7 - Frente à frente

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Tempo depois... no refeitório do hospital.

Todos os residentes estavam reunidos no refeitório para o almoço. De onde Dulce estava, conseguia ver Danilo com alguns colegas residentes.

— Dá pra me falar o que você tem com o Danilo? — perguntou Luana para Dulce.

— Eu? Eu não tenho nada.

—  E por que não para de olhar pra ele?

— Não sei!  – ela disse mordendo um sanduíche.

— Anda amiga, desembucha, vocês já ficaram?

— Quando eu tinha 14 anos, faz muito tempo.

— Ué, e por que não gosta dele?

— Porque eu era apaixonada por ele na época, quer dizer, achei que estava. Por ele ser tão atencioso comigo achei que ele também gostava de mim, acabou que eu peguei ele beijando uma garota que era insuportável no colégio, e ainda na minha própria casa.

— A primeira desilusão amorosa a gente nunca esquece, te entendo bem. — disse Luana nostálgica.

— Depois disso não quis que ele fosse mais meu amigo. Não o vejo desde então.

— Mas como é rancorosa, isso foi uma paixonite de adolescente Dulce Maria, pra que tanto drama?

— Pode até ter sido, mais ainda assim, não deixou de doer. Eu fiquei muito triste.

— E o que te impede de ser amigo dele agora?

— Porque eu não quero, não quero ser próxima dele, não quero falar com ele, será ele lá e eu cá e pronto, felizes para sempre. Nós não combinamos mais nem pra sermos amigos, estamos muito tempo afastados.

— Se você diz... — começou Luana com um sorriso travesso. — Mas agora me fala, ele mudou muito desde que você se lembra?

— Claro! Ele já era bonito, agora está de cair o queixo, eu o conhecia como um garoto e agora ele é um homem. Mesmo que eu não goste dele não posso negar o quanto o safado é bonito. Está mais forte, o cabelo maior e mais despojado, essa barba combinou muito com ele, melhor do que aquelas penugens de antigamente...

— Eu pegava viu! Pegava muuuuito.

— Fique à vontade, isso se ele estiver solteiro, vai que ele é casado ou namora.

— Não estou vendo nenhuma aliança no dedo.

— Então vai, pode ir ficar com ele que eu não estou nem aí. – Dulce deu duas batidinhas na mão da amiga.

— Obrigada pela permissão, mas mudando de assunto, como estão as coisas com o Davi? Tem volta?

— Não! O que eu vivi com o Davi foi lindo, mas é melhor cada um ir pro seu canto mesmo. — disse Dulce.

— Promete que não terá mais nenhuma recaída?

— Hummm... — ela disse pensativa.

— Dulce María, promete pra mim!

— Tá, eu prometo.

Luana a olhou incrédula...

— Eu juro! – Dulce falou prendendo o riso.

— Você já falou isso um milhão de vezes e sempre tem recaídas quando o assunto é Davi Armani.

Davi Armani foi o segundo namorado de Dulce María. Se conheceram no 1º ano da faculdade de medicina. Após sofrer uma desilusão amorosa com seu primeiro namorado no ensino médio, Dulce entrou na faculdade disposta a não entregar seu coração a mais ninguém. Apesar de suas mães sempre falarem que desilusão de amor é normal até encontrar a pessoa certa, ela estava disposta a se fechar para novos amores. Até conhecer Davi Armani, estudante do 4º ano de medicina, que logo depois se tornou seu namorado. Eles se amavam e eram felizes, até que ele decidiu fazer sua residência fora do país, e pediu para terminarem pois não conseguiria viver um namoro a distância, o que deixou Dulce arrasada! 

Encontrei você, amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora