Em meio ao caos - nossa fuga.

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Maya Ballmer

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Maya Ballmer


Mais um dia em que me vejo confrontando a dura realidade que me cerca. Cada agulhada e consulta médica, é como se eu estivesse mergulhando mais fundo em um mar de incertezas e expectativas não cumpridas. É difícil encontrar um momento de alívio, uma pausa nessa jornada tão árdua.

Às vezes, me pego questionando por que tudo precisa ser tão complexo, por que a realização daquilo que é tão esperado e natural para tantos outros é uma batalha constante para mim. A fragilidade que permito aflorar nesses momentos é a única válvula de escape que encontro para a pressão constante que carrego. Eu ainda sou a antiga Maya, lá no fundo.

Queria que as coisas fossem mais simples, mais acessíveis. Que eu pudesse alcançar o que desejo sem passar por essa maratona de médicos, procedimentos e cronogramas. Não é pedir demais ter um caminho mais suave, uma jornada menos torturante?

No entanto, aqui estou eu, presa em um ciclo de esperança e desapontamento. É difícil não se sentir impotente quando a própria vida é conduzida por um calendário médico, e cada mês se torna apenas uma contagem regressiva para novas tentativas, novas expectativas, novas frustrações.

Essa busca incessante me faz questionar não apenas os médicos, mas o próprio destino. Por que algumas pessoas têm seus sonhos realizados de forma tão natural, enquanto outros enfrentam tantas barreiras? Às vezes, sinto-me à mercê de um "Deus" em forma de jaleco, determinando meu destino.

Eu sei que não sou a pessoa mais digna de pedir algo a Deus, mas neste momento, tudo que desejo é uma trégua. Uma pausa nas agulhas, uma folga nos calendários, um respiro para a alma cansada. É um pedido simples, mas parece uma súplica no meio da tempestade.

Espero um dia poder olhar para trás e ver tudo isso como uma fase superada, uma jornada que, apesar das dificuldades, levou-me a um destino que faz sentido. Até lá, continuarei navegando neste mar incerto, procurando por um porto seguro, por uma resposta, por um caminho mais simples.

Meu celular tremia incessantemente em minha bolsa, respiro fundo tentando normalizar toda a situação. Saio rapidamente da clínica e entro no carro, olho minhas chamadas e é de um número privado.

Apenas uma pessoa poderia me ligar assim.

Mas antes mesmo de pensar em retornar, o nome da Alice surge na tela.

Oi? – atendo.

Está voltando? – ela inquere.

Sim.

Então me encontra no EL&N.

Agora? – pergunto verificando o horário no relógio.

Não vai almoçar?

Estou sem fome.

Você precisa comer, Maya – Alice alerta.

FIRE & DESIRE - Sir Lewis HamiltonOnde histórias criam vida. Descubra agora