Capítulo Dezessete - Tempo

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Três meses foram necessários para que Draco e Harry de pouco em pouco, perderem o contato.

Harry não estava em Londres. Após a descoberta das complicações, Cecília achou melhor ir para Espanha, na região de Catalunha. Com isso, Harry visitou Draco pela última vez em uma noite. Roubou um doce beijo dos lábios do seu menino e prometeu voltar.

Mas agora, depois de três meses, os contatos se limitaram a apenas mensagens raras e de muitas vezes, cartas.

Era meio da tarde, no jardim de Draco. As flores ainda estavam cheias de vida, haviam borboletas pairando, o céu de meio de tarde como um doce relaxamento para aqueles que apreciavam as cores neutras e doces de um dia que fora cansativo para todos.

Blaise estava estendido em uma manta com Nahan. O garotinho de seis meses dava boas gargalhadas com Blaise brincando com eles sobre ursinhos de pelúcia e bonecas de pano. A linguagem de Nahan se limitava a "ba", "mu", "Ron", "Ma". Seus olhinhos azuis se atentavam a tudo, até mesmo as borboletas. Os cabelos ainda eram fiapos loiros, apresentando crescimento acelerado.

Nahan adorava borboletas. E sempre que ele estava no jardim, algumas borboletas azuis ficavam voando perto dele.

— As borboletas sempre estão associadas ao homem. Algumas como reencarnação, proteção ou alma — Ronald explicava, enquanto lia um livro — Acredita-se que as borboletas são as nossas almas que sempre estão seguindo o exemplo da borboleta: Um eterno ciclo da vida.

— É algo bonito — Theo observava, enquanto olhava para Blaise e Nahan — Acha que essas borboletas podem ser Boyce?

— Eu já não sei — Draco confessou — Antigamente era apenas uma, ela sempre pousava em Nahan ou perto de mim. Até que veio muitas. Mas o que importa, é que Nahan as adora. Fica feliz.

— É — Ronald estava fisicamente desanimado — Nas culturas antigas, acreditavam que a alma de quem nós amamos durante a vida, surge como animais. Como guardiões...

Uma borboleta branca pousou no dedo de Blaise, o fazendo rir. Nahan deu uma gargalhada gostosa.

O silêncio pairou até que Ronald deu um suspiro.

— Blaise vai embora.

Theo e Draco fecharam os olhos.

— Como assim? — Theo perguntou, olhando para os olhos de Ronald. Estavam sentados no coreto, no banco. Na frente deles, uma tigela de cookies com chá gelado.

— Lembra quando aquela agente procurou Blaise, o dizendo que ele tinha o perfil de modelo, uns oito meses atrás? — Ronald explicou — Ela ligou para ele. O pediu para ir para a França. O queria lá para ser modelo.

— Whoa, mas isso é bom — Draco estava suspirando — Porque está assim?

Ronald abaixou a cabeça.

— Porque a ida dele é permanente.

— Mas... — Theo ficou mudo — Ron, você e ele... Não podem ficar separados! É como separar o céu da lua... É como...

— A poesia mais triste de um poeta apaixonado — Draco poetizou-se — Ron, não tem como ir?

— E deixar todos os meus familiares e planos para segui-lo? Draco, eu prometi para minha mãe em seu leito de morte que só iria embora do Reino Unido quando Percy e Doris estiverem com idade suficiente para seguir suas vidas. Agora que eles fizeram cinco anos de idade... Ainda mais, eu tenho uma vida aqui. Uma editora me contatou, quer meu manuscrito de livro. Eu estarei seguindo minha estrada... E Blaise seguirá a dele...

— Me diz que vocês conversaram em um relacionamento á distância.

— Amar alguém á distância é dar algemas invisíveis, porém extremamente pesadas para alguém que você jamais poderá amar corretamente — Ronald encarou Blaise, que estava ainda em brincadeiras com Nahan — É melhor assim.

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