Depois do show, Milla não sabia o que fazer ou para onde ir. Estava confusa, com a mente a mil e o coração apertado. Andou pelas ruas sem rumo e seus pés a levaram para o único lugar que costumava ir quando se sentia daquela forma.
Estava tão acostumada a pegar aquele caminho, que o fez feito uma sonâmbula, sem se dar conta do que estava fazendo. Quando chegou à conhecida loja de conveniência, se arrastou até o primeiro banco que viu e se sentou, soltando um suspiro alto e deprimente. Não sabia o que pensar, o que fazer. Mas, não pôde divagar muito mais, quando ergueu a cabeça e olhou para rua, seu coração pulou no peito e quase escapou pela boca.
Woosung ia até ela, sua camisa entreaberta deixando a sua tatuagem do peito à mostra. Ainda vestia as roupas do show e estava incrivelmente lindo. O cabelo bagunçado lutando contra o vento e uma fina linha preta esfumada pintando os seus olhos puxados.
Quando estava a apenas alguns passos de distância dela, a olhou nos olhos como se a conhecesse há anos e sorriu antes de dizer qualquer coisa.
Oi – a cumprimentou em seguida, desfazendo o silêncio e a deixando intrigada.
Oi – Milla disse em resposta, ainda cheia de dúvidas. Por que eu? – teve que perguntar, admitindo que ele sabia sobre o que estava falando.
- Por que não? – Woosung a questionou, se inclinando para se sentar ao lado dela no banco.
Agora estava tão perto dela, que suas mãos ganharam vida própria e queriam tocá-la com urgência. Como se fosse um hábito ou como se a pele dela fosse magnética. Estavam a ponto de tocar o seu rosto quando ele as deteve. Não podia ter pressa, não com ela.
- Posso? – pediu ao invés disso. E Milla, que tinha fechado os olhos aguardando o toque dele, apenas assentiu com a cabeça.
Prontamente, Woosung tocou o rosto dela com as pontas dos dedos, sentindo a sua pele macia e fria, segurando o seu rosto pequeno com as mãos espalmadas. Era como se segurasse todo o seu mundo em suas mãos e de fato ela tinha se tornado o seu mundo todo. Por um momento, se sentiu envergonhado de tocar a sua pele delicada com mãos tão ásperas e cheias de calos.
Sabia que a respiração dela estava entrecortada, não apenas por causa do frio, mas também pela tensão que se formou entre eles e estava perto demais para voltar atrás e mais do que o suficiente para saber que queria o mesmo que ele. Também não conseguiria deixá-la esperando de olhos fechados por muito mais tempo, então a beijou sem demora.
No momento em que sentiu o gosto doce do beijo dela, se arrependeu de um dia ter colocado um único cigarro na boca. Não tinha o direito de beijá-la com lábios que já tinham experimentado algo tão danoso e nojento, isso chegava a ser um pecado. E tinha fumado por tanto tempo que talvez seu hálito nunca voltasse a ser o mesmo.
Completamente impregnado por aqueles pensamentos terríveis, se afastou de Milla de repente, a forçando a abrir os olhos.
- O que foi? – ela perguntou assustada e sem entender o que tinha acontecido.
- Nada. É que eu nunca tinha sentido o gosto de um beijo como o seu.
- Como assim? Tem algo errado com o meu beijo? – Milla perguntou inocentemente, levando a mão aos lábios instintivamente e deixando Woosung encantado e vidrado neles.
- Não, nada. Não tem nada errado com seu beijo, pelo contrário – ele respondeu sério e sem aguentar mais voltou a beijá-la.
- Posso te acompanhar até a sua casa? – Woosung pediu, assim que o beijo começou a ficar mais intenso. Ele queria mais, muito mais, mas ela não era dele, não ainda.
- Não – Milla respondeu imediatamente, o pegando de surpresa com a resposta seca.
- Por quê? – a interrogou, chateado.
- Eu não quero que esse dia acabe e se eu voltar para casa as coisas vão voltar a ser como antes – Milla explicou, a sua conhecida tristeza querendo retornar para ela.
- E como as coisas eram antes? – Woosung perguntou, mas no mesmo instante se arrependeu, sabia o que ela diria.
- Tristes – Milla disse baixinho. Agora a tristeza era iminente e precisava fugir dela a qualquer custo. Não podia sucumbir na frente dele.
- Por que você é triste? – Woosung pensou em perguntar, mas ainda não era o momento.
Antes que dissesse ou fizesse qualquer coisa, Milla se aproximou sorrateiramente e sentiu o peitoral dele com as mãos. Os olhos dela o queimavam e provocavam, o pegando de surpresa, não conseguia imaginá-la agindo daquela forma.
- Era exatamente isso que eu estava tentando evitar – Woosung pensou alto.
- Isso o quê? – Milla o questionou, fingindo que não tinha entendido.
Então deslizou a mão que afagava o peito dele mais para cima, chegando mais perto do seu pescoço e se enroscando nele suavemente, o fazendo engolir em seco, desejoso.
- Você sabe que isso não vai fazer os seus problemas sumirem, não é? – Woosung a advertiu, preocupado.
- Eu sei – Milla admitiu envergonhada. Ninguém pode resolver os meus problemas além de mim mesma. Só que às vezes isso é um saco! - confessou.
- Desculpa, eu só não quero que você faça algo que se arrependa depois – Woosung explicou.
- Eu me arrependo de muita coisa na minha vida, principalmente de coisas que eu não fiz e não quero que essa seja mais uma – Milla explicou e com aquela deixa o beijou.
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𝕯𝖊𝖋𝖎𝖓𝖎𝖙𝖎𝖔𝖓 𝖔𝖋 𝖚𝖌𝖑𝖞 𝖎𝖘 | Woosung
FanfictionMilla Kang é uma garota solitária que nunca viveu um amor correspondido. Sem esperança de um dia ser a escolhida de alguém e nenhum amigo para contar, encontra companhia e alívio nos livros que lê e nas séries que assiste, bem como nas músicas da su...