29 - Intercâmbio da Carol

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Mais tarde, Caroline e Dulce foram almoçar juntas mais uma vez, as duas conseguiram despistar Enzo que queria ir atrás delas. Elas escolheram uma mesa e se sentaram...

— Vem cá, me conta isso do Bruno ter medo de falar com mulheres. — Dulce perguntou a Carol.

— Isso foi história do brincalhão do Enzo, o Bruno só é tímido demais. Ele é aquele tipo de pessoa que tem poucos amigos porque sempre fica acuado no canto, sabe? E não se comunica para fazer amizade? Mas ele é gente boa, gosto muito dele, prefiro ele ao Enzo. Enzo às vezes me tira do sério, ele brinca demais, até quando o assunto é sério.

— Entendo. Mas como o Bruno é como residente?

— Inteligentíssimo. Ele é o melhor dentre nós três. Só que na hora da prática fica tão nervoso que as vezes até erra. Ele evita fazer muitas coisas porque tem medo que o nervoso o atrapalhe. Bruno morre de medo de fazer algo errado e matar o paciente.

— Normal, tenho esse medo o tempo todo. Mas vai da nossa confiança, creio que com o passar do tempo ele vai pegando mais confiança e esse medo vá embora. Porque senão, ele não vai sobreviver aqui.

— Não mesmo, eu sempre digo isso para ele. Eu me aproximei dele, sabe? Queria que ele confiasse em mim e que fosse meu amigo.

— E deu certo?

— Sim, deu. Mas aí que entra a história do Enzo de dizer que ele gosta de mim. Nós somos só amigos, e principalmente o Bruno sabe disse. Mas mudando de assunto, me fale sobre você. Nos conhecemos ontem e parece que já somos amigas há séculos.

— Sabe que eu penso a mesma coisa? Bom, o que quer saber?

— Tem irmãos? — Carol quer saber.

— Quatro. Dois de cada um dos meus pais. Porque eu tenho duas mães, um pai e um padrasto.

Caroline quase se engasgou ao ouvir isso e ficou ainda mais curiosa para saber da história toda. E como se já se conhecessem há séculos, Dulce Maria contou tudo, desde quando ainda morava nos Estados Unidos, a morte do pai, a vinda pro Brasil, a sua mãe biológica que era sua psicóloga e  que o seu quase padrasto era o seu pai de sangue.
Carol ficou de boca aberta.

— Sério, por que você não escreve um livro? Isso daria um ótimo enredo de filme.

—  Eu sei. — Dulce suspirou. — Quem sabe no futuro? — riu. — Agora me fala de você.

— Bem, minha vida não é tão interessante quanto  a sua, eu só tenho um pai e uma mãe mesmo. — as duas riem. — Mas eu tenho irmãos, sou a filha mais nova de três meninos, dois já estão casados, me esforcei muito para conseguir uma bolsa em medicina que sempre foi meu sonho, ainda moro com os meus pais mas pretendo em breve ter meu próprio cantinho.

— Você é esforçada, vai conseguir. — sorriu para a nova amiga.

— Obrigada! — retribuiu o sorriso que Dulce por um instante achou familiar.

— Tem namorado?

— Ah não, não penso em namoro agora, estou focada 100% na minha residência.

— Eu dizia a mesma coisa até pouco tempo atrás. — as duas gargalham, enquanto ela abriu a galeria do celular escolheu uma foto de Lara e mostrou para Caroline. Era uma foto dela ao lado na menina, na festa de dias das mães. Danilo que havia tirado a foto.

Dulce percebeu quando os olhos de Carol brilharam e surpresa perguntou:

— Você tem uma filha? Tão jovem assim...

— Bem, na verdade ela é a filha do meu namorado. Mas eu a adotei como filha do coração.  E eu amo tanto essa menininha que meu coração se aperta só de pensar em perdê-la.

Encontrei você, amor (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora