Capítulo 58

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Gente, voltei com mais um capítulozinho pra vcs, não é um retorno certo, mas eu senti vontade de escrever.

Espero que gostem!

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Tuan não conseguiu dormir durante dois dias observando os envelopes vermelhos em sua cama. Todos eles, sem exceção, além de dinheiro tinham recados e mensagens que simplesmente haviam tirado o seu sono.

Dava para ver claramente o assunto dos envelopes evoluindo durante os anos, os mais antigos remetiam a temas de criança já os mais novos continham uma linguagem mais formal, mas o último... o cartão que Sizhui estava fazendo quando eles se bateram naquele pátio só tinha uma pequena frase.

"Por favor, me perdoe."

Aquilo lhe tirava o sono, tirava porque Sizhui sabia que ele era o seu filho. Mas como? E quando? Por que não falou nada? Ele havia escondido tão bem! Como descobriu?! Ele precisava saber! Precisava muito ou não teria paz de novo.

− Pai. – Não esperou ser anunciado, simplesmente invadiu a sala do trono atrapalhando a reunião que Jingyi estava tendo com os ministros e que com certeza era importante. – Eu vou para Qishan.

Um ministro imediatamente abriu a boca para rebater, claramente achando um absurdo o fato de Tuan querer cruzar a fronteira e ainda mais ir para Qishan, mas antes que ele pudesse falar qualquer coisa, Jingyi levantou a mão pedindo silêncio a todos e quando o teve, olhou para o filho.

− Tem certeza? É o que quer? – Questionou cuidadoso vendo o jovem assentir.

− Preciso ir... preciso... perguntar algumas coisas..., ter as respostas que o senhor tanto disse que não tinha e que só ele podia me dar. – Uma lágrima solitária escorreu pelo rosto do Imperador. – Pai...

− Posso morrer em paz com essa notícia. – Murmurou. – Estou tão aliviado, Tuan, por ter tomado essa decisão.

Soltou o ar do peito e se levantou encarando o jovem com carinho.

− Faça um boa viagem e tome cuidado no caminho. – O jovem assentiu e se ajoelhou aos pés do alfa em um agradecimento claro. – E lembre-se que independente da decisão que tomar quando souber o que quer, essa casa sempre será sua e sempre estará de portas abertas quando quiser retornar.

Assim que o sol nasceu, Tuan subiu em seu cavalo e cavalgou para longe de casa, durante todo o caminho que se passou ele se questionou sobre o que faria quando chegasse, quando tivesse as respostas que queria, se voltaria, se ficaria, eram tantos os questionamentos que não conseguia parar para pensar em outra coisa.

Quando escureceu, se hospedou em um estalagem e no dia seguinte seguiu viagem.

Assim que chegou ao palácio de Qishan a sua entrada foi imediatamente liberada, era como se já esperassem por sua presença. Estava meio atônito, mas ainda assim ignorou todas as suas emoções e se deixou guiar pelos corredores até a área principal da família, mas especificamente para o pátio em que encontrou Sizhui fazendo os envelopes vermelhos naquele dia.

O alfa parecia ainda mais abatido que naquele dia, parecia triste e chateado, o rosto pálido e as olheiras no rosto não permitiam esconder a sua infelicidade, agora olhando melhor, Tuan não se lembrava de ver o pai com um sorriso sincero no rosto ou com uma expressão relaxada desde que chegou no palácio.

Ele parecia sempre triste.

− Oi.

Respirando fundo, ele fez a sua presença ser notada pelo mais velho que arregalou os olhos surpreso ao lhe ver, lentamente ele se levantou segurando as lágrimas que queriam sair. Tuan não estava diferente, o bolo estava presente em sua garganta, mas ele precisava saber, precisava perguntar.

− Como soube? – Murmurou. – Eu fiz de tudo para que você não notasse.

− Desde o início. – Respondeu calmo. – No dia que lutamos... sua esgrima é muito semelhante a de Jingyi, a forma de lutar, as combinações golpes, tenho certeza de que foi ele que lhe treinou.

O jovem assentiu lentamente.

− Seu sotaque é de Gusu, você tem a marca da fita na testa por conta do sol, além disso... você fala igual a seu avô, até a forma de falar "patético" é igual. Eu só precisei juntar tudo, a sua idade e a sua aparência..., você é igual a mim quando eu tinha a sua idade.

− E por que não comentou nada?

− Porque eu achava que você não sabia que eu seu pai, tive medo de que se soubesse me renegasse novamente, então... esconder isso e fingir ser seu amigo foi a única forma que eu encontrei de ficar perto de você nem que fosse um pouco. – O Imperador engoliu em seco e o encarou. – Por que voltou?

− Porque eu precisava ouvir isso da sua boca. Precisava entender...

− Me manter afastado de você naquela época foi a única forma que eu achei de lhe proteger. Eu era muito vigiado, Tuan, eu não podia arriscar entrar em contato com Gusu, mesmo que por meio de espiões e deixar que a sua identidade fosse descoberta. Eu tentei lhe explicar isso nesses últimos anos, mas...

− Eu nunca li nenhuma de suas cartas. – O interrompeu. – Mandei que queimassem todas.

− Eu imaginei. – Um silêncio desconfortável se formou antes do jovem continuar.

− Eu não sinto mais raiva de você. – Começou observando um alívio tomar conta do outro. – Depois de conversar com você e com a minha família eu entendo que o que aconteceu não foi culpa de ninguém, que as circunstâncias obrigaram vocês tomarem algumas decisões, somos de família nobre e o povo sempre é a prioridade.

− É verdade.

− Meus avós e meu pai não foram atrás de você por causa do que aconteceu naquela época. Eles precisavam descobrir quem era o traidor dos exércitos e não poderia cruzar a fronteira, acabaria expondo a aliança secreta entre Gusu e Yunmeng. – Sizhui não falou nada. – De certa forma, os motivos que fizeram eles lhe deixarem aqui, foram os mesmo que você teve para me deixar lá: o povo. E se eu posso vir me reconciliar com você, você também pode se reconciliar com eles.

Sizhui assentiu em silêncio e sorriu. Tuan engoliu em seco e tomando coragem perguntou o que queria.

− Eu... − Pigarreou envergonhado. – Po... posso te dar um abraço?

A voz saiu tão baixa que quase não era possível escutar, mas Sizhui escutou, escutou tão bem que podia sentir a mão invisível que apertava o seu coração durante todos esses anos finalmente soltá-lo. Assentiu lentamente, envolveu o jovem em seus braços com carinho e chorou, um bolo envolveu a sua garganta e as lágrimas derramaram enquanto ele apertava o alfa para mais perto de si.

Ele finalmente estava com o seu filho nos braços. A últimas vez que o abraçou Tuan ainda era uma criança de dois que anos que nem falava direito, agora era um homem, um rapaz formado, havia perdido tanta coisa..., havia perdido 17 anos da vida do seu filho, mas agora iria recuperá-lo, daria um jeito para criar novas lembranças, boas memórias e momentos maravilhosos.

Seria o pai que foi impedido de ser.

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Amor Proibido - Mo Dao Zu ShiOnde histórias criam vida. Descubra agora