Meu Doce Amor

Capítulo 31

Entrego uma garrafa de cerveja pro Pedro e então me sento ao lado da Sara que tem um taça de vinho em mãos, assim como a Helena.

- O que aconteceu? - Helena pergunta e passa o braço livre pelo pescoço do meu amigo.

Ele está sentado na poltrona da minha sala, com ela em seu colo.

- Guilherme descobriu uma coisa que vem acontecendo na empresa. - Sara diz diretamente pra eles e me olha.

Dou um longo gole da minha cerveja e então deixo a garrafa na mesinha de centro.

Já tínhamos jantado sushi e agora só estávamos de resenha conversando, mas chegou a hora de falar sério.

- Certo, prestem bem atenção. - Peço e rapidamente ligo a TV, que é onde meu notebook está conectado por um cabo HDMI.

Pego o mesmo no colo e abro a planilha que montei.

- Pra ficar mais fácil de vocês entenderem, fiz uma planilha e tenho aqui também os documentos originais escaneados. - Círculo o primeiro valor na tabela com o mouse. - Esse é o giro total da empresa no mês de fevereiro, que foi no valor de 450 mil, isso entre entradas de pagamentos de novos contratos e saídas para compras de matérias e o pagamento dos funcionários, o valor que deveria ir para o caixa principal no final de tudo, seria de 380 mil, conforme dizem todas as notas que foram somadas.

Novamente circulei o valor que eu falava sobre.

- Aqui estão os documentos e os valores de todas as notas já no balancete final de fechamento. - Abri a outra aba e mostrei os documentos pra eles. - Mas indo aqui, no final, onde tem o valor de fechamento, temos apenas 370 mil, o que não bate com as notas, está faltando 10 mil reais, que provavelmente não foram transferidos para o caixa da empresa, porém os documentos foram assinados pela minha chefe de contabilidade e pela Sara, que já me falou que nunca foi de conferir se estava certo por confiar nos funcionários.

- Pera aí. - Pedro falou me cortando e levei minha atenção até o mesmo. - Você tá querendo dizer que tem alguém roubando a empresa?

- Sim, mais especificamente minha chefe Andrea, por que tudo passa por ela e é somente uma colega minha que faz esses fechamentos a meses, então ou é uma ou é as duas. - Falei e abri a planilha do mês de março. - No mês de março seguiu a mesma coisa e o mês de abril vai dar no mesmo, já conferi e logo vão entregar pra Sara assinar.

- Como você desconfiou disso? - Helena perguntou, me olhando seria.

- Na segunda feira, logo no meu primeiro dia, a Andrea me mandou uns documentos pra conferir, o fechamento do mês de abril estava no meio, achei estranho estar sendo feito só no final de maio, então dei prioridade assim que vi ele. - Peguei a cerveja de novo e dei um gole. - Quando estava batendo cabeça tentando entender o valor final que seria entregue pra Sara, a minha chefe me ligou e falou que mandou errado, então salvei tudo e trouxe pra casa pra estudar melhor e entender o que estava acontecendo.

- Tá mas e os de fevereiro e março? - Perguntou confusa.

- Eu peguei no dia seguinte, pra ver se tinha o mesmo erro. - Dei de ombros e arqueei a sobrancelha quando ela levou o olhar até a Sara.

- E você acredita nisso? Acredita que alguém seria tão burro ao ponto de fazer algo assim? - Perguntou e fiz uma careta.

Ela tá achando que tô mentindo?

- Acredito. - Sara deu de ombros e colocou a mão livre na minha coxa.

- Você não tá desconfiando do Guilherme, ou tá? - Pedro perguntou sério.

- Não, é só que é muita burrice dessa mulher de fazer algo assim tão visível aos olhos de quem entende do assunto. - Helena falou e suspirou. - Desculpa Gui, eu acredito em você, mas não acredito que ela foi tão burra assim.

- De boa. - Dei de ombros e segurei a mão da Sara. - Uma coisa que percebi nesses três meses que verifiquei, foi que houve aumento no valor descontado, então vou tentar achar onde tudo isso começou pra então vocês duas tomarem as devidas providências.

- Ele não é incrível? - Sara apertou minha coxa e eu sorri de lado, sentindo minhas bochechas esquentarem.

Olhei pra ela e neguei com a cabeça, vendo um bico fofo em seus lindos lábios.

- Certeza que teu sogro estaria muito orgulhoso de ti. - Helena disse rindo e meu rosto esquentou ainda mais. - Não só por estar cuidando da filha dele mas também por estar ajudando a cuidar da empresa que ele tanto lutou pra fazer dar certo.

- Isso é verdade. - Sara disse e inclinou o rosto em minha direção.

Selei nossos lábios com carinho e senti seu sorriso crescer contra minha boca.

- E o que vocês acham de eu pedir transferência pra sala de segurança do andar da contabilidade? - Pedro perguntou chamando nossa atenção.

Olhei pro mesmo e dei um gole da minha cerveja.

- Ia ser ótimo, assim podemos verificar a frequência com a qual as duas se encontram. - Helena falou pensativa e bebeu de seu vinho.

- Na próxima semana então, só pra não dar tão na cara, eu já peço sua transferência. - Sara falou e meu amigo assentiu.

- Pô, agora somos os 4 espiões demais. - Ele disse e quase cuspi a cerveja que tinha recém virado na boca novamente.

A Sara engasgou do meu lado e a Helena gargalhou alto.

- Meu Deus. - Falei após engolir o líquido da minha boca, com certa dificuldade, e então comecei a rir.

- Da onde tu tira essas coisas? - Sara perguntou rindo, em meio a tosse.

Levei a mão até as costas dela e dei leves batidas.

- Seila mas é a verdade pô. - Ele deu de ombros e sorriu de lado, todo convencido.

Neguei com a cabeça e olhei pra Sara que tinha se acalmado.

- Como tu aguenta isso a tantos anos? - Perguntou baixinho, me fazendo sorrir.

- Aguento com muito prazer, por que se não fosse por ele, eu não estaria onde estou hoje. - Falei e vi um sorrisinho crescer nos lábios da minha preta.

- Me conta mais tarde? - Perguntou e trouxe a mão até meu rosto.

- Conto mas só se eu ganhar muitos beijos. - Umedeci os lábios e deitei o rosto contra a mão dela, que acariciava minha barba.

- Todos que você quiser meu neném. - Murmurou a fez um bico.

Porra, sou apaixonado nesse bico dela.

Beijei a mesma de leve e voltei a atenção ao casal, que ria alto.

Provavelmente de mais alguma palhaçada que o Pedro disse.

...