Então posso ter esperança?

786 60 167
                                    

Maya Ballmer

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Maya Ballmer

Vontade, talvez esse seja o sentimento na qual posso resumir aquela noite. Assim como sua definição, a necessidade física, e que às vezes se mistura com a emocional, tomou conta dos meus pensamentos. No entanto, me sinto entregue nas mãos de alguém que é capaz de me controlar como um fantoche, preparado para a qualquer momento interferir nos meus próprios atos. E este foi o ocorrido.

Não queria ser aquele tipo de pessoa que sempre está reclamando da relação, desejo todos os dias ser a mulher que se vê diante de um muro e toma coragem para levantar e tentar pular para o outro lado, sem se importar com a altura da queda. Mas infelizmente não sou, sou como um cervo que se esconde ao menor barulho vindo de um arbusto.

Como um covarde.

A festa da revista foi o que chamamos de glamourosa, com presença de grandes nomes da mídia, foi estranho viver aquilo tudo quando na realidade minha vida está em chamas e estou do lado de fora assistindo. O mundo da moda acaba sendo um distração para todo o caos que está presente na minha realidade. Estar presente em um evento onde tenho o privilégio de conviver com pessoas que valorizam meu trabalho, admiram meus passos pelo o que conquistei.

Tentei ao máximo não me concentrar na troca de olhares com o piloto, nas melhores oportunidades nossos olhos se filmaram como se estivéssemos em um filme de romance adolescente. Me senti confrontada a todo momento pelo desejo intenso de cometer a maior das loucuras que uma mulher promíscua poderia realizar. No fundo, eu desejava ardentemente me entregar a algo que me fazia sentir-se como adolescente.

Por sorte, ou por azar, o segurança do Bernard recebeu a ordem de me levar para casa e decidiu cumpri-la me tirando na primeira oportunidade da festa. Não tive tempo de me despedir do Brandon, do pessoal que estava conosco na mesa, e nem dele. 

Com um certo desespero fui levada de volta para minha realidade enfrentando aos gritos alguém que resolveu me diminuir por apenas estar na presença de quem mexeu com um dos seus bens. Dessa vez, talvez como nas outras, escolhi não bater de frente e o deixei gritar. Eu poderia me defender, estava certa diante da situação, mas optei por não enfrentá-lo.

Na manhã seguinte, visitei um estúdio de tatuagem com o Brandon no Tribeca. Aquele bairro sempre foi um dos meus prediletos por aqui. O cais com vista para o rio Hudson sempre me chamou atenção, na verdade, há um tempo atrás tentei convencer o Bernard de comprar um apartamento para nós em um dos prédios com vista para o rio, mas foi sem sucesso pela grande procura pelas celebridades. Não vivemos na América do Norte, e não faria muito sentido entrar na briga.

Seguindo uma das ordens do Bernard, acabei indo visitar meus pais por pura obrigação. Eu não queria entrar novamente em uma confusão e resolvi fazer uma tradicional visita às pessoas que me colocaram no mundo. Por outro lado, minha estadia por ali durou pouco tempo. A relação com meus pais depois do casamento se tornou  um pouco conturbada, eles se tornaram pessoas que fariam tudo e mais um pouco para o bem do meu casamento. Principalmente, ficar ao lado do Bernard diante das nossas brigas constantes.

FIRE & DESIRE - Sir Lewis HamiltonOnde histórias criam vida. Descubra agora