Inimigo Mortal

capítulo 15

Levanto do meu lugar parando atrás de Raissa. Lanço um olhar significativo para Felipe, que o devolve na mesma intensidade. Já prevíamos que ela não iria reagir bem a notícia, ou até tentar ir atrás dos pais. Por isso ele me meu uma seringa com um sonífero. Caso as coisas saiam do controle eu tenho permissão pra enfiar isso no pescoço dela.
Parece que as coisas estão fora do controle agora.

— você deveria ficar calma, Raissa. — digo, com a seringa atrás do meu corpo
— calma — ela se vira em minha direção — meus pais sumiram.
— e você não pode fazer nada.

O que ela queria? Ser a porra de uma heroína?

— você não entende Vincent, e nem vai. — seus olhos vermelhos pelo choro me encaram com nojo.
— o que eu não entendo? — pergunto. Olho para trás e vejo Felipe acenando com a cabeça.
Está na hora dela dormir.
— o amor. Você não ama ninguém além de si mesmo, jamais vai entender o que é medo de perder alguém. — meus músculos se contraem de raiva. Por algum motivo essas palavras me afetaram, por motivos que eu sabia muito bem quais eram.

— tem razão. — ando lentamente parando atrás do seu corpo.
—

o amor é uma doença, Raissa. E eu sou imune a ela, pelo menos a muito tempo — sussurro no seu ouvido, antes de enfiar a seringa no seu pescoço.
— o que... O que você fez comigo? — seguro seu corpo mole em meus braços.
— Felipe, me ajuda.. — ela tenta sair dos meus braços e ir em direção ao irmão. Ele a olhava com pena, mas no fundo sabia que tinha feito o certo.
— é para o seu bem, Ray. Você não pode ir atrás deles, eu vou resolver isso sozinho.
— você.... você... — ela desmaia em meus braços.
— fique de olho nela. vou tentar achar meus pais e acabar logo com isso — Felipe diz.
— não se preocupe. Não vou tirar os olhos dela.
— eu sei que não. — ele sair sem esperar minha resposta.

Felipe sabia que a única pessoa que poderia machucar Raissa, seria eu mesmo.

Pego ela no colo estilo noiva e a levo para o meu quarto.
Coloco seu corpo na cama, delicadamente. Raissa parecia um anjo dormindo, pena que de anjo não tinha nada. Ela Sempre foi uma diabinha.

depois de alguns minutos eu saio do banheiro com uma toalha na cintura. Me sento no pequeno sofá de frente para cama, e a encaro dormir.
Se Raissa aos menos soubesse a porra da metade da história, tudo o que eu fiz por ela, tudo o que eu passei. Acho que a anos atrás eu já fui apaixonado por ela. Mas Raissa me destruiu, mesmo sem perceber ela acabou com a minha vida. E agora, eu vou acabar com a dela também. Ela vai passar a merda dos anos dela ao meu lado, até o fim dos nossos dias.

— Vinnie... Seu grosso - ouço alguém falar.
Raissa estava sonhando comigo?
— está machucando... Por favor, calma, Vinnie... — ela começa a se revirar na cama de um lado para o outro. Mas eu não a acordo. Na verdade, eu apenas me mexo para fumar meu cigarro. Seja o que for o pesadelo que ela está tendo comigo, não vou acorda-la dele.
Cruzo os braços acima do peito somente vendo a cena. Levo meu cigarro aos lábios, e solto a fumaça lentamente, enquanto ela gritava meu nome na cama.

— vai me deixar de pau duro se continuar gritando meu nome assim — digo, para mim mesmo.

Sinto meu celular vibrar no bolso. Vejo o nome de Felipe na tela e imediatamente atendo.

— estamos com problemas, cara.
— o que aconteceu? — pergunto, confuso.
— estou na frente da casa dos meus pais. Resolvi dar outra olhada na casa, e encontrei isso.
— o que?
— te mandei a foto. — rapidamente abro a foto. Vejo tudo preto na frente, essa porra não tá acontecendo.
— seus pais não sumiram, então— digo, com um rosnado.
— não. E isso tudo é apenas uma isca.
— na verdade ela é quem está na mira — olho mais uma vez para foto. " Raissa é a próxima da lista" a frase escrita na parede com sangue, que provavelmente seria do seus pais.
— eu não entendo mano.. ela nunca fez nada conta ninguém, pelo contrário.
— vamos embora dessa cidade Felipe. Eu juro que vou matar quem quer que seja essa pessoa, ninguém vai tocar nela. — desligo, sem esperar uma resposta.
Coloco o celular no bolso e vou em direção a cama. Sento ao seu lado e passo as mãos em seus cachos, ela ainda estava sonhando comigo.
— parece que você irritou alguém, diabinha. Mas não se preocupe, eu sou o único que você deve ter medo.

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