Isso é errado!

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Maya Ballmer

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Maya Ballmer

Alguns meses depois...

Tenho dó de mim. Sinto misericórdia pela mulher que permiti que eu me tornasse diante de todos os acontecimentos dessa relação.

Às vezes nossas escolhas nos colocam em um buraco, e por mais que a gente tente caminhar para um sinal de mudança, precisamos entender que não é possível sair dele com tanta facilidade sem lidar com as consequências.

Meu corpo se tornou o mais próximo do lugar idealizado para batalhas, por fora ainda preciso lidar com o infeliz fato de que preciso seguir em frente, aguentando o que pode aparecer no caminho.

Me pego pensando no Coliseu, assim como suas ruínas, ele foi construído para entreter os admiradores das brigas, como o meu corpo atualmente. As marcas físicas não se comparam as que ficam em meu coração a cada nova discussão. Meu casamento se tornou um fardo que carrego por um grande conjunto de mentiras.

E eu aceitei cada uma delas.

O mínimo que consigo fazer para sair da rotina, também pode ser facilmente manipulado. Sinto que estou nas mãos da pessoa que amo e fazendo, sozinha, o impossível para não deixar minha vida desmoronar em minha cabeça.

Meus pais acreditam que vivo a vida dos sonhos, tenho uma bela casa, moro em um belíssimo país, tenho o casamento perfeito e o marido... bom, para eles, Bernard é como se fosse algo mais próximo de Deus na terra. Mas para mim, ele mostrou ser como Lúcifer, que foi expulso por achar que é maior do que todos, principalmente do que Deus.

Sim, eu me pergunto todos os dias o que farei para sair ilesa dessa relação. Todos que sabem da situação me imploram por explicações que não sou capaz de dar. Existem ocasiões que aos olhos de outra pessoa parece ser a coisa mais natural do mundo e a solução é mais simples do que se pensa. No entanto, posso dizer que tudo na minha vida atualmente foi construído em cima de uma podridão, e como sabemos, quanto mais mexe, mais fede.

Não posso dizer que espero o milagre chegar para que eu possa sair desse apavoro constante, mas enquanto a resposta não chega, me permito seguir o fluxo da vida e enfrentar o que pode surgir dia após dia.

– Como se sente? – a voz suave de Alice me arranca dos devaneios e volto minha atenção para a porta onde minha melhor amiga me encara com clemência.

Eu me tornei uma atração aos olhos de todos nesse escritório. A chamo com a mão pedindo para que ela sente, e a mesma adentra a sala fechando a porta atrás de si.

– Na realidade eu queria poder sumir, ficar incomunicável por algumas semanas e apenas relaxar – jogo a cabeça para trás fitando o teto branco do escritório – ou enlouquecer de vez.

– O que aconteceu dessa vez?

– O mesmo das outras vezes – minha voz falha ao dizer, como minhas atitudes diante de Bernard e encaro minhas mãos sobre a mesa sentindo a vergonha rasgar minha pele.

FIRE & DESIRE - Sir Lewis HamiltonOnde histórias criam vida. Descubra agora