Warm Heart

8.

When i was young, my mama told me: Loving can be lonely. Not everyone's like you, ain't got the heart that you do.
But i had to learn the hard way, lessons can be costly, and i spent more than i had on love that didn't last.

Lauren Jauregui - Trust Issues.

Fiz Harry prometer que não voltaria pra casa de carro e disse que ele precisava passar aqui bem cedinho pra buscar o veículo, porque se Jake decidisse me buscar de novo ia ser um problemão explicar o motivo da mercedes de Styles está parada bem na porta da minha casa. Dito e feito, quando eu me levantei as seis e meia da manhã seu carro já não encontrava-se mais lá.

Enquanto a água quente caía sobre os meus ombros minha mente ficava em looping, pensando no quão louca foi a noite passada. Harry tomando vinho com os meus pais como se fossemos amigos por tanto e tanto tempo, de uma forma tão confortável que chegava ser... assustadora? Seus sorrisos sinceros, o jeito como ele parecia estar na própria casa com seus amigos, seus olhares, como ele sorria para mim enquanto eu gargalhava de suas histórias, que talvez não parecessem tão engraçadas agora e o quanto tudo parecia mentira, um sonho, um desejo, porque eu não conseguia acreditar que isso havia mesmo acontecido. Na verdade, eu me belisquei algumas vezes desde que ele foi embora só pra conferir que não sonhava. Styles esteve na minha casa. Na minha casa.

Wow.

Tudo no dia passado foi uma loucura. Da sua vinda até minha residência para oferecer ajuda, até o momento em que foi embora quase uma hora da manhã.

A onde eu estou me metendo?

Eu sabia que os pensamentos que envolviam Harry ficariam na minha mente por um bom tempo.

— Louis, seu namorado está lá em baixo. – Mark deu duas batidinhas na porta e falou um pouco mais alto, fazendo meus olhos desviarem do meu reflexo no espelho e olhar pra porta.

— Já estou terminando. – Enxaguei a boca que estava suja com pasta de dentes e sequei o rosto na pequena toalha que ficava ao lado da pia. — Obrigado, Mark. – Tirei do armário um dos casacos mais quentinhos que eu tinha e desci as escadas.

Peguei duas torradas que estavam em cima do balcão da cozinha e descobri que eram de Fizzy ao ouvi-lá reclamar sobre quem havia "roubado" suas torradas que havia deixado no prato. Me despedi da minha família e sai de casa quase correndo.

Preciso lembrar de colocar o plano que Harry inventou em prática para me ver livre disso daqui alguns meses, se tudo der certo. Além de ter a mente ocupada sobre a noite passada, eu precisaria começar a pensar, também, em alguma maneira de citar os pais de Jones e torcer para que ele me convide para casa dos seus parentes.

E se eu ligar para a mãe de Jake dizendo que estou com saudades, seria de bom tom? Ela morderia a isca? Me convidaria?

— Bom dia, bebê. – Ele abriu a porta do carro e inclinando-se para beijar minhas bochechas.

Qualquer gesto carinhoso que Jake direcionava para mim fazia com que eu me afaste quase de forma instantânea.

Ele nem chegou a tocar meu rosto com seus lábios, eu fui rápido o bastante para chegar o corpo pro lado, claramente me esquivando do seu toque.

— Bom dia. – Mordi uma das minhas torradas.

Torradas quem eram da Fizzy.

Jake me olhou por alguns segundos, imóvel. O corpo ainda inclinado na minha direção e um olhar indecifrável. Coçou a garganta, ajeitou o cinto e deu partida no carro, ainda em silêncio.