capítulo 19

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Fazia tempos que eu não tomava um banho quente e vestia uma roupa limpa

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Fazia tempos que eu não tomava um banho quente e vestia uma roupa limpa. O luto tem disso, faz você agir como se estivesse morta.
Escolho um vestido branco que ia até no meio das cochas, era umas das minhas roupas preferidas. Passo um pouco de perfume e hidratante, quero está ao menos bem apresentável quando descer essas escadas.
Já pronta abro a porta sem mais demora e vou até a sala. Sou surpreendida quando vejo que todos estão lá, até a mãe de Vinnie que eu não via desde do velório do padrasto dele.

— você saiu do quarto — meu irmão me dar um abraço apertado — já estava achando que você não ia descer.
— me desculpem por esse momento que passei sozinha, foi muito feio da minha parte. — dou um sorriso sem graça. Não, eu não achava feio da minha parte, afinal eu estava no meu pior momento e precisava desse tempo.
— desculpa? Você acha que foi a única que sofreu com a morte dela? Todos nós sofremos e mesmo assim ninguém deu esse show que você fez. Cresça Raissa!— Débora avança em minha direção
  — isso tudo é culpa sua na verdade!
— cale a porra da boca AGORA, Débora. Vá para o quarto! —  Felipe a empurra em direção as escadas —  agora.
— que inferno, você sempre defende ela. —  deby sobe as escadas correndo.
Um silêncio constrangedor se instalar. Me sento no sofá de cabeça baixa, com toda certeza estou vermelha de vergonha.
— o que aconteceu que estão todos com essa cara de bunda? —  Vinnie diz ao entrar na sala. Meu coração acelerar ao lembrar que ele passou noites do meu quarto, e sabe se lá o que eu disse a ele quando estava chapada.
—  nada não, mano. —  meu irmão diz.
— ah, sei. — ele senta no mesmo sofá que eu.

Tento não olhar para o lado, mas mesmo assim sei que ele as vezes me encarar. Por que sempre é tão constrangedor ficar perto dele?

— Raissa, minha princesa. Quanto tempo! — sou quase derrubada por  um abraço da dona Helena, mãe de Vinnie.
— também sentir sua falta, dona Helena! —  dou batidinhas nas suas costas.
— mãe, você vai sufocar ela assim.
— oh, meu amor desculpa. É que faz tanto tempo que eu não vejo essa menina — ela se afasta.
— realmente, não vejo a senhora desde que seu marido morreu. — digo, cuidada.
— é verdade. Sabe como é, eu precisei de uns anos longe de todo mundo. — ela sorri, nervosa.
— sei bem como é.
— falando nisso, eu sinto muito por tudo que está acontecendo. — ela pega minhas mãos e beija — aposto que algo maravilhoso vai acontecer na sua vida em breve.
— eu espero que sim dona Helena, as coisas não estão fáceis. — sorriu sincera.
— seu irmão já falou com você? — Vinnie diz atrapalhando a conversar.
— não. aconteceu algo? — fico assutada. Só me falta agora mais uma desgraça.
— eu ia contar, estava esperando você sair do quarto. — meu irmão se senta ao meu lado — eu e Vinnie compramos uma casa em uma cidade longe daqui. Lá é interior e bastante calmo, vai ser bom pra gente, vai ser bom principalmente para você.
— mas e o papai? Uma hora ele vai acordar do coma.
— quando ele acordar vai provavelmente ser preso. — Felipe fecha a cara — ele é um assassino.
— não temos certeza disso, Felipe. Ele é nosso pai e merece um voto de confiança.
— não quero brigar com você, Raissa. Já está avisada que vamos embora daqui. Lá é um lugar tranquilo, vou até trabalhar como gerente em uma fábrica de vinhos.
— vamos só eu e você, a deby não vai?
— vamos todos nós. Isso incluí o Vinnie também. — ele ressaltar.

Instantaneamente olho para ele.

— não está feliz que eu vou também, Raissa? — ele provoca.
— só fiquei surpresa.
— por que a surpresa? Ele é praticamente da família. — meu irmão diz.
— sou tipo seu irmãozinho mais velho.
— muito legal. — digo, despreocupada. No fundo eu quero dar um tapa na cara dele por fazer esse comentário.
— chega desse papo crianças. Vou roubar a Raissa de vocês por um minutinho — dona Helena puxa meu braço em direção aos quartos — já voltamos!

Lanço um olhar confuso para ela.

— precisamos conversar, Raissa.

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