A cena na minha frente é meio melancólica — no meu ponto de vista — Raissa chorando como uma criança e Felipe tentando a manter calma. Havia uma coisa sobre ela que somente eu sabia, uma coisa que ela esconde de todos mas não consegue esconder de mim. Ela se fingi de forte quando na verdade é fraca e frágil. A porra do coração dela é bom demais e isso não é nada legal.
— não, não pode ser verdade! — ele a abraça o irmão — me diga que é mentira.
— sinto muito. — ele passa a mão em seus cabelos.Hoje pela manhã Felipe recebeu uma ligação. Uma vizinha dos pais disse que tinha ouvido uma briga pela madrugada, e na manhã seguinte ninguém saiu da casa. Eu e ele achamos suspeito e fomos ver se estava tudo bem com eles. Ao entrar vimos a casa totalmente destruída, havia marcas de sangue. Era como se duas pessoas tivessem brigado ali.
O Vestido da senhora eubanks se encontrava no chão, cheio de sangue. Porém não tinha nenhum corpo lá dentro. Seus pais sumiram do mapa.— tudo indica que ele fez alguma coisa com a mamãe e fugiu, isso antes de esconder o corpo dela. — Felipe explica a Raissa.
— não pode ser! Ele é o nosso pai Felipe. Sei que ele é agressivo, mas fazer algo com a mamãe? — ela solta uma risada — isso já seria demais.
— eu entendo que mesmo ele não sendo seu pai de sangue você ama ele. E ele sempre preferiu você, mesmo não sendo do sangue. Mas isso não muda o fato dele ser um monstro, porra. Acorda Raissa. — Felipe se levanta do chão onde consolava a irmã — você precisa acordar Raissa.Sorrio com a cena. Em outras palavras ele quis dizer "cresça Raissa".
Espojado no sofá, acendo mais um cigarro — acho que esse era o quinto apenas em meia hora que eu fumava — um a mais não me faria mal.— se divertido? — deby se senta ao meu lado.
— não, apenas analisando a cena.— levo o cigarra a boca — e você? Não parece preocupada pra quem provavelmente perdeu uma mãe.
— chorar só vai mostrar o quanto eu sou fraca — ela olha para irmã — e isso é a última coisa que eu quero.
— Raissa não é tão fraca assim, sabia? Ela é uma coisinha forte às vezes. — olho para a frente onde ela e o irmão brigava — só precisa ser mais confiante.
— por que você sempre defende tanto ela, em caralho? — viro minha cabeça em sua direção — por que você tem tanta inveja dela? — pergunto, agora com o rosto próximo ao seu.
— inveja dela? Você só pode está maluco! Eu nunca sentiria inveja de uma órfã feia e suja.
— você sente sim. Ela sempre foi a preferida dos seus pais, e até do seu irmão, e isso mesmo sendo adotada. — ela abre a boca mas se cala — ela é tão linda com aqueles cabelos selvagens, e a porra do corpo parece ser de uma deusa. — sorrio, me lembrando de cada parte daquela obra prima.
— mas isso não é tudo — continuo a falar depois de uma pausa — sabe qual o principal motivo da sua inveja? É saber que a sua irmã mesmo sem nunca ter me tocado, deixou meu pau mais duro que você que me tocou. Entenda isso deby, não adianta tratar Raissa igual um lixo. Você nunca vai ser ela.
— está confessando que sempre quis comer ela? — ela pergunta com uma raiva evidente na voz.
— sim. Mas como eu não podia tive que fazer isso com uma vagabunda igual a você, só que nem pra fingir ser a sua irmã você presta. — lanço um olhar de ódio em sua direção.
— você é um desgraçado mesmo
— sou sim. Sou o desgraçado que vai foder a sua irmã. O desgraçado que vai comer aquela boceta apertada todos os dias. — pego a bituca do meu cigarro e queimo a sua coxa — Agora saia da minha frente antes que eu te mate, vagabunda. — ela bufa sair correndo assustada.
— vadia. — digo baixo.
— eu vou embora dessa casa e procurar a mamãe e o papai — volto a focar em Raissa e Felipe assim que escuto ela gritando.
Nem fodendo você sair dessa casa.
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Inimigo Mortal
RomanceEntre amor e ódio vivem Raissa e Vinnie. Uma paixão quente e avassaladora. Um clichê com uma pintada de dark Romance. Se você leitor (a) gosta de uma história nada convencional e fora dos padrões, lhe convido a embarcar nessa aventura, onde o corre...