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O amor é a sensação de ter borboletas voando no estômago enquanto algumas estão pousadas no coração.

A semana foi uma loucura.

Eu precisei ir até a delegacia inúmeras vezes pra poder dar depoimento de tudinho e Harry, Niall, Zayn e Liam me acompanhavam para todo canto que eu ia. A última vez que ouvi falar de Jake foi quando seus pais me ligaram na segunda-feira. Teresa chorava muito e isso conseguiu me fazer chorar também, ela lamentava pelas atitudes do filho e, mesmo com o coração partido, disse que eu tinha tomado a decisão correta. Pensei que fossem me odiar, mas foi ao contrário. Sabia que não iria manter contato com eles apesar de serem boas pessoas, tudo que me lembrava Jake seria evitado a partir de agora. Enfim, eu não consigo imaginar a dor dela e de Gerard.

As pessoas da escola me mandaram diversas mensagens de apoio, inclusive os garotos do Bulls, além das líderes de torcida.

A coordenação do colégio me enviou uma carta de consolo com um buquê de rosas incríveis e minha mãe não conseguiu esconder a emoção com a demonstração de carinho do colégio comigo.

Hoje era o último dia de jogo do campeonato. O diretor não quis suspender a competição, então as partidas continuaram. Depois de uma semana – O diretor havia me liberado pra ficar alguns dias em casa por conta da situação com Jones e minhas notas estavam excelentes, como era reta final, eu acabei não indo. – Eu voltaria pro colégio pra ver Harry jogar e concluir o ano letivo. No próximo mês aconteceria as provas pra conseguir bolsa na faculdade, então ainda haveria tempo de descansar.

Voltando á Harry: Quando o jogo foi anunciado, ele me ligou dizendo que eu não precisava ir, que ele me entenderia, mas eu queria. Eu sei que seria importante pra Styles e me faria bem voltar ao colégio pra ver pessoas novas e rever aqueles que já conhecia. Hazz não sabia que eu apareceria pro jogo, então era tudo surpresa.

A escola estava praticamente naquele período final onde fica vazia ao longo do dia e só aparecem os alunos em recuperação, sabe? Descobri que os meninos iriam comer e beber numa lanchonete perto dali depois do jogo, para comemorar ou para afogar as mágoas; Já tratei de confirmar minha presença.

Styles vinha me ver todo dia depois do colégio, mesmo eu dizendo que ele não precisava fazer isso – Ele me dava bronca quando eu dizia – E normalmente ficávamos abraçadinhos de baixo das cobertas, ou íamos andar de bicicleta, ou comer uma pizza enquanto compartilhávamos nosso dia, sorrindo um pro outro, gargalhando de momentos engraçados. As vezes me sentia um pouco inseguro sobre estar com Harry. Afinal, ele mudou exatamente tudo na minha vida. Acabei de "terminar" com Jones e ele foi preso, então Styles está sendo essencial no processo de cura, mas eu tento não depositar todos os meus sentimentos sob ele. Não acho certo. Harry me ajuda a lidar com a dor, apenas gostando de mim. Em contra partida, eu não posso despejar essa dor nele, então sempre caminhamos com passos lentos e delicados, onde construímos, aos poucos, o que estamos criando.

Mamãe disse que seria uma boa procurar um psicólogo para permanecer nos eixos. Ela diz que foi um evento traumático na minha vida e eu não podia concordar mais. Ficou acordado que depois da viagem nós iríamos resolver isso juntos.

— Mãe! – Gritei da porta da sala, pegando um casaco atrás da porta e me preparando para sair e ir ao jogo.

— Sim? – Ela respondeu da cozinha.

— Estou saindo, okay?

Veio ela, enxugando as mãos no pano de prato, me dando uma última olhada antes de assentir com um sorriso. — Tenha cuidado, amor.

— Pode deixar. – Coloquei as chaves de casa no bolso. — Eu te amo.

— Eu te amo o dobro. – Permaneceu parada na ponta do balcão, sorrindo grande. — Até mais.

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