Capítulo 16

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Após levantar do chão e dar um passo, me senti como se houvesse corrido uma maratona inteira. Estava suando mais que um porco, faltava ar, os músculos doendo, parecia que iria morrer. Mas não desisti, cada passo era mais difícil que o anterior, quase caí várias vezes e ainda assim persisti, nem que fosse me arrastando eu cheguei até a sala de jantar. Sasuke chegou logo após e Naruto foi o que mais demorou, chegou com o prazo quase acabando.

Ficamos jogados no sofá tentando descansar, meus músculos pareciam em chamas. Itachi chegou pouco depois do anoitecer com um sorriso.

_ Parabéns e desculpem-me por isso_ fala dando risada_ era só para ver se realmente valia a pena treinar vocês.

Ele fez um sinal com a mão e instantaneamente os pesos ficaram mais leves, um alívio percorreu cada centímetro do meu corpo e eu conseguia me mover livremente, apesar da dor não ter sumido junto.

Mikoto apareceu com enormes pratos de comida para jantarmos, e assim que terminou de arrumar a mesa, ouvimos uma voz familiar da porta.

_ Querida, cheguei_ Fugaku grita da porta antes de caminhar até nós_ olá garotos, tudo bem?

Sentou-se ao nosso lado e Mikoto o seguiu. Assim que estávamos todos acomodados, começamos mais um jantar em família com risadas, conversas e um bom sentimento no coração, um sentimento de acolhimento.

Mais uma vez o breu da noite cai trazendo o tardar do dia e precisávamos ir embora. Assim que me levantei, notei que havia mais 4 "pesos" dentro da sacola que ainda estava no meu braço. Itachi percebeu minha confusão e esclareceu minha dúvida.

_ Ache alguém que você confie o suficiente para treinarmos juntos.

Ah, então era isso. Acenei com a cabeça e parti juntamente de Naruto para debaixo do céu escuro da noite e caminhei para nossa casa sentindo a brisa da noite gélida passar por nossos corpos. Não é uma caminhada longa, assim que saímos do distrito Uchiha apenas seguimos reto por uns 5 minutos até entrarmos no apartamento.

Esse foi mais um dia cansativo (ou até o mais cansativo) e eu estava exausto. Deitei na minha cama e mal conseguia ficar de olhos abertos, eles teimavam em cair e pesar e depois de algum tempo eu finalmente cedi.

_ Desculpa por isso, você sabe que eu te amo_ ele disse para ela_ mas não posso suportar vocês dois juntos.

Ele ergueu a metralhadora e abriu fogo na direção dela e do namorado.

_ Marcos, para com isso!_ eu gritei de trás dele.

Ele se virou na minha direção ainda com o dedo no gatilho, só pude sentir os tiros passando e o sangue escorrendo antes de cair.

Ele correu na minha direção e se ajoelhou ao lado do meu corpo.

_ Não… não pode ser, eu não queria isso, desculpa Lyth, me perdoa, por favor não morre

_ Mar… cos_ minha última palavra antes de cuspir sangue pela última vez e perceber que minha garganta estava destruída.

Fechei os olhos esperando o fim, mas ele nunca chegou…

Acordei assustado no meio da madrugada e me levantei para preparar um copo leite, acabei ficando pensativo, não havia motivo para que eu sonhasse com isso, pelo menos não agora, depois de anos…

Deve ser só o cansaço mexendo com minha cabeça. Terminei de beber o copo de leite, mas alguma coisa não me deixava voltar para cama, talvez a ansiedade. Então resolvi caminhar pelas ruas desertas da vila, com as únicas testemunhas dos meus passos sendo a lua e os ninjas escondidos por aí, vigiando. Cheguei ao portão principal de Konoha e parei. Em algum momento eu havia estado do outro lado daquele portão, largado no meu próprio sangue, mais jovem e bem distante da minha realidade.

Uma Nova Vida em KonohaOnde histórias criam vida. Descubra agora