico pensando naquela cama que tá dando sopa naquele quarto. E eu dormindo no sofá.

— Theo, você pôs ele pra dormir no sofá? — Ron riu.

— Meu flat só é de um quarto — Theo respondeu — A gente vai arrumar um lugar pra ele.

Draco encarou Harry.

— Você quer morar aqui? Eu alugo o quarto para você.

Isso fez todos encararem Draco, de maneira estranha.

— Draco?

— O quê? — Ele encarou de volta — Estou de quase oito meses. Um dia, vou parir. Preciso de alguém para ficar cuidando da casa ou me ajudar a cuidar de tudo.

— Sério? — Harry piscou — Quanto que seria esse aluguel?

— Cem libras por mês — Draco bateu o dedo na boca, de maneira pensativa — Em troca, ganha um teto, comida, água quente e um lugar pra dormir. Mas a conta da internet é por sua conta.

— Negócio fechado — Harry nem quis pensar. Só queria sair do sofá sem estofamento de Theo — Vou buscar minhas coisas antes que você mude de ideia.

Harry foi verdadeiramente rápido. Roubou as chaves do carro de Theo, atravessou a cidade, pegou as malas e voltou em um prazo de quarenta minutos.

Quando ele chegou, Ronald e Blaise estavam se desfazendo das caixas no contêiner de lixo da rua, enquanto Theo varia a entrada.

Ele pediu ajuda para o amigo levar as duas malas e a caixa para cima. Quando ele chegou no quarto, Draco estava forrando a cama com um cobertor vermelho vinho e abrindo a cortina.

O quarto era grande. Havia uma cama de casal, um armário, uma mesa e um cabideiro. A cama era de latão. Havia um tapete felpudo da cor do cobertor.

Draco afofou os travesseiros.

— Estava arrumando para você.

Harry ficou vermelho.

— Ah... É... Não precisava..

Theo olhou para ele, piscando.

— Draco é bem caloroso com as visitas — Ele deixou a caixa — Bem, vai sair aquela torta de frango ou não?

— Vai sim — Draco o pegou pelo braço — Tem cabides no armário, Harry. Vamos apenas ficar na cozinha.

Eles desceram e Harry se sentiu a vontade. O quarto era grande e ele se sentou no chão, abrindo a caixa de livros e as malas. Quando abriu, a foto que ele tanto guardava estava encima de sua camisa. Aquela foto que foi sua última lembrança daquela tragédia que lhe arrebatou sua vitalidade. A menina ainda sorria na foto, com ele a segurando.

Lilly Potter, dois anos.

Na cozinha, Blaise se sentou no banco do balcão e abotoava a camisa.

— Qual é a do Harry? Ele é todo misterioso e meio... Calado.

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