Capítulo 89

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Coço a barba sentindo meu coração pular no peito, ao ver minha mulher gemer de dor novamente, enquanto leva a mão até abaixo da barriga e se segura na bancada da cozinha

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Coço a barba sentindo meu coração pular no peito, ao ver minha mulher gemer de dor novamente, enquanto leva a mão até abaixo da barriga e se segura na bancada da cozinha.

- Amor! - Ela exclama alto e rapidamente desço meu olhar para seu vestido longo que molha na saia com um líquido.

Minha mente trabalha rápido e logo percebo que a bolsa dela estourou.

Dias atrás o tal do tampão mucoso saiu naturalmente, então as dores se intensificaram um pouco mais e a barriga abaixou consideravelmente.

Com isso passamos a ir na obstetra todos os dias, mas ela seguia dizendo que estava tudo bem e ainda não era a hora.

Mas bom, acho que agora é.

Com pressa vou até ela e a ajudo a tirar aquele vestido, sim, no meio da cozinha mesmo, estamos só nós dois em casa e não vou deixar ela suja.

- Meu Deus. - Ela choraminga nervosa e coloca o vestido sob a pequena poça que se formou aos seus pés.

- Vem cá, vou te colocar no sofá e ir pegar uma roupa pra ti. - Falo tentando manter a calma, enquanto meu coração está prestes a sair pela boca.

Sara apenas assente e me deixa levá-la no colo até o sofá, onde o Berlim está e logo levanta atento ao que está acontecendo.

Sento ela ao lado do nosso cachorro e rapidamente corro escada a cima, indo direto pro nosso quarto, onde troco minha bermuda de dormir por uma calça jogger preta e já visto também uma camisa qualquer na mesma cor.

Calço meu tênis mais confortável, passo meu desodorante e já aproveito pra enfiar todas as minhas coisas nos bolsos da calça, assim como nossos celulares.

Pego o vestido vermelho que a Sara já havia escolhido para esse dia e jogo sob o ombro, antes de ir até o banheiro e pegar uma toalha limpa.

Molho metade dela e também já pego os lenços umedecidos íntimos, antes de correr escada abaixo e me ajoelhar em sua frente.

- Precisamos avisar todo mundo. - Ela diz chorosa e com certa agilidade puxo qualquer um dos celulares do bolso e dou pra ela.

Enquanto limpo suas pernas e intimidade, vejo que a mesma digita com certa pressa na tela do aparelho.

- Aí amor. - Ela choraminga ainda mais manhosa e dolorida e deixa o celular de lado, enquanto estica as costas no sofá e fecha os olhos.

Deixo tudo de lado após a contração acalmar e me levanto, pegando o vestido que ainda estava sob o meu ombro.

- Já vamos ir preta, deixa eu te vestir. - Falo com a voz calma e acaricio o rosto dela que está retorcido em dor.

Com cuidado a ajudo a se levantar e passo o vestido longo e soltinho por seu corpo pequeno, o arrumando em seguida nos seios e costas.

A Sara beija meu peito quando pronta e então a sento novamente no sofá.

- Vou ajeitar as coisas do Berlim e Gamora e já vamos. - Falo pra mesma que volta a pegar meu celular enquanto assente.

- Tá bom neném. - Diz em um suspiro e acaricia a barriga grande.

Deixo um beijo na testa dela e vou até a cozinha, onde encho os potes de comida e água e deixo alguns petiscos em um recipiente do chão.

Coloco tapete higiênico em alguns locais da casa e já checo a areia da Gamora, com tudo pronto corro escada a cima e pego as malas já prontas.

Na mala pessoal que a Sara separou pra levar pra maternidade, já colocamos roupa pra mim também, pois ela sabe que não pretendo sair de lá sem as duas, então assim já poupou trabalho de mandar alguém vir buscar coisa pra mim.

Desço as escadas com as malas, após pegar os carregadores de celular e a bolsa com exames, e suspiro preocupado ao ver minha mulher se contorcer de dor no sofá.

- Vamos lá amor. - Falo baixo e ajeito tudo em um ombro só, para que eu consiga ajudar ela a se levantar e a levar até o carro.

Minha preta coloca o celular novamente no meu bolso e segura firme em meu braço, me acompanhando com calma até a porta da frente.

Ao sairmos, já tranco tudo e a levo até a BMW.

Empurro o banco do passageiro bem pra trás e coloca ela sentada ali, antes de praticamente jogar as bolsas no banco de trás.

Entro no carro e ajudo a Sara a passar o cinto pelo corpo.

- Meu Deus, dói muito. - Ela diz chorosa e coloca a mão em minha perna, enquanto fecho meu próprio cinto e tiro o carro da garagem.

- Não consigo nem imaginar o quanto realmente dói amor, mas sei que depois tudo vai valer a pena como você mesma sempre diz. - Digo pra ela e ativo o alarme da casa.

Olho pra Sara uma última vez e encontro a mesma sorrindo pra mim, com lágrimas nos olhos.

- Vamos? - Pergunto pra ela e ganho um aceno positivo com a cabeça.

Deixo minha mão sob a dela e acelero pra longe de casa, tentando manter a calma e a mente limpa para que tudo dê certo.

Como já são mais de 21h da noite de uma quarta feira, o trânsito está consideravelmente tranquilo e consigo manter uma velocidade boa até a maternidade.

A ansiedade pra ver o rostinho da minha filha, corre pura em minhas veias e a cada minuto que passa, sinto como se fosse vomitar de tanta felicidade.

Sei que as próximas horas vão ser pesadas e muito doloridas pra Sara, mas também sei que depois que tudo correr bem, vamos lembrar de cada instante com muito amor, e eu principalmente com muito mais admiração pela mulher foda que tenho.

...

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