Capítulo Onze - Paixão

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Por mais que Draco tivesse dito, repetido e redito que não estava magoado com Harry, não era verdade.

A semana que se seguiu com o erro de Harry mudou um pouco a rotina dos dois amigos. Draco não esperava mais Harry pelas manhãs antes de sair para o trabalho e acordava mais cedo, para caminhar, ir na padaria, tomar banho e tomar café. Nem sequer dava o "Bom dia" para o jovem Potter, que tentou não invadir o espaço de Draco.

Harry por outro lado, estava se encontrando com Cecília. Ela era arquiteta, e gostava de Paris, sexo selvagem e ser jovem. Harry se abria novamente para conhecer uma mulher nova e isso lhe dava esperanças de ser mais uma vez, feliz.

Cecília não gostava de como Harry falava de Draco, e por isso, pediu para que o ficante falasse de outra coisa, o que fez Harry não falar mais do que duas frases no último encontro.

Era sábado e Draco fazia a contagem regressiva para o parto. Ele havia colocado uma playlist Indie para tocar no quarto, enquanto Theo e Ron estavam jogados na cama dele. Sacolas enormes o rodeavam, pois eram as novas roupinhas de bebê, um berço portátil, algumas fraldas, cadeirinha para carro e vários brinquedos para o bebê que ainda não tinha nome.

Theo se dispôs a montar o berço, mas estava severamente cansado. O rosto de ressaca denunciava que ele passou a noite em claro, trabalhando. Já Ronald estava no Tinder, dando matchs com caras bem mais velhos do que ele.

— A gente poderia falar de algo bem útil no momento, do que ver você procurando Suggar Daddy's no Tinder, Ronald — Theo se levantou e pegou a caixa do berço portátil.

— Não estou procurando nenhum tipo disso — Ele bufou — Só apenas preenchendo o buraco vazio que meu último ficante me deixou.

— Porque não pede para Blaise preencher esse buraco? — Draco provocou.

— Depende de qual buraco você está falando — Theo rebateu e recebeu um travesseiro em cheio na cara, arremessado por Ronald.

— Vocês dois são terríveis — Ron se jogou na cama — O Blaise deve estar chupando os dedos do pé daquela namoradinha nojenta. Me digam o que as morenas tem que os homens tanto invejam? Eu digo que tem muitas mulheres que dão de dez a zero em qualquer tipo de morena.

— Menos o Nev — Theo já começava a rasgar a caixa — Pra ele, eu abro uma exceção.

— Eu gostaria de saber que dia você vai confessar que quer carregar os filhos dele no seu ventre, Nott — Draco dobrou mais roupinhas e colocou no cesto de palha dourada — Porque até agora, você só sabe lamber a foto dele no wallpaper e ficar indo todas as noites vê-lo tocar.

— Eu soube que você o contratou para ser o responsável da livraria quando estiver de licença-maternidade — Theo estava ajoelhando, montando os primeiros passos do berço — Agora sim, eu posso dar uma desculpa de ir na sua loja e quem sabe, confessar que quero carregar os bebês dele na minha barriga.

Draco riu, e imaginou todos os seus amigos tendo casamentos incríveis, filhos desejáveis e morando em casas bonitas e tendo vidas bonitas.

Mas ele não conseguia imaginar isso com ele. Toda vez que ele pensava sobre sua vida amorosa, ele imaginava ele morando sozinho, rodeado de livros, comidas de Fast-foods e alguns gatos e cachorros.

Não deveria ser tão ruim, afinal.

Ele olhou para os dois amigos: Ronald trajava um conjunto completo da adidas, com direito a meias, moletom, calça folgada. Ele estava com cara de sono, os cabelos bagunçados e a barba por fazer. Magro por estar sem comer direito há dias, Ronald parecia que precisava de cuidados e quem sabe, parar com a nicotina.

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